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Bananal, 08 de Arquimédes de 212
A
Psicologia Científica Positiva de Comte
e a
Psicanálise Metafísica de Freud.
Freud e os freudianos, nada acrescentaram de novidade, no que há de verdade em sua doutrina; mas desenvolveram muito mal, as suas idéias, quando provavelmente tomaram conhecimento da obra de Augusto Comte, no que tange a Teoria Cerebral, isto é, o Quadro das 18 Funções da Alma Humana, sem ter a hombridade de revelar a origem, bem como os fundamentos das suas pesquisas no campo da psicologia, isto é, da Moral; ou estas pesquisas, representam o ultimo esforço empírico do materialismo científico, no caminho da verdade.
Como alguns dos discípulos de Freud, como Carl Gustav Jung, Otto Rank e Alfred Adler, citam Augusto Comte, mais de uma vez, é possível que a primeira hipótese seja a mais correta, pois a obra do Mestre dos Mestres Augusto Comte, não lhes era desconhecida.
O que de real existe nos Freudianos, é a preponderância que dão na sua teoria, aos Sentimentos comandarem a inteligência e o caráter; o que constitui o fundamento da Teoria de Augusto Comte. Mas analisando o mais difícil problema psíquico, sem a utilização de raciocínios científicos positivos, eles caíram no vago metafísico e no objetivismo materialista, que constitui os dois vícios lógicos dos pesquisadores científicos, de hoje em dia.
Por isso, o principio fundamental da Teoria Positiva da Alma, { a preponderância dos Sentimentos sobre a Inteligência e a Atividade ou Caráter que as mais vulgares observações deixam registradas} não foi aproveitado em toda a sua plenitude, para instituir a sua arquitetura científica.
Se isto não tivesse acontecido, em vez de só admitirem estar dominando a nossa natureza Moral o instinto sexual, teriam que aceitar que os nossos atos, assim como os nossos pensamentos, desprezam a existência de outros instintos, cuja influencia move estes pensamentos e estes atos, sem que muitas das vezes possamos percebe-los.
Assim o instinto nutritivo, muito mais forte, mais dominador do que o próprio instinto sexual; que se manifesta em sua completa expansão, durante toda a nossa vida; desde o nascimento até o túmulo( salvo o caso de moléstia), enquanto que o instinto sexual, só entra realmente em cena, da puberdade, ao fim da maturidade ( salvo os casos de aberração).
O Instinto Sexual (conservação da espécie), é tão subordinado ao instinto nutritivo ( conservação do indivíduo), que embora intimamente ligados; o primeiro tende a enfraquecer-se e mesmo a anular-se, desde que não haja uma suficiente nutrição individual. A este respeito , a sabedoria Católica reconheceu, quando pelo seu autorizado Sábio, Thomas de Kempis*, disse no seu livro a Imitação de Cristo; que refreando a gula, mais facilmente refrearás todas as tendências carnais. *( 1380 1471 da Segunda metade do século XV, autor da mais sublime epopéia moral do Catolicismo; cujo manuscrito original, está na biblioteca real de Bruxelas, datada de 1441)
Cabe neste momento ao leitor, procurar primeiramente tomar conhecimento, da Teoria Cerebral de Augusto Comte, para melhor conhecer e interpretar o que estamos abordando cientificamente. Vide o livro Manobre Você Mesmo o Seu Destino, onde se encontra detalhadamente explicado este assunto, referente as 18 funções da Alma, pelo enfoque Científico. Isto é, com base nas três manifestações Estáticas da Alma Humana: Amar, Pensar e Agir; e por isso, o seu entrelaçamento Dinâmico, fica indicado pela formula : Agir por Afeição e Pensar para Agir.
Prosseguindo; indagamos: e o Instinto Materno?
Por acaso os animais principalmente as fêmeas, não cuidam dos filhos por instinto; não os defendem até a morte contra as agressões exteriores?
E ainda, nos próprios animais, o instinto materno ou de posse, não se combina com o instinto altruísta de bondade, para construir o Amor Materno? Esse instinto não vai nas aves, até o ponto de esquecerem a própria necessidade de conservação, fazendo-as morrer de inanição, no período do choco durante o qual o instinto materno as domina inteiramente?
Quem ainda poderá contestar que a cólera, a violência, que vão até ao assassinato; a conduta demolidora, sarcástica, o da contradição, etc., não sejam movimentos oriundos, de outro instinto, também bastante enérgico, muitas vezes indomável, o instinto destruidor ?
E o Instinto Construtor, que conduz os animais à melhorarem as condições do seu habitat, impelindo-os à construírem suas moradas, muitas vezes com tanto engenho?
E o Orgulho, instinto que os leva ao domínio, não só dos seus semelhantes; mais ainda dos animais de outras espécies, e da própria natureza física exterior?
E a Vaidade, instinto que os move, principalmente no caso humano, a esse desejo de ser admirados em si mesmos, ou em outras obras, e que sendo o menos prejudicial a Outrem, torna-se o mais tolerável, e muitas vezes mesmo pitoresco nos seus excessos?
Para ser lógico, o Sr. Freud deveria ter admitido todos estes instintos e não reduzir tudo ao Instinto Sexual, e só vagamente, muito por alto, referir-se ao instinto nutritivo e ao materno; e ainda ao instinto combativo ou de destruição; e aos instintos Sociais, os Altruístas, que para ele e seus discípulos, pouco influi na nossa vida Moral. Belo Absurdo.
Mas não é só isso.
Do mesmo modo que os animais vertebrados superiores, possuem todos estes instintos, que os conduzem ao amor de si mesmos, isto é, os instintos egoístas : gerando a Personalidade; ainda possuem outros instintos, que os levam, ao Amor de Outrem Altruísmo, gerando a Sociabilidade.
E não há outra forma para se explicar, que o Apego ( amor entre iguais, isto é, entre irmãos, amigos etc.) entre muitos animais, principalmente nas Aves, como exemplo o cisne e também entre os elefantes ( Vide Buffon Histoire Naturelle des Animaux), que chegam à instituir um amor conjugal indissolúvel, que poderiam servir de padrão à muitos Homens. Que o cão, já por muitos apreciados leve a sua gratidão, pela Veneração (amor ao superior) ao ponto de suportar todas as misérias e mal tratos, que muitas vezes o homem lhe inflige. E do mesmo modo que o Apego e a Veneração , não podemos de esquecer outro pendor, a Bondade, que não pode fugir, naquele que nasceu Bom.
Não há duvida, que possuímos Sentimentos quer Altruísta quer egoísta, que dominam a nossa natureza moral e impulsionam todas as nossas ações, bem como os nossos Pensamentos; seria preciso que se subvertessem os princípios biológicos mais solidamente estabelecidos, para pretender que tais instintos ou funções, se originem dos órgãos da Inteligência, ou dos da Atividade, cujas funções são tão diferentes; ou mesmo das vísceras fígado, pulmões, estômago, coração etc. , como se pensava antes de Gall.
Estas funções ou instintos dos Sentimentos, não podem deixar de possuírem órgãos próprios, isto é, não podem deixar de partir, cada um deles, de um grupo de neuronios, que imprimam aos outros órgãos da inteligência e da atividade, às tendências que constituem a sua específica natureza. Eles proporcionam os desejos, que em si mesmos, impedem o raciocínio; mas que ligados aos outros órgãos , pela trama cerebral, inspiram tais ou quais idéias, cujo o conjuntos destas idéias formam os Pensamentos, e nos conduzem a agir no sentido da sua satisfação. Conforme a intensidade de sua manifestação, isto é: o grau do Entusiasmo, eles se apresentam como: desejos, pendores, paixões e impulsos. Por isso, agimos sempre por afeição; mas como temos inteligência, e ao sermos normais, pensamos sempre, antes de agir. Quando porem o sentimento é intenso, isto é, nervoso ou ativamente doentia, de elevado grau egoístico, pode levar-nos a agir antes de pensar, e ocorrer o Instinto ou a função.
O tipo fisiológico normal, da ação movida pela função ou instinto, sem a concordância da inteligência, está na criança, que ao nascer, logo procura satisfazer o instinto nutritivo, o primeiro, que desponta.
Caso Freud estivesse animado do mesmo gênio e do mesmo conjunto de sentimentos altruístas do ilustre precursor de Augusto Comte, o Grande Gall, não poderia ter deixado de admitir, para cada função ou instinto, uma cede cerebral, isto é, um órgão, que lhe fosse exclusiva. Mas como a sua formação de educação sentimental tinha origem nas raízes teológicas do velho Testamento de fundo altamente egoísta, fortalecido por seus próprios e aguçados sentimentos sexuais, procurou linhas de raciocínios metafísicas, que o deixou ficar no vazio, pretendendo reduzir tudo a um único instinto ou função, aceitando a contradição biológica de admitir uma função sem órgão, indefinida, difusa; confundindo-se com a própria concepção Dinâmica da Vida, correlata à concepção estática de organismo, e não à de Órgão, que se liga a concepção de Função. É a sua Libido, isto é, a sua paixão sexual.
Augusto Comte tem toda razão quando diz que, a descoberta de Gall, relativa a cede cerebral dos Sentimentos foi a maior descoberta dos tempos modernos; porque ela marca, a extinção da teologia e da metafísica, no domínio das ciências superiores (biologia, sociologia e moral), tornando-se mais importante que a descoberta do movimento da Terra, realizada por Galileu Galili, que o fez para as ciências inferiores (astronomia, física e química).
Quem não tiver tido a capacidade de aceitar a renovação de Gall, por mais tratos que der a sua inteligência, nos remanejamentos destas ciências, nada poderá fazer de positivo, isto é, de real e verdadeiramente útil. Terá que continuamente renovar o mesmo caminho já trilhado, pelos antecessores de Gall. Como por exemplo, em relação à Ciência Moral, que estuda a Alma Humana, chame-se de psicologia funcional ou estrutural - como se fosse possível separar o estudo dos órgãos dos das funções e vice versa; chame-se de psicanálise, com o seu subconsciente, os recalcamentos, as sublimações, as transferencias, os deslocamentos, as condensações, os simbolismos, os complexos, etc., que redundam nas mesmas e contínuas e constantes discussões, gerando dúvidas, complicações, nomenclaturas, barafundas, confusão, que se jogam mais com as palavras ou mesmo com a imaginação, do que com fatos verdadeiramente reais.
Porém é lamentável e custa crer, que hoje em dia, homens de ciência possam negar, que esta noção fundamental da existência no Cérebro, de grupos de células que sejam afetas à diferentes extintos, cujo conjunto representa a base Sentimental de toda a nossa vida cerebral; - aceite-se isso, cuja realidade ficou taxativamente demonstrada na obra de Gall "Funções do Cérebro", e todas as dúvidas e complicações desaparecerão como por encanto. Chega de discussões meramente acadêmicas, está chegando a hora de se agir.
Que dificuldade poderá haver em se reconhecer, por exemplo, que um grupo de neuronios, os que constitui a função do instinto nutritivo, cuja sede está sendo controlada pelo Diencéfalo, mais precisamente no Hipotálomo; e que se acham ligadas com todos os aparelhos de nutrição; que estes mesmos grupos de células, estejam ainda ligados, por condutores nervosos destituídos de membranas, à outros órgãos cerebrais, seja do movimento para estimular a ação, seja da inteligência, para estimular o trabalho mental ?
Que o mesmo, que ocorre no texto acima citado, também sucede com os instintos sexual e materno, alias os únicos, que alem das reações cerebrais, que todos provocam, matem ligações diretas com os órgãos corporais, no todo ou em parte ?
O estimulo que tem origem em cada um desses grupos de neuronios sentimentais, pois cada função tem que ser exercida por um órgão, que lhe é correspondente, tem um modo particular de afetar o conjunto do cérebro e mesmo do organismo, que se exerce em uma determinada direção, e para este fim exclusivo, caracterizado pela natureza das ligações existentes entre eles e os outros órgãos cerebrais ou dos órgãos somáticos. É um fato semelhante ao que se passa numa pilha elétrica, ligada a uma lâmpada ou a um aparelho motor. A pilha é como se fosse o órgão sentimental; a lâmpada a inteligência; o motor o órgão da ação. Os três elementos físicos isolados nada produzem por si mesmos. Mas uma vez ligados, determinam os efeitos elétricos da luz e do movimento. No aparelho cerebral dá-se um fato semelhante. Cada um dos conjuntos do aparelho da Alma Humana, isolados nada produzem. Uma vez ligados, uns reagem sobre os outros, e determinam os fenômenos dos Sentimentos, da Inteligência e da Ação. Mas cada uma das três manifestações psicológicas ou anímicas, isto é, da Alma, tem os seus próprios órgãos, cujas funções não podem ser exercidas pelos outros órgãos.
Esta é a realidade da questão, que não pode ser mais posta em dúvida, senão pelos que ainda estão dominados pela teologia, que apelam para o sobrenatural, ou pelos metafísicos que se contentam com palavras.
Conforme a predominância de cada um destes três conjuntos da alma, na elaboração dos pensamentos, podemos distinguir três espécie de lógica : a dos Sentimentos, as das Imagens e as dos Sinais segundo Augusto Comte. O Mestre dos Mestre explica a lógica dos Sentimentos como sendo a combinação das imagens por meio dos sentimentos.
Segundo um princípio de Gall, em que Augusto Comte considera luminoso, a contiguidade dos órgãos é determinada pela analogia das funções. Por isso, os instintos mais enérgicos, o nutritivo, o sexual e o materno, que se ligam aos órgãos somáticos, ficam na parte posterior e inferior do encéfalo, sendo que os dois da conservação do indivíduo e da espécie tem por sede o cerebelo. Acima deles, ainda na parte posterior do cérebro se localizam os outros quatro instintos egoístas.
Porém, os sentimentos Altruístas tem uma maior ligação com o exterior, pois não só no exterior podemos encontrar os objetos de nossas afeições, mais desprendidos de nossa personalidade. Por isso, acham-se mais próximos da Inteligência, na parte superior e inferior do cérebro.
Entre as duas regiões sentimentais egoísta e Altruísta, ficam os órgãos da ação ou caráter, afim de receberem o impulso simultâneo de uma ou de outra das duas regiões sentimentais, Ninguém mais contesta que a sede dos Sentimentos, fica na região denominada rolândica, ou suco central; que é um suco profundo e geralmente contínuo, que percorre obliquamente a parte superior do hemisfério, separando os lobos frontal e parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério, aproximadamente no meio de sua borda dorsal, e a partir deste ponto dirige-se para diante e para baixo, em direção ao ramo posterior do sulco lateral, do qual é separado, por uma pequena prega cortical. É ladeado por dois giros ou sulcos com circunvoluções cerebrais, paralelos; um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do suco central, relacionam-se com a motricidade ou caráter ou ação; enquanto as situadas atras deste suco, se relacionam com a sensibilidade.
Alguns dos instintos ou órgãos egoístas ligam-se mais estreitamente entre si do que outros, conforme os resultados que tendem à reforçar-se. Assim é fácil reconhecer no homem, a maior combinação do instinto sexual, do instinto da destruição e do instinto do orgulho; já na Mulher ocorre entre os instintos materno, construirão e o da vaidade, o que é muito lógico. A superioridade do instinto feminino, no que se refere a sociabilidade, fica manifestada desta forma, mesmo em relação a parte egoísta, que é mais enérgica no homem.
O instinto nutritivo é o centro coordenador de todos os outros instintos egoístas, como o Sentimento da Bondade é o centro coordenador do Altruísmo.
Assim em ultima análise, resulta que a unidade afetiva, na subordinação do instinto conservador ou nutritivo à Bondade
Os complexos de Freud, de encadeamento tão complicado e artificial, ficam no que tem de real, explicados pelas ligações entre todos os instintos, com predominância de uns ou de outros, conforme as diferenças individuais. No que tange também a sua sublimação, não é mais do que a subordinação do egoísmo ao Altruísmo. Para que haja sublimação, é necessário que os instintos egoístas fiquem de fato reduzidos, pelas exigências sociais, permanecendo com todo o seu poder dinâmico, que fatalmente acarretaria, segundo as circunstancias do meio ou do próprio indivíduo, todos os malefícios que Freud atribui ao recalcamento do subconsciente. Isto não é mais do que, aquilo que sempre foi chamado de Educação. No entanto, Augusto Comte indicou com precisão a significação deste desejo supremo da Humanidade, em elevar o nível Moral de seus filhos. O que Freud fez, foi nada mais que substituir o termo, Educação, tão bem apropriado; pois educar, quer dizer elevar o nível de sociabilidade, por outro de significação impreciso e vaga, segundo o costume vicioso da metafísica. Por outro lado Augusto Comte, que só criou dois neologismos, a palavra Altruísmo, para exprimir o amor à outrem , e a sociologia, para exprimir a ciência social, ele criou, e também deu a chave do problema da Educação, com seu quadro da Alma Humana.
Educar não é mais do que exercitar o Altruísmo e deixar esquecido o egoísmo, sem procurar exageradamente reprimi-lo; o que poderia dar um resultado maléfico o inverso.
A existência dos órgãos sentimentais ou afetivos, mostra que o problema é perfeitamente sanável; pois que por um dos princípios mais elementares da biologia, onde o exercício desenvolve conjuntamente o órgão e a função; enquanto que a falta de exercício os diminui e atrofia.
O problema fundamental humano, torna-se atributo ou propriedade característica do Culto e não somente do Dogma Científico; é um problema Moral e não Político, e muito menos econômico; é um problema da Arte de Educar - Educação, mais profundamente é um problema de ordem Religiosa; e o seu ofício só pode ser exercido pela Mulher e pelo Sacerdote; e não pelos Órgãos Oficiais, isto é, do Poder Temporal ou Material. Isto pode ser comprovado, ao se estudar a Teoria Cerebral Positiva, fundada por Augusto Comte. EDUCAR É SUBORDINAR O EGOISMO AO ALTRUÍSMO. É MECHER COM OS SENTIMENTOS, VIZANDO SOCIABILIZAR OS HUMANOS. Instruir é ensinar as ciências as artes e o regime, no caso do positivismo , o Regimen Sociocrático.
Quanto a Teoria dos Sonhos, não pode ser atribuída à Freud, pois Augusto Comte alerta para o papel que pode representar, uma analise positiva dos Sonhos, com vista a conhecer-se a verdadeira realidade de nosso estado sentimental, revelado pelas imagens, que este estado sentimental (o único que fica mais desperto durante o sono) faz surgir.
A este respeito, Freud faz uma análise muito sutil e complicada, enquanto o Mestre dos Mestre Augusto Comte é simples, claro e real, na suas exposições sobre o Sonho.
Rignano (citado por Carlos Baudouin no seu livro Etudes de Psicanalise) sustenta que as moléstias do raciocínio, são no fundo, moléstias do sentimento; e acrescenta que os fenômenos da atenção (aplicação cuidadosa da mente, isto é, as ações de origem dos órgãos da Inteligência) se reduzem à fenômenos sentimentais. Ele está ligeiramente correto. No entanto, não assimilou inteiramente o conceito de Augusto Comte. O Genial Reformador, sustenta que a grande maioria das moléstias, não só cerebrais como mesmo as corporais ou do soma, tem origem sentimental, próxima ou remota, e é neste principio positivo, que se baseia e cria toda a Teoria da moléstia e da saúde. Vide o Livro a ser editado, de P. A . Lacaz com o título ainda não escolhido - A Bíblia Científica / O Futuro Testamento / A Ciência Moral Teórica Positiva ou A Síntese Subjetiva da Moral Científica.
Na verdade, se o equilíbrio orgânico de que resulta a saúde, sempre depende da harmonia convergente das condições interiores e exteriores, que atua sobre o organismo, como um todo; o que eqüivale em ultima analise, ao equilíbrio entre o cérebro e o corpo; também é incontestável que na espécie humana onde deve predominar a sociabilidade sobre a personalidade; a influencia do cérebro é decisiva, bem como é nele que o estado sentimental domina a questão. Assim podemos garantir que não havendo entre o estado de saúde e o de moléstia, senão diferenças de grau de manifestação dos fenômenos, segundo a leis do Grande Brousssais (1772 1838 )*, a situação não muda na interpretação dos fenômenos mórbidos ( *subordinou a patologia à fisiologia, realizando as aspirações de Boërhaave (1668 1738 ) que reconheceu a preponderância biológica do sangue, e a necessidade de subordinar a Arte Médica à ciência Biologia.)
Por isso, a moléstia se manifesta quando os limites da variação, na intensidade dos fenômenos, que atuam sobre o organismo, ultrapassam os limites de variação, compatíveis com a saúde, para mais ou para menos.
A agitação sentimental, isto é, a Emoção, resultante do predomínio da personalidade egoísmo sobre a Sociabilidade Altruísmo, deixa o organismo por demais susceptível á todas as outras influencias, capazes de gradativamente romper o equilíbrio da harmonia orgânica.
Quanto ao Cérebro, não é difícil perceber, quanto a nossa natureza moral depende dos nossos órgãos sentimentais.
A inteligência a conselheira, e o caráter a execução, são apenas os ministros do coração ou sentimento .
O Sentimento é que dá o impulso e a diretriz à todos os nossos pensamentos e a todos os nossos atos.
Para que haja, não só o equilíbrio cerebral como a corporal, é necessário que a personalidade ( de origem do egoísmo ) se subordine à Sociabilidade ( de origem do Altruísmo), pela pacificação de todas as nossas emoções elevadas e de alto grau de intensidade, sobrepondo a lucidez e a razão. Somente assim teremos conseguido não somente a saúde da " Alma", como a do corpo ou soma.
Para aqueles que ainda estão na fase metafísica, como a grande maioria dos atuais psicólogos, convido-os para executarem uma experiência. Que admitam, mesmo por um instante, que é realidade o que acabamos de dizer em relação a nossa natureza moral. Raciocinem mesmo por diversão, com estes poucos dados disponíveis, procurando esclarecer tudo que se relacione com a Psicanálise de Freud, e com grande satisfação verão como todas as nebulosidades irão se dissipar.
Mas, para melhor ilustrar o fenômeno do Sonho, devido a sua importância e sua complexidade, vamos nos estender mais um pouco; mas de antemão sugerimos que os leitores tomem conhecimento da Teoria Cerebral de Augusto Comte, que pode ser encontrada no Livro Manobre Você Mesmo o Seu Destino, de autoria de P. A . Lacaz e H. G. Costa, onde a "Alma Humana" é bem apresentada cientificamente, segundo Augusto Comte.
Ao observarmos que o fenômeno do sono, se subordina a grande Lei Natural da Intermitência, que consiste na necessidade alternativa de exercício e repouso, característica de toda vida de relação, sensação e movimento, sem excetuar nossos mais nobres atributos: afeição, inteligência e atividade. (Bichat 1771 1802 ) Símbolo da Ciência Moderna, Bichat representa a Biologia, penúltima das ciências da Escala das Enciclopédicas, que pode desenvolver independente da Filosofia; Bichat simboliza a ciência, pois a Biologia envolve a Química, e portanto a Física, a Astronomia e a Matemática. Fundou realmente a Ciência da Vida, ao estabelecer a relação entre os organismos e o meio; e o conceito dos tecidos comuns aos diversos órgãos, que determinam as funções do organismo, cuja vida de relação se subordina à nutrição. Glorifica-se a ciência Moderna que chegou a fundar a nova disciplina, desde logo mental e em seguida social e por fim moral, da existência humana. Esta grandiosa evolução estabeleceu a Fé Demonstrável, que constitui o Dogma definitivo do Gran Ser - e as Divindades Positivas o constitui Família, Pátria e Humanidade. O término desta evolução exigia não só a transformação do espirito teológico, isto é, da inteligência que funciona o seu raciocínio, por meio da fase teológica, onde Deus explica tudo, em científico, por intermédio da metafísica, mas também no advento da mentalidade positiva, isto é, que seja real, útil, certo, preciso, orgânico, relativo e sobretudo social. Durante a primeira fase da revolução ocidental, sec. XIV e XV, a ciência continuou a evolução grega, conservada pelos Árabes. Surgiram as investigações químicas e anatômicas; e desta forma os médicos, foram simultaneamente alquimistas, astrólogos e algebristas. Porém na Segunda fase dos XVI e XVII, a Ciência Moderna manifestou o seu caráter próprio, personificado em Galileu Galilei (1564 1642), com o grande desenvolvimento da Matemática e da Astronomia, com a iniciação da Física e com o prosseguimento dos estudos químicos e biológicos. A partir da terceira fase do século XVIII até a fundação da Religião da Humanidade, a Ciência Moderna efetuou suas construções definitivas em Matemática e Astronomia, representadas por Isaac Newton (1642 1727). Por outro lado, as concepções fundamentais da Química e da Biologia representadas por Lavoisier, Bichat e Gall , conduziram ao Supremo Mestre Augusto Comte à construir a Escala Enciclopédica e a completá-la com as grandes concepções da Sociologia e da Moral Positivas. A influencia angélica da Clotilde de Vaux, que lhe permitiu construir com as concepções positivas, o Dogma religioso do Gran Meio, do Céu, do Fluido, do Gran Fetiche, da Vegetalidade, da Animalidade, do Gran Ser (Família Pátria e Humanidade).
Lei esta que obriga a supressão periódica de toda vida animal ou de relação, pelo adormecimento da sensibilidade e do movimento, e portanto, de toda a região cerebral, que a eles se liga a Inteligência e a do Caráter. Porem a região sentimental do cérebro mantém-se desperta, salvo o repouso alternativo de suas duas metades simétricas.
Quando o sono é profundo, como nas primeiras horas do fenômeno, ou nas ocasiões de grande fadiga física ou mental, não se verificam sonhos. São nos momentos que precedem o despertar, ou quando a afetividade se acha exaltada ou agitada, que principalmente eles aparecem. Em virtude da ausência de estímulos exteriores dos sentidos e da retificação interior da região meditativa da inteligência, é só pela formação da imagens (a parte passiva), que eles se desenvolvem; e estas imagens obedecerão inteiramente a lógica dos sentimentos, única e dominante.
Os sonhos serão da natureza do estado afetivo, e se formam e se combinam segundo os sentimentos que simultaneamente ou alternativamente dominarem a cena. Jamais poderíamos buscar uma lógica nessas imagens, em si mesmas. São muitas vezes as mais bizarras, as mais inverosímeis, as mais tumultuosas, se quisermos encontrar alguma correspondência entre estes quadros interiores e a realidade exterior, mas revelam inteiramente toda a realidade interior do estado afetivo. Os elementos dessas imagens representam os fragmentos das impressões recolhidas pelos sentidos, em todos os tempos e em todos os lugares, quase sempre as mais recentes; mas a sua combinação fica inteiramente à mercê dos sentimentos dominantes.
Notamos que essas imagens são principalmente visuais, porque o sentido da visão é o que mais fornece os quadros mais comuns da vida real. Os cegos só sonham com as imagens instituídas pelo sentido do tato. São ainda concretas e não abstratas, representam principalmente os seres e não os fenômenos; porque também, a contemplação dos seres nos é habitual. No entanto imagens abstratas podem surgir durante o sono, principalmente nas pessoas de cultura científica. Mesmo a meditação pode ser despertada. Então um trabalho mental iniciado em vigília pode continuar, enquanto se dorme. .
Daí a manifestação dos sonhos quase simbólica o estado sentimental ou afetivo é representado por uma imagem qualquer, por mais extravagante que seja, mas sempre relacionada com ele.
É um fenômeno análogo ao que ocorre quando ao dormir, uma sensação se desperta pela excitação exterior. Como exemplo podemos indicar: em noite de inverno, um pé se descobre; e o indivíduo sonha que está atravessando um rio, ou que um cirurgião lhe opera o membro por meio de anestésico local. A sensação de frio despertou imagens correspondentes à ela, mas sua arquitetura foi toda arbitrária. Entretanto qualquer que fosse a representação simbólica seria relacionada com o frio e não com o calor; ou com qualquer outra sensação
Objetivando sintetizar o assunto, o que predomina no sono é a lógica dos sentimentos, ficando-lhe a lógica das imagens inteiramente subordinada; e a dos sinais, quase inteiramente suprimida.
Com relação a este ultimo ponto abordado, notemos que nos sonhos não usamos sinais fônicos e gráficos, por isso é que estes se originam da ligação entre as sensações e as contrações, cujo adormecimento constitui a característica da lei da intermitência. Eles só se despertam, isto é, aparecem, no fenômeno do sonambulismo, que à consiste em um estado mórbido. É por esta razão que muito raramente ouvimos as palavras das personagens durante os sonhos; e também porque os sons são raramente ouvidos, do mesmo modo que as cores vivas não aparecem. A presença destes elementos das imagens deve ainda fazer supor um estado patológico latente.
O sono inteiramente normal é raro, porque raras também são as pessoas verdadeiramente normais do cérebro e do corpo, nesta vida contemporânea. O sono normal deveria ser tranqüilo e profundo e os sonhos só deveriam mostrar imagens despertadas por bons sentimentos. No entanto, as perturbações sentimentais, raramente hoje em dia, comportam este estado Emocional, e o sono é quase sempre incompleto, e mais ou menos agitado; e nos sonhos, as imagens revelam a natureza egoísta dos sentimentos dominantes. Então, o instinto conservador desperta imagens correspondente a cobiça riquezas, perdas de bens materiais, etc.; o sexual desperta imagens aos prazeres materiais sensual; os destruidores, trazem imagens de lutas, violências, assassinatos; o orgulho e a vaidade, trazem imagens ambiciosas de domínio e de felicidade, de luxúria, etc. .
Os sentimentos se combinam desordenadamente, e também as imagens surgem desorganizadas, e esta desorganização é tanto maior quanto maior for a agitação sentimental, isto é, o grau da Emoção. Por sua vez, o estado do soma influi sobre a região sentimental, por meio dos órgãos nutritivo, sexual, nos homens; e por meio dos órgãos maternos na Mulher; e que se ligam aos respectivos nervos, aos instintos correspondentes do aparelho cerebral. O instinto conservador quando exaltado, principalmente quando existe o habito de dormir após as refeições, é que determina os sonhos terríveis, que são conhecidos por pesadelos.
A agitação sentimental ou estado de grande Emoção, pode chegar a excitar a região motora, surgindo o sonambulismo, de que a excitação verbal é um equivalente; com isto, surge o falar durante o sono, normalmente balbucia um conjunto de palavras muitas vezes desconexas.
Para resumir, os sonhos se apresentam como uma cena muda, em claro e escuro. As imagens são visuais e geralmente concretas; e em sínteses pitorescas ou dramáticas simbolizam o estado real de nossos sentimentos.
Estas poucas notas a respeito da verdadeira teoria dos sonhos, espero que sejam suficientes para poder esclarecer aos metafísicos e teologistas que ainda insistem em discutir, um assunto que desde Augusto Comte, está esclarecido de forma científica.
Muitos como Freud até hoje apelam para o subconsciente, para os recalcamentos e para a supressão da censura. Não é difícil reconhecer sua sutileza, e que apenas aflorou à realidade, sem nela ter penetrado, para conhecer realmente de forma cientifica a realidade da questão. Com efeito, substitui-se o subconsciente pelos instintos, os recalcamentos pela luta entre o Altruísmo e o egoísmo O Estado Emocional, e a censura pela retificação originada da região meditativa da inteligência há necessidade do leitor tomar conhecimento da Teoria da Abstração, para poder melhor compreender o funcionamento dos órgãos da inteligência, e desta forma terá conhecimento do verdadeiro panorama sobre o fenômeno do sonho.
A Psicanálise de Freud, não é mais do que a pesquisa dos sentimentos dominantes, durante o sono ou vigília; e como tal, não é nenhuma e não foi nenhuma nova descoberta; salvo apenas o nome, pois não é de hoje que todos nós procuramos penetrar nos arcanos ou mistérios da Alma Humana; mas esta questão já estava cientificamente esclarecida à mais de 150 anos, pelo Mestre dos Mestres, Augusto Comte. Mas podemos também solicitar as respostas das Mães, em relação aos seus filhos, e dos amantes entre si, para nos certificarmos do que estamos cientificamente apresentando.
Freud só trouxe à questão do sono, um novo nome para explicar o caso, sempre os nomes, trazendo mais uma vez, uma explicação metafísica e confusa.
Se em vez do subconsciente e de sua obsessão sexual, tivesse admitido a existência cerebral de varias funções egoístas e altruístas, teria abordado o problema de modo verdadeiramente positivo, isto é, real, útil, certo, preciso, orgânico, relativo e social, e teria incontestavelmente sido útil à Ciência; como muitos foram e são à Matemática, à Astronomia, à Física, à Química, à Biologia, à Sociologia e à própria Moral Positiva, onde entre as Sete Teorias, que a compõe, encontramos a Teoria Cerebral de Augusto Comte, onde se analisa a "Alma Humana", de forma científica, e não metafisicamente ou teologicamente.
Se por acaso existisse essa relação entre a doutrina de Freud e a verdadeira Teoria da Alma Humana, desenvolvida por Augusto Comte, seria o caso de aceitá-la; mas não é assim. Uma coisa é colocar as questões em termos reais, claros, precisos, que não deixem duvidas ou sofismas; e outra é abordá-las
incompletamente, sem penetrar-lhes no âmago, deixando lugar a toda dúvida e confusão.
O ponto nevrálgico do problema está em aceitar-se a tríplice constituição cerebral Sentimental, Intelectual e Ativa.
Não somente a Inteligência como a Atividade, mas também o Sentimento, são funções distintas, bem como os seus respectivos órgãos; e através desta constatação é que consiste a maravilhosa descoberta de Gall.
Mas essa constituição cerebral não pode ser revelada pelos simples métodos Objetivos, que subordina a analise dos órgãos ao estudo das funções. Tal é o ponto capital, que teria de permitir a solução do problema.
Eis o que diz Augusto Comte sobre a teoria dos Sonhos:
" Ao constituindo a dinâmica social, lastimei o desuso a que o monoteísmo sujeitou as especulações do politeísmo sobre esse grande fenômeno (sonho), e antecipei-lhe a reabilitação sistemática, no estado final da razão humana (Estado Normal). Pode-se agora conceber-lhe a origem positiva, que será desenvolvida no tratado prometido. ( o de Moral Positiva, que infelizmente não foi escrito devido a sua morte prematura). A tríplice influencia acima indicada ( dos aparelhos nutritivo, da sexualidade e da maternidade), permite apreciar as relações diretas (dos nervos correspondentes, sobre os instintos cerebrais), e mesmo as indiretas (pelo sangue), que a supressão das relações exteriores deve introduzir na vida interior, quer corporal, quer cerebral. Mas isso supõe, que realizando um voto à Cabanis, se tenham formado, primeiro do sono das noções superiores que ainda prevalecem. Segundo minha teoria cerebral, este estado nunca apresenta um caráter puramente passivo, pois que a vida sentimental, nele persiste tanto quanto a existência vegetativa. Diretamente imperceptíveis uma da outra, produzem resultados apreciáveis, modificando a inteligência e mesmo a atividade mais profundamente do que a sua influencia se complica com o meio. Tal é o principio segundo o qual a ciência sagrada ( A MORAL ) poderá sistematizar a interpretação subjetiva dos Sonhos, de modo a regular seu curso por impressões convenientes, cerebrais e corporais" ( Política Positiva, pag 240)
Sintetizando, infelizmente, todos estes fenômenos da Alma, de difícil interpretação sem base científica, elaborada por Freud, que pretendeu formar uma doutrina tão irracional como imoral. Ele embaralha tudo, isto é, todas as funções intelectuais, simples e complexas, e tudo isso ele mistura, sem se dar conta do que está fazendo, com os Sentimentos.. Aí está a irracionalidade. Quanto aos Sentimentos, que ele, aliás, com os restantes dos psicólogos, confunde com as idéias, cujo o conjunto formam os Pensamentos. Freud considera que só há um único instinto dominando no conjunto da existência humana, desde o berço até o túmulo aqui a Imoralidade.
Para ele como para os Psicólogos, consciência é apenas o que está vivamente, num dado momento na Inteligência. (Primeiro erro).
Sub-consciência é o conjunto de lembranças que podem ser facilmente evocadas ao campo da consciência. (Segundo Erro).
A Inconsciência é representada pelo conjunto das lembranças, que dificilmente podem ser desprezadas, porque representam idéias que foram voluntárias ou involuntárias para serem ai recalcadas , pela Educação, por serem julgadas anti-sociais, ou porque por qualquer circunstancia, nos foram penosas, cujas lembranças nos fariam sofrer. (Terceiro Erro)
Assim para ele existe no cérebro, um recanto misterioso para onde recalcamos tudo que é, ou julgamos ruim nosso " refugium pecatorum" -
Em dadas circunstancias, quando a consciência (o censor), perde a energia recalcante (metafísica), estas lembranças esquecidas, quase sempre pecaminosas, podem então voltar ao campo da consciência. A luta entre o inconsciente e o consciente; quando é grande, pode determinar muitas moléstias, principalmente nervosas, as obsessões, etc. .
O Sr. Freud evidentemente confunde, consciência com memória. Consciência, supõe muitas vezes memória, sem contudo confundi-se com ela. Os dois fenômenos são diferentes, embora exijam para a sua normal realização, o justo funcionamento dos órgãos intelectuais, no seu conjunto. A memória evoca à consciência, os estados anteriores de nossa existência. Isto é um fenômeno. Mas a memória tanto difere da consciência, como estas, dos outros estados complexos da inteligência: imaginação, juízo, razão, etc. . Tanto assim, que uma pessoa pode Ter muita imaginação e pouco juízo; muito juízo sem grande memória; muita memória com fraca consciência, ou inversamente; bastante consciência com fraca memória. Estes fenômenos são todos correlatos, mas diferentes quanto ao estado de inteligência a que se aplicam.
Por outro lado, pode-se ainda reconhecer , que a inconsciência de Freud não representa mais que as disposições de sentimentais anteriores, as emoções, que foram adormecidas ou sopitadas, e cujas relativas imagens, se perderam ou ficaram esquecidas. Estas Emoções só poderão ser então despertadas, se as idéias ou imagens correspondentes, puderem ser por sua vez, evocadas. Mas se a Emoção se desperta, as imagens também podem voltar, juntamente com ela. Como se vê, o fenômeno da memória, fica por ele confundido, com o fenômeno sentimental ou afetivo.
Segundo explica Freud, a inconsciência seria senão um grau inferior da consciência. Mas isso é ainda confundir o significado de uma palavra onde consciência é uma coisa; e o inconsciente é o oposto. Agora, entre uma e outra, é que há graus intermediários de consciência diminuída, ou seja, se assim desejarmos chamá-los , de estados subconscientes.
Ao lado de sua extravagante teoria, o metafísico alemão, juntou o seu método de cura a Psicanálise O papel deste, consiste em revelar à consciência, a chaga oculta que a faz sofrer. E por uma maravilha curativa, desde que a idéia opressiva se manifeste nítida, no campo da consciência; ai o fenômeno da obsessão desaparece como por um encanto.
O principal inconveniente deste método, é que o médico e o paciente, tem que possuir bastante paciência para não desanimar, porque esta escavação do inconsciente, leva no mínimo 3 anos, para dar o resultado prometido. E o que normalmente acontece, é que o paciente se entrega aos conselhos dos sentimentos do medico, e fica preso à todas as decisões e às sugestões de outro cérebro. Normalmente o psicólogo não cura o problema patológico, provocando dependência eterna do paciente, e faturamento garantido por muitos anos.
Como se vê, tudo altamente artificial e muito errado; bem como transformar o organismo humano, em um grande aparelho sexual, torna esta doutrina uma grande e espantosa aberração !
Os nossos avós diriam, com muita inteligência, que Freud tomou a nuvem por Juno* ; ou ainda julgou os outros por si mesmo.
Assim, vamos parar de discutir e vamos agir, cientificamente.
Saúde, Respeito e Fraternidade
P. A . Lacaz / Positivista
www.doutrinapositivsta.hpg.com.br
www.multimania.com/clotilde/urls.htm
Bibliografia Consultada
Tese Da Influência do Fatores Sociais sobre a Degeneração da Espécie Humana - do Dr. Jefferson Sensburg de Lemos. Cadeira de Clinica Psiquiátrica e Doenças Nervosas Da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro - 1902
Assuntos Médicos Sociais Dr. Jefferson de Lemos, Vice Diretor de Assistência à Psicopatia - 1935 Hospital Nacional de Alienados - Rio de Janeiro.
Meditação Sobre a Medicina Breves considerações entre o Físico e o Moral - Dr. Jefferson de Lemos 1924 - Revista "O Hospital" Vol. 5 / 7 Rio de Janeiro.
A Alma Humana Funções Cerebrais - Dr. Jefferson de Lemos - 1981
O Que é Psicologia ? Artigo Publicado nos anais da VIII Reunião de Positivistas 1986 Químico e Professor, Dr. Ruben Descartes de Garcia Paula. Positivista, Membro da Igreja Positivista do Brasil Rio de Janeiro.
Introdução à Psicanálise de Freud Biblioteca Básica de Filosofia - Michel Haar Edições 70 Ltda. Lisboa Portugal traduzido do francês- 1979.
Compendio de Psiquiatria TH. Spoerri -1965 Editora Tory S/A - Barcelona Espanha .