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Bananal, 11 de junho de 2005

                                                                                              Bananal, 24 de São Paulo de 216

 

Governo e Opinião Pública

 

A Política, em todas as suas atividades, manifesta as influencias do Governo e da Opinião Pública.

 

Estes dois elementos fundamentais da Política atuam sobre a Ordem (Patronal) e sobre o Progresso (Proletário) das Sociedades.

 

Os conflitos Políticos se derivam em geral, da falta de harmonia entre o Governo e a Opinião Pública. Essa harmonia é muito difícil de ser obtida agora, devido à pluralidade das opiniões e da necessária unidade do Governo.

 

No regimén parlamentar se tem tratado de dar a representação governamental às diversas tendências ideológicas, e somente se tem conseguido, introduzir no governo a desordem própria ao desconcerto atual das opiniões.

 

Basta considerar estes fatos elementares para se convencer de que a verdadeira solução dos problemas políticos e sociais, antes de tudo é uniformizar as opiniões.

 

Hoje em dia, estas opiniões não são somente dos letrados da burguesia; senão que emanam também das massas populares, no que toca a administração do capital e a organização do trabalho, em forma de eliminar a miséria.

 

Os verdadeiros responsáveis pela anarquia popular das opiniões são os Letrados ou Acadêmicos, que por já ter perdido o ardor social que os animou enquanto lutaram de mãos dadas com nobreza, e que se imaginam que as situações privilegiadas, que por sua vez alcançaram, eram devido ao desenvolvimento do Progresso do Mundo.

 

 Não quiseram ouvir os alertas do grande pensador, que fundara, sobre a base imutável da ciência, a verdadeira unidade das opiniões sociais, destinadas a resolver o grande problema da época moderna, que consiste em incorporar o proletariado à Sociedade Humana. O Grande Mestre Augusto Comte.

 

A inépcia, derivada do egoísmo das classes acadêmicas, nos povos do Ocidente, tem permitido que as massas populares pretendam resolver por si mesmas, os problemas da organização Industrial, no Oriente.

 

Era natural que a solução comunista emergisse nestes povos, que estavam distantes da evolução Católica do Ocidente e por tanto habituados a considerar o governo político, como o chefe nato da opinião pública. Pois se bastava apoderar-se do governo, para impor as opiniões comunistas.

 

Estes mesmos letrados do Ocidente trataram de confundir outra vez o Poder Espiritual com o Temporal, destruindo assim o mais importante dos resultados políticos da evolução católica, que consistiu em estabelecer o poder espiritual das opiniões, em forma intangível para todos os poderes materiais do Mundo.

 

Mas apesar dos letrados metafísicos e alguns cientistas tenham tratado, sempre de aproximar o Ocidente do modelo teocrático do Oriente, os resultados de nove séculos de catolicismo reinante até o século XIII, tem cultuado nas massas populares do Ocidente a consciência intima de sua independência espiritual. Essas massas já são incapazes de se converter outra vez em escravos, e no ambiente de qualquer tirania, sempre manterão a liberdade de suas opiniões.

 

O problema social do Ocidente e de grande parte do Oriente, não podem ser resolvidos com o simples procedimento de apoderar-se do Governo. O problema tem que ser resolvido primeiramente no campo espiritual.

 

Mas infelizmente os letrados seguem menosprezando o programa de incorporação do proletariado à Sociedade; e seguem invocando razões retrógradas para defender a família e a propriedade, e apelando a seus direitos legais, como a nobreza aos seus direitos divinos; desta forma as massas populares seguirão perturbando a ordem pública, porque entenderão cada vez menos, essas razões e depreciarão cada vez mais estes direitos.

 

É, pois urgente, que todas as pessoas que se ligam por corações generosos, isto é, o os mais Altruístas; aqueles que sabem subordinar o egoísmo ao Altruísmo; que também sabem viver para outrem, se preocupem em resolver com honrada seriedade o problema social que nos legou o Primeiro período da Idade Média (Séculos V, VI e VII) ao emancipar os escravos. A transformação da escravidão em Famílias, na qual o proletariado se incorpora ao solo, e é admitido como empregado; e tendo uma vida religiosa que o prepara desta forma para sua completa liberdade.

 

 Por isso, é indispensável organizar a administração dos tesouros Morais, Intelectuais e Materiais acumulados do passado, para dedicá-los antes de tudo; à Felicidade Moral; ao Progresso Intelectual e ao Bem Estar Material das Massas Populares. Mesmo sabendo que vão existir pobres e ricos; mas sem milionários e miseráveis.

 

Apesar dos letrados terem tratado de incutir no Povo, o criminal conceito de que trabalham para ganhar a vida, isto é, vivem pra trabalhar e não trabalham para viver; mesmo assim elas não têm perdido e nem podem perder os Sentimentos Sociais, de cunho Altruísta, que são tão naturais como das formigas ou das abelhas, que as impulsionam para a posteridade social.

 

Um Ser viver para o outro é um fenômeno elementar e básico da Sociabilidade, como a nutrição o é da Vitalidade. Sem nutrição não há vida; e sem vida para os demais não há Sociedade.

 

Assim, é necessário partindo da base, de que as Massas Proletárias desejam trabalhar e de que delas tem-se produzido muito mais do que o consumido. Com efeito, o trabalho dos proletários, não só tem sustentado as crianças, os velhos, os enfermos, senão também o clero, os acadêmicos, os militares, empregados públicos e os jubilados e em geral aos que não produzem provisões e nem constroem instrumentos.

 

O trabalho dos Proletários, nas minas, nos campos, nos escritórios, nas construções reparando os destroços das guerras, das revoluções, dos terremotos e incêndios, e deixa gratuitamente para as novas gerações uma soma incalculável de Capitais em Provisões e Instrumentos, capazes de se conservarem. Capitais tanto Moral como Intelectual e Material.

 

Portanto a deficiência do Trabalho não pode ser jamais imputado às massas operárias – isto é aos Proletários, sem cair em erros de má fé, e nas mais negras das ingratidões.  

 

A falta de trabalho, e o desemprego e a miséria aguda que afligem esta época contemporânea, se deve exclusivamente a inépcia e o egoísmo dos administradores dos Capitais. Estes Administradores e estes Chefes Industriais surgiram na Idade Média, desta mesma massa de trabalhadores e primitivamente escrava, quando ocorria paulatinamente a separação natural entre os empresários (Patronais) e os operários (Proletários).    

 

            Assim, na Idade Média, ao mesmo tempo em que deixava de herança para a nossa época moderna o problema de incorporar os Proletários na Sociedade Humana, como homens livres e não escravos; e ao mesmo tempo deixou também o meio material de resolvê-lo por meio dos empresários ou Patronais.

 

            Infelizmente, como era natural, estes Proletários eram ineptos e egoístas, e até hoje se conservam no mesmo estado, porque não cabe a eles, que corresponde estabelecer os conceitos e agitar os efeitos indispensáveis para realizar o programa da incorporação proletária, na Sociedade, que até hoje estão ancorados.

 

             Por mais inteligentes e bons que sejam estes Patronais, eles têm que seguir as formas Capitalistas, com pena de serem vítimas de seus “amigos” concorrentes e também dos seus subordinados (Administradores – Gerentes, Diretores).  

 

            Por isso, as concepções e as enfermidades própria da nova civilização pacífica, industrial e altruísta só podem ser formuladas e programadas pelos poderes Intelectuais (Cientistas) e Morais (Culto Religioso – Pela Educação – Subordinar o egoísmo ao Altruísmo) da Sociedade Humana.

 

            Esses poderes que dirigem as opiniões e as paixões públicas estavam desde do século XIV, se transformando de teológicas em científicas.

 

            A teologia pode organizar a Guerra Santa, mas era incapaz de organizar o maldito trabalho. Foi, pois necessário esperar que a ciência se elevasse até a organização do trabalho.

             

            Assim como a guerra só podia organizar-se sob o impulso dos sentimentos altruístas

 de Amor à Pátria ou a DEUS; hoje em dia ainda é possível pelo Amor à Pátria; ao trabalho no futuro só será possível ser organizado sob o impulso altruísta do Amor à HUMANIDADE.

 

            Temos que educar a população, ter noção de Amor à Pátria; porque da Família não se passa direto à Humanidade, sem passar pela Pátria. Sem Pátria as Famílias ficam dilaceradas. E sem Família não há Sociedade e nem Governo.

 

            Assim o problema do proletariado é mais que um problema social é na realidade um problema religioso. Se for Religioso tem como base científica na Moral Positiva, ou como alguns chamam de ética, que está ligado a Educação dos Sentimentos, que está a cargo dos Sacerdotes das Religiões, que hoje em dia, cuja qualidade dos serviços prestados à população deixam a desejar. Todas as Igrejas para abrirem os seus Templos, teriam que ter especialistas científicos, como as farmácias têm o seus profissionais farmacêuticos responsáveis, especializados em organização e harmonização Moral Familiar; para educar principalmente as Mães, em saberem subordinar os Sentimentos egoístas aos Altruístas; com vista a passarem estes sentimentos aos seus Filhos.

 

            Este profissional trabalharia subordinado em cada um dos Templos religiosos, ficando ao Sacerdote de cada Templo e de cada Religião, com a responsabilidade, somente pela parte da organização material, os ritos místicos – prédicas e Liturgia.   

           

            Os profissionais de Moral, seriam psicólogos científicos, e não hoje os de base metafísica – de formação Freudiana, e teriam curso de Pós Graduação na Escola Nacional de Estadista – Subordinada ao “Banco Moral” a ser criada em cada País – extensão da UNESCO. Vide Constituição Societocrática em elaboração. O Plano de Educação Moral Familiar, será realizado com a presença de um representante de cada religião, e coordenado por Sociólogos, Psicólogos e Psiquiatras; com reforço de casais da sociedade, de elevada reputação moral; com idade superior a 55 anos.

 

            Se a China pretende resolvê-lo ao estilo de Confúcio, a Índia ao estilo de Buda, a Rússia ao estilo Católico Ortodoxo, Israel ao estilo de Moisés ou da Casa de Abraão, os Palestinos ao estilo de Maomé, o Ocidente deve resolvê-lo na forma de São Paulo; e os Silvícolas aos seus rituais de pajelança.

 

            Uma nova forma científica deve organizar a Opinião Pública, nas questões sociais, reunindo não somente as Inteligências científicas, senão também os metafísicos, os teologistas e os fetichistas, como já ocorre nas questões vitais (biológicas), químicas, físicas, astronômicas e matemáticas.

           

            Esta fé ela vem gradativamente, sem violências, como foi imposto a fé no movimento da Terra.

 

            O principal programa prático para incorporar o proletariado à sociedade e organizar o trabalho consiste em estabelecer a hierarquia dos empresários. Os soldados industriais ou proletários têm oficiais, mas os oficiais não têm hierarquia: não podem, portanto constituir-se um verdadeiro exército que obtenha a vitória do Bem Estar contra a Miséria.

 

           

Não se trata de organizar sindicatos nem associações entre os empresários para explorar as massas proletárias. Trata-se de subordinar um empresário sob o outro, segundo a natureza mais geral de suas operações, para que todos concorram ao cumprimento de seus respectivos DEVERES, que consiste em organizar o trabalho dos proletários, para produzir e ministrar sustento e bem estar a todas as famílias. E não somente visar lucros.

 

            À medida que se organizam os empresários isto é, os patronais, na direção do trabalho, irá surgindo o governo das republicas industriais e pacíficas, verdadeiras Pátrias, que tem de herdar as funções políticas das monstruosas nacionalidades modernas, que foram o fruto e são agora o germe contínuo da guerra. Elas passaram como as antigas civilizações, a ter uma venerável existência histórica, quando venha desaparecer a guerra, graças ao império do sentimento universal de Humanidade*. Estamos longe, mas será a nossa meta, pois senão nos destruiremos a todos.

 

            Os acadêmicos de todas as matizes, devem se pôr sem demora alguma, a estudar as melhores formas possíveis de organizar a hierarquia dos Patronais, em conformidade às condições industriais de cada localidade.

             

            Assim em lugar de considerar o Governo Político, como o agente exclusivo dos progressos humanos, devemos observá-lo como o necessário guardião da ordem material, enquanto seja ainda ameaçado pela desordem espiritual.

 

            As verdadeiras doutrinas científicas não necessitam para impor-se do apoio dos governos, nem das tiranias. Elas prosperam mesmo no meio da miséria e da perseguição.

 

            Somente as doutrinas de metafísica arbitrárias ou de teologia retrógrada reclamam das forças materiais dos governos políticos, para impor-se ou defenderem-se. Não é nosso caso.

 

            Por isso estamos presenciando estas doutrinas se tornarem incapazes ou decadentes, seguir enganando as massas populares com absurdos direitos políticos e econômicos, para poder disfarçar os pretendidos direitos das classes opressoras.

 

            Já é tempo que gente honrada fale ao povo, exclusivamente de seus deveres de proteção domestica e do trabalho cívico, para poder falar-lhes de seus deveres, aos que administram os capitais e os que governam os povos.

 

            A Organização da Opinião Pública requer que a Massa Proletária forme uma só entidade política. Mas os que desejam que esta opinião não se forme, para seguirem eximidos de cumprir os seus deveres sociais, tem procurado subdividir o povo, em Grêmios, onde se confundem os interesses materiais egoístas de uma classe, com os interesses gerais do proletariado.

 

            Todos estes Grêmios devem se unir em torno dos princípios da Ciência Social, para constituir a força política da Opinião Pública.

 

           

A principal função do Proletariado, na atividade política é o que se refere à existência da Opinião Pública, e que estabelece que a opinião deve ser sempre uma força distinta e independente da administração do governo ou da riqueza; para poder consolidar seu tríplice destino de aconselhar, controlar e julgar a conduta dos chefes políticos e dos chefes industriais (diretores). Jamais o PT, deveria ter sido Governo, mas neste regimén atual tudo é possível; os trabalhadores necessitam um forte Sindicato, com força para fiscalizar os governos e os políticos. Poderia participar do Governo, na Câmara de Orçamento e Gerenciamento e no Congresso Nacional, no seguimento de 15% das cadeiras reservadas para o Proletariado, quando ocorrer o regimén Societocrático, com base em uma Constituição Societocrática. Mas jamais se expor a ser Chefe de Executivo de Governo.

           

            Os que enganam o povo com ilusões de governo político ou econômico, corrompem seus sentimentos e desviam seu critério, separando-o de sua destinação social.  Ainda que no Oriente, possam ser fanatizados pelos chefes políticos-religiósos; no Ocidente eles abandonam seus ídolos, sejam eles do nível de Napoleão, tão logo o êxito material não os acompanhe.

 

            O proletariado para exercer as imprescindíveis funções políticas que são da sua responsabilidade, não deve procurar se apoderar do governo, senão submetê-lo às suas opiniões, e impor ao mundo a autoridade espiritual da razão e do sentimento, que sempre concluem por dominar a força material.

 

            Os erros dos que governam o Estado com a Incapacidade e o egoísmo dos que governam a fortuna, depende da carência da autoridade espiritual, isto é, Intelectual, que deve ser sábia e generosa, e que estude os problemas sociais, e formule os programas, para solucioná-los.

 

            Uma vez instituída a autoridade espiritual (intelectual) da Opinião Pública, com a afluência de todos os cidadãos, qualquer que seja a doutrina religiosa que pratiquem; ou no Sindicato dos Trabalhadores a que pertençam, ficarão garantidos tanto a Ordem como o Progresso dos Povos.

 

            As pretensões de manter a ordem só por meios das forças materiais, são ilusórias, tanto em política interna como em política internacional. Todo o aparato de ostentação que muitos órgãos internacionais e certos países possuem em direito e em força, tem sido impotente, para deter a luta fratricida entre muitos Povos deste nosso Planeta. Estes programas materiais que pretendem regular a força com a força, só podem conduzir a indignas hecatombes.

 

            Os governos políticos e industriais estão esperando que as massas populares, constituam uma força social de ordem e progresso que os guie e que os julguem sem ameaçá-los com anarquia, para não justificar a tirania do terror, nem a corrupção da miséria.

 

            Uma vez constituído o proletário como Opinião Pública, simultaneamente lhe garantindo espaço na Mídia, alheia as ambições dos partidos, que aspiram ao poder, o Governo político, será o aliado dos Proletários, para favorecer o desenvolvimento da organização hierárquica dos Patronais Industriais, com o objetivo de assegurar o trabalho de todos os Seres ativos e o bem estar material a todos os Seres humanos.

 

            Os Patronais não poderão colocar suas estruturas organizacionais para enriquecer-se com a maior produção, enquanto expulsam os proletários e os entrega a miséria. Por sua vez os Proletários, livres de toda inquietude pelo seu futuro, graças à organização industrial, empregam suas economias em provisões duráveis ou em empresas de prestação de serviços, mas não em acumulações de renda, nem em jogos de azar, nem de seguro. O mercado será então ilimitado e não poderá existir a falta por baixa produção.

 

            O Governo político tem que se dedicar às medidas legais, intelectuais científicas e materiais que convém ao exercício honrado da Opinião Pública.

 

             Essas leis têm que se criadas principalmente para facilitar a opinião e aos meios de controlar a conduta dos Administradores do Capital Material – os Patronais – “O capital tem sua origem e aplicação no social”; Os Patronais são Gerentes do Capital e não donos do Capital no Regimén Sociocrático [no Societocrático continua como está operando hoje, de forma capitalista] – qualquer conduta imoral, perdem a função de Gerente do Capital; podendo retornar a trabalhar em um cargo de proletário, perdendo o cargo de competência e capacidade gerencial, devido à má conduta social; ou vai cumprir pena na cadeia, após julgamento; e por outro lado temos que controlar também o Governo – no que diz respeito aos seus administradores – com as penalidades indicadas no Código Penal, onde aparece pena contra a corrupção, indo a julgamento e com pena de morte, em caso de culpa, em roubo de dinheiro público; exigindo a todos a prestação pública das contas de suas gestões administrativas e financeiras.

 

            Em nenhum caso o governo político deve pretender oprimir as opiniões, senão garantir a responsabilidade dos que as formulem livremente, exigindo-lhes tão somente as indicações precisas de sua personalidade. Evitando assim o anônimo; nem os estadistas, nem os Patronais ou administradores da fortuna, que poderão contar com uma imprensa venal, para favorecer seus interesses políticos ou financeiros.

 

            Depois de purgar a Opinião Pública Proletária daqueles que pretendem corrompê-la, transformando-a em estado indisciplinado ou revolucionário ou em outro estremo mantendo-a em estado servil, ela será digna de exercer a mais elevada das funções políticas, julgando a conduta dos servidores da Sociedade, tendo presente que sempre será melhor e mais eficaz elogiar os bons (aqueles que fazem o bem social) que condenar os maus.  

           

            Assim irão compreender mais e mais os cuidados, que o destino da vida, qualquer que seja a função que se exerce, é o de Servir o Futuro Social.

 

            A organização da Opinião Pública procurará as Mulheres Proletárias, uma influência muito mais digna e eficiente, do que a de origem do voto oriunda das campanhas políticas.

 

            Na realidade, as Mulheres Mães de Família, são as verdadeiras inspiradoras das paixões e das opiniões populares, e assim: “os lares do povo são os verdadeiros laboratórios da opinião pública”. Ali as crianças recebem as sementes afetivas das suas opiniões, que se consolidam na Escola e que se aplicam mais tarde no transcurso da vida. É triste ver hoje em dia na Educação do Lar, no que se refere à Educação dos Sentimentos ser substituído, por muitos programas medíocres de TV Infantil, de Escolinhas das Creches – somente com banda de música, massinhas, muitos tipos de Arte, mas nada de Carinho e Amor de Mãe; bem como nada para a formação do caráter dos indivíduos, para fazê-lo caminhar com uma conduta firme de base Moral. [Por exemplo: no Judaísmo, por Grandeza de Sabedoria, só são considerados judeus os que são filhos de Mãe Judia; caso o pai seja judeu e a Mãe de outra Religião os filhos não são considerados judeus. Por que isso? É a Mãe que forma a Moral Teológica Judaica em seus filhos, até os 15 anos. Elas largam tudo que estão fazendo, de atividade fora do Lar, para se dedicarem em tempo integral, na Educação Religiosa – Educação dos Sentimentos, com base no Velho Testamento, no Tora e etc; por isso que os judeus são unidos – mas elas, as Mães, foram educadas pelas suas Mães e pelo Rabino, para realizarem esta atividade milenar].

 

              A Sociocracia, longe de propagar como o comunismo, a ação do Governo Material das grandes nacionalidades, abrange não só as atividades políticas, como também as educativas e as industriais; propõe-se, ao contrário, reduzir o governo político, aos chefes naturais da hierarquia industrial de cada república operária, e entregar a instrução geral e científica à organização internacional da Opinião Pública.

 

              Essa Organização Internacional – UNESCO, por exemplo, da Opinião Pública será a única garantia definitiva da Paz Mundial e da Harmonia Financeira entre as pequenas repúblicas industriais, que tiram o proveito do Planeta Terra, em benefício geral da evolução pacífica da Humanidade*.

   

            Este programa Sociocrático seria aplicado ao Ocidente, como o Comunismo ao Oriente, pois a Sociocracia não poderia ser aplicado sem que previamente se opere no Oriente a separação entre a Ordem Espiritual e a Ordem Temporal, isto é, a separação do Estado da Igreja.

 

            A realização do programa do Regimén Sociocrático pode convergir todas as “almas” ou cidadãos, que não sejam essencialmente individualistas, isto é, altamente egoístas; e, sobretudo, aquelas que, tem suas funções de conselheiras, de ensino e de opinião, podem sentir a importância social das forças intelectuais científicas. Aqueles que sabem subordinar o egoísmo ao Altruísmo.

 

            Os Sacerdotes das Igrejas, os Educadores e Instrutores e a Imprensa Livre e Responsável, devem se unir o quanto antes, com todos os seus meios, a organização dessa Opinião Pública.

 

            Aos Sacerdotes das Igrejas, bastam excluir de seus dogmas as questões sociais, como já foram excluídas as questões astronômicas. Abandonarão então a idéia de que o trabalho é castigo divino, assim como já abandonaram que a Terra é imóvel e é o Centro do Universo. Com relação a ser centro do sistema solar, não está errado; pois tudo é relativo nada é absoluto. Podemos fazer o centro do Sistema Solar a onde desejarmos. Assim os Sacerdotes das Religiões, podem contribuir com todos os seus recursos Morais e suas preciosas organizações a glorificar o trabalho e condenar a guerra.

             

            Por sua parte, os Educadores e Instrutores, em todos seus ramos e categorias de atividades preparam as “almas”, no que toca aos Sentimentos, para servir a SOCIEDADE no trabalho Altruísta.

 

            Por sua vez, a Imprensa Livre e Responsável, formará o laço mundial e instantâneo, do que tudo que se passa de notável e generoso sobre a Terra, e legará às gerações do Futuro, somente aquilo que possa aperfeiçoá-las, mas jamais o que possa pervertê-las.

 

            Na Sociedade Moderna faz falta uma verdadeira noção de Moral Positiva, que a separe do mal ou pelo menos a permita sentir remorsos.

   

                       

                                                                        Luis Lagarrigue (Chile)

                                                                        16/05/1864 – 13/11/1940

Complementado e atualizado por:

Paulo Augusto Lacaz.(Brasil)

04/09/1940 -

Nota: *Humanidade – É o conjunto dos seres convergentes, do passado, do futuro e do presente, que concorreram, concorrerão e concorrem para a melhoria do Bem Estar Social do Ser Humano, no Planeta Terra.