Este artigo pertence ao conteúdo do portal Doutrina Positivista

                                                

 

Toussaint – Louverture

 

Nascido no Haiti em 20 de maio de 1746 e morto no Forte de Joux, no Jura, na França, a 7 de abril de1803.

 

Promotor e Mártir da Liberdade

De

Sua Raça

 

            Aos Comandantes da Força de Paz no Haiti, venho por meio desta informá-los que resolvi pesquisar em minha biblioteca os acontecimentos do passado que já nos ligaram subjetivamente a este País.

           

Esta tem por objetivo fornecer dados, para se for caso, os Senhores Comandantes Brasileiros da Força de Paz no Haiti venham a homenagear o grande e eminente representante da raça escravizada na América, o primeiro dos pretos, o General de Arma do Oeste (Haiti) - Toussaint di Louverture –; de que se tornou credora a benemérita a Pátria Brasileira, porque na segunda parte do século XVIII, o Haiti deu sua própria libertação, conseguida por um modo admirável que acabou dando um vigoroso e irresistível impulso a causa abolicionista em nossa Pátria Brasileira.

 

            Em 1884, já escrevia Miguel Lemos, então Presidente da Sociedade Positivista, tendo como Sede na Travessa do Ouvidor, 7, no Rio de Janeiro, o seguinte: “É tempo de ter coragem e assumir a posição que compete aos que pretendem ser pastor dos povos, na frase de Homero. Por outro lado cumpre a libertar quanto antes nosso País de sua exclusiva preocupação, sobre esta observante questão, afim de que possa voltar à sua solicitude para a série de reformas imprescindíveis de que carecem, e para as quais a abolição da escravidão é apenas um preâmbulo necessário” -10 de maio de 1884.

 

            Nesta época São Domingos abarcava, o Haiti (ou o Oeste de São Domingos) e a atual República Dominicana.  

 

            Este grande homem negro, foi eleito chefe dos escravos negros, revoltados contra os colonos franceses e espanhóis apoiados pelos ingleses. No entanto suas constantes vitórias abrindo uma passagem em todos os lugares, o levaram a ser chamado pelo apelido de Louverture.

 

Ele recusou a coroa que lhe ofereceram os ingleses, se alia à República francesa que proclamara a emancipação dos escravos e convenceu os haitianos para aceitarem esta proposição, republicana.    

 

 

Toussaint se tornou o real chefe do País, que ele governou por meio de uma Pronunciadura Republicana, durante sete anos, com uma enorme sabedoria. De uma atividade estupenda, de uma capacidade rara, ele se mostrou enérgico e incorruptível, protegeu todas as raças ao mesmo nível e repôs o trabalho com honra. A virtude da qual fez espetáculos à prova de que a inteligência humana é independente da cor de pele.

 

 

Para enriquecer o trabalho, vou deixar registrado, que existe no Arquivo Nacional, uma cópia do documento, que expressa um apelo do General Toussaint di Louverture, em 1793, em francês, dirigido sem dúvida aos escravos do Norte (Oeste), isto é, os habitantes negros do Haiti, traduzido para o português, por Teixeira Mendes*, em 13 de novembro de 1915, encontrado no folheto No 280 A – da Igreja e Apostolado Positivista do Brasil; a onde Louverture disse por escrito:

 

 

 

 

“No Campo Turel, 29 de agosto de 1793 ,

 

            Irmãos e Amigos.

 

Sou Toussaint Louverture, meu nome talvez se haja feito conhecer até vós. Empreendi a vingança. Quero que a liberdade e a igualdade reinem em São Domingos. Trabalho por fazê-las existir. Uni-vos a nós irmãos e combatei conosco pela mesma causa, etc.

 

            Vosso muito humilde e muito obediente servo,

 

 

            Assinado - Toussaint Louverture,

 

General dos Exércitos do Rei, para o bem público”.

 

(V. Schoecher – Vie de Toussaint Louverture, pag. 94)

 

Neste trabalho positivista de Teixeira Mendes podemos encontrar um tratado, sobre Abolição Africana, assinada por Toussaint Louverture.

 

            Sem mais para o momento, desejo-lhes,

 

Saúde, com respeito e Fraternidade,

 

Paulo Augusto Lacaz

 

-Teixeira Mendes, além de ser o maior Sociólogo Científico Brasileiro, projetou a Bandeira do Brasil, na época da Proclamação da República - 1889.