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POR QUE OS COMBUSTÍVEIS SOBEM TANTO?
A pergunta acima está na cabeça dos brasileiros em geral e da população carente em particular.
A elite reclama pelos preços da gasolina, que abastece os seus carros de passeio. Mas à população carente o problema é mais sério, pois ela usa o gás para preparar os seus alimentos. É uma questão de sobrevivência. Com salários cada vez mais comprimidos, fica cada vez mais difícil suportar os aumentos.
A outra pergunta que se segue a esta: se a Petrobrás já produz mais de 80% do consumo nacional, por que atrelar os preços dos derivados ao dólar?
As explicações são longas mas são simples. Como em toda comercialização no País, o culpado dos preços altos é sempre o famoso atravessador.
Numa plantação de tomates, por exemplo, o produtor prepara a terra, semeia, aduba, combate as pragas, rega e torce para que o clima permaneça favorável até a colheita. Por todo esse trabalho, o produtor vende o seu tomate por um valor irrisório, cerca de R$ 0,20 por quilograma. O distribuidor, com menores riscos, pois já conhece seus clientes, revende aquele tomate para o comerciante, e este para o consumidor por R$ 1,20 / Kg. Um ganho fabuloso por tão baixo risco, para estas tão altas taxas de lucro.
É assim que acontece no caso dos combustíveis e do gás de cozinha.
A Petrobrás investe muito para descobrir as jazidas. Cada poço perfurado em águas profundas custa cerca de US$ 10 milhões e, em média são necessários 10 poços para descobrir um campo produtor. Descoberto o campo, é preciso desenvolvê-lo. Novos poços são perfurados, plataformas são instaladas, oleodutos e gasodutos são lançados para viabilizar a produção. Produzidos, o óleo e o gás, são transportados. O óleo vai para a refinaria e é separado nos seus diversos componentes: diesel, gasolina, querosene, nafta e gás de cozinha. Para todo esse trabalho e os altos riscos envolvidos a Petrobrás recebia até recentemente, R$ 8,97 / botijão de 13 kg vendido. Subtraída a parcela de PIS / COFINS, restavam para a empresa R$ 7,41 por botijão de 13 kg, o que correspondia a 27,7% para remunerar todo o esforço de produção, transporte e refino.
E os distribuidores ?
Estes recebiam R$ 6,41 para um trabalho relativamente simples, em comparação com as operações realizadas pela Petrobrás, e de baixo risco. Só para pegar o gás na refinaria, encher o botijão e enviá-lo para o revendedor que revende para o consumidor, com mais um ganho em cima.
Como os preços vinham subindo muito, o governo resolveu fazer uma ação eleitoreira. Determinou que a Agência Nacional de Petróleo, criada para regular o mercado e defender o consumidor, promovesse uma redução de preços. No entanto, mais uma vez a ANP comprovou que essas agências não regulam coisa alguma; só servindo para proteger os interesses das distribuidoras internacionais: a ANP determinou que a Petrobrás, a produtora, reduzisse seus preços em 12,4%.
O correto seria, no mínimo, que esta redução fosse repassada para o consumidor. Mas a realidade foi bem diferente.
A exemplo do que ocorreu com a gasolina recentemente, o que fizeram as distribuidoras? Aumentaram sua margem em 26% ! Ao invés de reduzirem, aumentaram os preços. O governo e a ANP, envergonhados, pediram aos Estados que reduzissem o ICMS.
Ainda assim, nada de queda nos preços.
O governo finge que não sabe que o cartel das distribuidoras internacionais não tem o menor escrúpulo em aproveitar todas as brechas para inflarem seus lucros. Hoje os jornais noticiam que o governo vai tomar uma drástica providência: vai investigar se as distribuidoras formam um cartel!
É brincadeira. Qual a área do governo que vai ser corrompida ?
O governo sabe, há anos, que o SINDICOM (sindicato dos distribuidores de combustível) é um cartel tão forte que conseguiu que o governo e o Congresso Nacional quebrassem o Monopólio Estatal do Petróleo para se apossarem do nosso petróleo e de nossas refinarias.
O SINDIGAS também faz o mesmo na área de gás - defende as multinacionais do ramo: AGIP, SHELL, MINASGAS, etc.
O GLOBO de 28/9 traz a seguinte pérola do governo: "é de se esperar que haja uma redução no preço do gás. Com menos imposto os distribuidores e revendedores têm a obrigação de tentar baixar os preços".
Ou seja ,o governo se confessa impotente para enquadrar as distribuidoras.
A única saída que resta para a população, é aproveitar o momento eleitoral, pois é este o único momento, em que o nosso povo, tem o poder para poder escolher os seus reais representantes.
Por isso é preciso muita atenção na escolha dos Deputados e Senadores que iremos eleger em outubro.
Se não olharmos com cuidado o passado, o caráter, a postura, a ética, o patriotismo, a honestidade e a seriedade dos Candidatos, corremos o risco de reeleger a maioria de picaretas que estão no Congresso Nacional.
Aí a "vaca vai mesmo para o brejo".
Senadores e Deputados são tão ou mais importantes que o Presidente da República.
Sem um Congresso Sério, Republicano e de cunho Moralista, não há Presidente, mesmo que este seja Ético, que consiga dar jeito no BRASIL; neste regimen democrático metafísico, em que vivemos.
Pense, na sua enorme responsabilidade, na hora de votar.
NÃO DESPERDICE O SEU VOTO!
Paulo Lacaz