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A
Educação
A
Moral Positiva
Major ou Coronel Professor do Exército Brasileiro
E
por
P. A . Lacaz
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A Educação,
sob o Ponto de Vista
Religioso (*),
de
acordo com a
MoralPositiva.
*
Entende-se por Religioso, o sentido de Doutrina – de Religar
Separadamente se apreciam de ordinário as três partes
essenciais que apresenta em geral a Educação Humana. Educação não é Instrução.
Entretanto pode uma delas abranger as outras duas, e até
mesmo corrigi-las em suas aplicações .
Na multiplicidade dos fenômenos inorgânicos (matemática,
astronomia, física e química), nenhum ainda foi descoberto em condições de
unificar, a totalidade dos demais.
Há, porem normalmente, em cada organismo, uma serie de
funções superiores (biológica,
sociológica e a moralista), que dispondo do consenso das inferiores
(matemática, a astronomia, física e química), concorre com estas, para
manter-lhe a vida no espaço planetário, onde se nutre.
O intimo concurso
dessas funções de modo estável, em nossa “Alma”, exige evidentemente, por
sua vez, a estabilidade cosmológica, mesmo porque não as conceberíamos
organizadas, dando existência aos seres vivos, sem esta estabilidade do mundo
exterior, sede estável da criação de todo eles.
Ambas as existências representam o constante assunto de
todas as nossas investigações, teóricas e praticas, cujo objeto é conhecer o
nosso Mundo, para agir sobre os seres, orgânicos ou não, que aí se transformam
incessantemente, no intuito de aperfeiçoa-los, modificando a intensidade dos
respectivos fenômenos; as duas apreciações conexas, são sobretudo
indispensáveis, quando se pensa em agir sobre a natureza humana, a fim de
melhorá-la. Elas são imprescindíveis quando se objetiva estudar o problema de
nossa Educação, como agora o fazemos, isto é, sem as abstrações
metafísicas que tanto o tem desvirtuado
.
Mas é mister, para isso, distinguir os três aspectos
capitais da Natureza Humana.
Segunda a constituição cerebral da Natureza Humana, cada um
de nós pode,
SENTIR, PENSAR e AGIR.
Imperaria no primeiro caso os Sentimentos, no segundo a Inteligência e no terceiro a Atividade.
Todas são em nós, contudo solidárias, ainda que
necessitemos considerá-las
separadamente, afim de apreciar, de modo cabal, o problema da Educação.
O nosso estudo exige porem, que
comecemos por defini-lo com precisão.
I) A Definição do Problema
da Educação, Derivada do Contexto Doutrinário ou Religioso
Este nobre objetivo*, nos deixa perceber que a Educação é antes de tudo
uma Educação Moral ou Educação dos
Sentimentos, ou Educação Propriamente Dita ; a Educação Intelectual ou Instrução, e a Educação Prática ou Tecnológica
A RELIGIÃO, efetivamente, conforme o justo sentido etimológico
do vocábulo que à designa, significa a ação
de religar, DA FORMA COMO ALUDIMOS ACIMA, isto é, religar o nosso estado interior, aos Seres que nos cercam, e ao
espetáculo exterior. Foi para isto que se uniram os três ramos da Educação : afetivo, intelectual e pratico, de
que se compõe a religião; Isto é,
CULTO, DOGMA e REGIMEN, respectivamente, dos quais o CULTO, justamente à
representa,
Existe
no seu DOGMA, a explicação do Mundo e
do Homem, por meio das informações contidas na Filosofia Teórica, de origem
objetiva – as 15 Leis Naturais Universais, ou Fatalidade Suprema e as Leis
Naturais das sete Ciências Básicas : matemática, astronomia, física, química,
biologia, sociologia e moral – acrescidas das normas técnicas, das tecnologias
derivadas de cada uma das 7 ciências
positivas – isto é, ciências, que possuem os sete atributos simultaneamente : real, útil, certo, preciso,
orgânico, relativo e social.
Aspira no REGIMEN, fixar as normas
mais convenientes à conduta de cada um de nós, tendo como principal enfoque, ou
mira, o bem de outrem, para que põe ao seu serviço, a Filosofia Prática, isto
é, a Tecnologia..
Vê no CULTO, desde quando o tornou
engrandecido e solene, com as Artes Estéticas ( Poesia, Musica, Escultura,
Mímica, Arquitetura), sem os sangrentos sacrifícios do passado; reduzindo a
prece interesseira ao Gran Ser – Família, Pátria e Humanidade, favorecendo a
sua adoração ; e ao reconhecimento de cada um de nós, pelo que hoje somos, e
pelo muito que lhe devemos, como supremo legislador da ordem moral.
Foi somente por esta evolução que a RELIGIÃO,
pode tornar o coração mais simpático, a mentalidade mais sintética e o caráter
mais sinérgico (sinergia - coordenação das qualidades praticas), fazendo-nos convergir para estado de unidade almejado, desde os tempos primitivos.
Revelada sob o monoteísmo, após
haver sido inspirada sob o politeísmo, a RELIGIAO adquiriu, finalmente, sua
constituição normal, incorporando, o fetichismos primitivo, que a este ultimo
precedeu, e tão espontâneo em nossa
natureza, às concepções positivas, que só na época moderna, logramos conhecer,
pela descoberta dos últimos três termos,
da série científica (biologia, sociologia e moral).
Não será supérfluo examinarmos em
seguida, como , sob o ascendente do CULTO, quando se iniciou e somente agora se
termina, a construção do verdadeiro DOGMA, que nos fornece a Base do REGIMEN
definitivo. Por isso, os estudos do Mundo e da Humanidade se tornaram o
constante objetivo e procuradas Teorias Religiosas.
Para explicar o Mundo, o único
artifício lógico, que ocorreu a principio, ao espirito humano, isto é, na
inteligência humana, foi sugerido pela lógica dos sentimentos; supondo o Homem,
que todos os seres possuam as paixões e vontades, que lhes são próprias. Uma
síntese tão espontânea na infância, não lhe tendo consentido a solução do problema, por confundi-lo com certos
dados.( a Vida com a Atividade), socorreu-se do modelo analítico, decompondo a
apreciação dos seres, no estudo dos
diversos fenômenos ou acontecimentos ,
que se distinguem, na existência de cada um deles.
Sendo as nossas contemplações, pela
insuficiência de sentidos de que dispomos, foram somente percebidas, como
distintas, sete categorias de fenômenos: matemáticos, astronômicos, físicos,
químicos, biológicos, sociológicos e morais, assim classificados, segundo sua abstração decrescente e nobreza
crescente, até aqueles ( 15 Leis Universais) que nos colocam acima da escala
dos outros seres vivos.
O estudo especial de cada uma dessas
ciências, finalmente habilitou, aos sábios às pesquisas das Leis Naturais, isto é, das relações
constantes, de sucessão ou de semelhança, entre os fenômenos, permitindo a
previsão, de uns pelos outros.
Apreciando tais Leis, em seu conjunto, os filósofos às generalizaram e
sistematizaram, na Lógica ou matemática, na Física Celeste ou Astronomia, na
Física terrestre mais geral, ou Física propriamente dita, na outra especial ou Química, na Biologia,
na Sociologia e na Moral, ciências estas caracterizadas pela previsão dos fenômenos, cujas Leis
instituem como ciências respectivas, do que em busca da verdade , por um
trabalho muitas vezes secular, se foi pouco a pouco conhecendo em relação ao Espaço, à Terra, e a Humanidade (
entende-se por Humanidade : “O conjunto
dos seres convergentes, do passado , do futuro e do presente, que concorreram ,
concorrerão e concorrem , para a melhoria do Bem Estar Social do Ser Humano na
Terra, e no Cosmos ou Espaço”).
Mas, alem das Leis, que cada um
destes três vastos domínios, está subordinado, existem outras Leis Gerais ,
onde elas são contidas , não só as
lógicas, ou as mais simples, e outras que são dimanadas do cosmos como também as físicas, atributo da Terra; e
as morais , que mesmo ai se divinizam; as quais se aplicam a fenômenos ou
acontecimentos quaisquer, inclusive até a marcha do entendimento humano, desde
as primeiras manifestações, tanto no indivíduo, como na espécie.
O conhecimento destas verdades chamou-se de Filosofia
Primeira, segundo os votos de Bacon, seu fundador; embora um maior numero
destas Leis Naturais somente foram
percebidas quando já se conhecia as sete ciências básicas, conhecida também por
Filosofia Segunda.
Resume-se nestes dois domínios
filosóficos, todas as teorias científicas à disposição do DOGMA, para explicar
o Mundo e o Homem.
Os conhecimentos, que assim foram
úteis para se dogmatizarem, tanto menos
se afastam da realidade concreta, quanto mais se aproximam da apreciação do
Homem, único Ser que resume todos eles. Mais complexo e sintético que todos os outros, o conhecimento da Ciência Moral, que estuda a Humanidade, exige por
isso, as demais ciências como bases essenciais. A ciência seguinte, é constituída pela Sociologia, ou estudo das
Leis da Sociedade, onde o Homem nasce, se desenvolve, e cumpre o seu destino.
Entretanto importa reconhecer, que o
conhecimento da Sociedade, exige por sua vez , o das Leis Gerais da Vida, isto
é, o estudo da Biologia. Com efeito os Homens são seres eminentemente vivos, e
a vida em sociedade, os tornou os mais racionais entre os do reino animal.
Porem, realizando-se no meio cósmico, entre as decomposições e composições das substancias, que este contem, os fenômenos da vida humana exigem por isso o conhecimento geral das Leis Naturais da Química; e esta por sua vez depende da Física, por que os fenômenos químicos se processam ordinariamente sob a influencia de calor, eletricidade, pressão etc, que são fenômenos físicos. E é bom lembrar , que todos estes fenômenos se passam num planeta, que está sujeito as mesmas Leis , que regem os outros astros do nosso sistema solar; assim se depreende que o conhecimento da Física exige , por sua vez o conhecimento da astronomia. E Finalmente , os nossos conhecimentos astronômicos reduzem-se em ultima analise à apreciações numéricas, geométricas e mecânicas, que são assuntos ligados a Matemática. Somos autorizados a concluir que deste estudo depende o conhecimento da astronomia.
O estudo da Matemática é consequentemente, a base de todos
os conhecimentos humanos. Em virtude da simplicidade de suas apreciações , ela
exercita nossa inteligência, na arte do
raciocínio, iniciando-a desde de cedo, nos processo lógicos, que o seu estudo,
e o das ciências superiores desdobram gradativamente até a Ciência Moral : a
própria dedução dela; a observação astronômica; a experimentação física; a nomenclatura ou classificação química
comparação biológica, a filiação sociológica e construção subjetiva ( Moral).
O Conhecimento da Matemática, fornece tanto uma base lógica às
aquisições posteriores do nosso espírito, ou melhor da nossa inteligência. Sob
este aspecto, o qualificativo de lógica, ser-lhe-ia mais adequado, do que o
nome muito exclusivo, como hoje é
mantido – MATEMATICA; o qual apenas faz lembrar, que foi por muito tempo, a
única ciência conhecida , quando a Moral, ainda não tinha os fundamentos positivos, em que se esteia o REGIMEN.
O
REGIMEN .
Somente com tais bases, com efeito, pode a Moral presentemente circunscrever as múltiplas aplicações das ciências à modalidade do Mundo e do Homem. Basta a sua atual posição enciclopédica, para nos deixar ver que compreende, não somente as artes cosmológicas , como também as sociológicas (1)
(1)
A
classificação enciclopédica das artes técnicas, coincide com a das ciências; observa-se que a combinação destas ultimas, resultam muitas outras artes, cada vez mais complexas.
Registremos algumas destas aplicações; como importantes exemplos podemos citar
a navegação, que procede da matemática da astronomia; a geodésica, da
matemática, da astronomia e da Física; a Mineralogia da Física e da Química; A
agricultura da Física , da química e da
Biologia; pela Botânica , e na vida animal na apicultura, piscicultura, na pecuária, bem como das suas outras aplicações na Zoologia.
Com relação ao grupo destas últimas, as que resultam da aplicação da Biologia e da Sociologia, respectivamente combinadas, ou não, com as ciências inferiores (matemática, astronomia, física e a química). No Grupo das artes cosmológicas ficam aquelas provenientes da aplicação da Matemática ou da Astronomia, senão da Física ou da química, e de suas várias combinações. São umas e outras do domínio da Moral, porque somente na Moral Positiva, o ponto de vista especulativo coincide com o da ação; principalmente quando, nos dificultam a passagem do abstrato para o concreto, ou da ciência ou concepção, para da arte para a realização..
Essa dificuldade , de fato, é muito maior , quanto mais nos aproximamos das artes sociológicas – ou artes do Bom– a Medicina e a Sã Política , que hoje em dia possui o suporte científico, respectivamente da aplicação da Biologia e da Sociologia, sob a ascendência da Moral Positiva; A medicina hoje, é uma Sã Medicina, no entanto já foi desenvolvida empiricamente; A Política ainda é desenvolvida empiricamente, mas se tornará sistemática, quando todos nós tomarmos conhecimento e aplicarmos espontaneamente as Leis da Sociologia Positiva. Também temos a Arte dos DEVERES (DIREITO) e da EDUCAÇÃO, sob aplicação da Moral Positiva. Na arte dos DEVERES, ainda persiste a Arte do direito, sob bases empíricas; mas quando viermos a conhecermos os nossos DEVERES, com as normas tecnológicas das disciplinas, os DEVERES serão cumpridos, sem quase necessidade de se solicitar a exigência dos direitos. Quanto a arte da EDUCAÇÃO, hoje é de brava noção empírica, com elevada dose de egoísmo, que terá de ser moldada com objetivo de subordinar o egoísmo ao altruísmo, e simultaneamente comprimir o egoísmo e expandir o Altruísmo, propagando os exemplos de Ternura e não de pureza, respectivamente, um estado de afetividade social, inverso do personal egoístico, como o capitalismo democrático solicita, para a sua sobrevivência.
Ao grupo das Artes cosmológicas, pertencem , desde o mais humilde ofício e arte prática do operário, do simples desenhista, do construtor, até as mais elevadas complicações de Física e de Química pelos grandes Industriais.
O conjunto das Artes Técnicas – as tecnologias , liga o Dogma, que é formado das Leis Naturais das Sete Ciências , acrescidas das 15 Leis Naturais – da Fatalidade Suprema, com o Regimen; do mesmo modo que as Artes Estéticas(2) ou Belas Artes, liga-se ao CULTO PÚBLICO.
O CULTO.
O Culto de umas e outras Religiões ou Doutrinas , procuram agir sobre os seres , com o objetivo de aperfeiçoá-los . No entanto, as três artes estéticas (2)
(2)É com
razão, que se classificam de Belas Artes, por que visam
imitar e idealizar tudo que é belo, aperfeiçoando a Natureza
Humana. Bem que a princípio um tanto absoluta, tem-se relativado a noção de beleza,
de sorte que no momento atual, um objeto é julgado belo, quando
existe certa harmonia, entre as partes, que lhe são próprias e o conjunto
destas. Entretanto essa apreciação fica incompleta, e sem rigor, não sendo
concebida sob o tríplice aspecto; lógico ou matemático;
assim como físico e sobretudo moral. Logicamente
considerada, consiste aquela harmonia, na necessária e justa proporção, entre a
grandeza e a forma; e a posição do todo e das
respectivas partes. Ligadas entre si pela máxima concordância , da
maneira mais natural , ao meio cósmico em que se acham ; devem elas ainda não
estar em desacordo, com as próprias físicas do corpo que a cercam, tais como a
luz, a sombra, a cor, o cheiro...som, etc. . ainda que sejam necessárias tais
condições , só se tornam bastantes, quando estão de acordo, com os costumes
estabelecidos pela vida social, que para o nosso aperfeiçoamento contribuem,
convertendo-se enfim na Beleza Moral , ou por esta
sendo consagradas. E somente assim se compreenderá como tem variado a
concepção do Belo, mesmo através das
mais contínuas fases da evolução Humana. Sua exata definição seria impossível,
sem o prévio concurso dos sentimentos, imagens
e sinais,
que inspiram de ordinário as nossas concepções. Enquanto semelhante
convergência não se fizer de um modo
normal, não se poderá nem caracterizar a Beleza, nem explicai-la com
por rescisão. Mas note-se, que tal concurso, normalmente generalizado a todos
nós, há de ser, uma das conseqüências, da unidade religiosa, a que acima
aludimos. Pode portanto a religião ao mesmo tempo, consagrar as modalidades do Belo, assim como,
as manifestações do verdadeiro, e as produções dos Bom, em nossa cede
planetária. Resumem aquelas na beleza moral, a mais modesta e eficaz, e assim
as proclama sob a luz da inteligência; que por sua vez, se embeleza também, com
suas lucubrações, a todos serve para sempre, ou pelo menos, se não turva a
própria alma, com os maus pensamentos. Entretanto, a religião
igualmente olha com fugas prazer a beleza
física ou corporia; porém só a vê, quando se ornamenta qualquer uma das
duas outras; pois que isolada de uma delas, nos deixaria, ilusões, encobrindo a
ignorância de alguém; ou os males inerentes a sua vaidade; pretendendo
seduzir-nos. Barthez (*) foi o primeiro, que se aproximou da concepção
positiva da Beleza, como prova a sua obra Theorie du Beau dans la Nature et les Arts . O eminente
Dideroit, neste assunto, lhe serviu de precursor eminente, como se vê no seu
opúsculo Essais sur la Nature de Beau . No entanto, a distinção
entre a Beleza Objetiva e a subjetiva, com os seus verdadeiros caracteres, só
foi exposta pelos discípulos de Augusto Comte.
A História dos povos tem demonstrado,
que as pequenas agremiações políticas são favoráveis ao desenvolvimento das Belas Artes. Viram estas se florescendo
nas antigas nacionalidades gregas, e
decaindo logo depois de incorporadas
sem autonomia. E em circunstancias análogas , elas renasceram nas republicas
italianas, entrando em decadência quando se uniram à estas , já na época
moderna. Em tempos idos, foram eficazes as grandes nacionalidades , sob o ponto
de vista das atividades teóricas , permitindo observar os fenômenos
sociais e descobrir as Leis que os regem. Mas o surto de nossa
atividade exige, ao contrário, que os
estados federados livremente se constituam com extensão relativamente pequena, conforme o tipo
apresentado pela Holanda(1918 - Final da Primeira Grande Guerra Mundial -
)
visam aqueles que são vivos, e especialmente os humanos. Apesar de nada ser indiferente aos nossos sentimentos; muito diretamente elas, as Religiões, nos afetam, e daí procede serem usadas como instrumentos preciosos dos seus Cultos.
Por isso, Influenciam muito mais os nossos sentimentos, que as artes técnicas; sobretudo aqueles, que nos dão a sensação do som, da cor e da forma, bem como exprimindo aos sentimentos que estas despertam, mesmo pelos seres mortos.
Dentro da Arte do Belo, Belas Artes ou Arte Estética podemos, encontrar a Arte da Expressão, que é a Poesia, que faz florescer a retórica, isto é, a eloqüência; seja na prosa, com maior talento de persuasão; seja no verso rimado ou não, exprimindo os nossos pensamentos , com mais beleza, que na linguagem comum, mesmo sob as formas literárias das gramáticas de cada idioma. De sorte que, pela generalidade, a Poesia ocupa o primeiro lugar entre as artes estéticas isto é, as Artes do Belo ou ainda Belas Artes, em cuja escala é a mais abstrata. O Som fornece em seguida a Música, uma arte estética, ou bela e sentimental , primordialmente altruística, por que tudo na Música exprime através do mais afetuoso sentido; tendo surgido, devido primeiramente pela parte vocal ou canto.
Quando se considera este privilégio da Musica, concebe-se desde logo a influencia , que ela exerce sobre o Moral dos Homens, tornando-os insensíveis à certas fadigas. Um tal privilégio tem sido utilizado na ginástica rítmica, isto é, nas marchas e outros exercícios físicos, aliando-se-lhes já o Canto, já a própria Musica Instrumental. Estendendo-se mais essa aliança entre o movimento e a sonoridade, também se busca empregar aquele, como artifício estético de interpretação de vários sentimentos e inclinações da “Alma” . É a arte composta do gesto ligado a dança, tentando interpretar as comoções que nos desperta a musica, que nos referiremos mais a diante.
Realçando a forma , pintada, esculturada e construída ou arquitetada, vieram após a musica, na escala estética, a pintura, a escultura e a arquitetura de sorte que estas duas artes , são as de todas as menos abstratas, em relação aos seres da natureza morta.
Assim a arquitetura é
dentre elas a mais técnica, melhor que as outras , exprime o nosso caráter,
embora traduzindo menos os motores afetivos, que o impulsionam.
As artes da forma animada, isto é, das belas atitudes vivas, e dos nobres gestos ou a do cerimonial mímico e a de dançar, são na escala estética, os dois termos menos
abstratos, relativamente aos seres da natureza viva, do mesmo modo que a arte
precedente o é, quanto aqueles da natureza morta. Logo que surgiram foram estas
duas artes estéticas, destinadas ao Culto. Mesmo a dança
supõem-se que tenha nascido nas festas religiosas do fetichismo, e tenha mais
se desenvolvido, no culto sob o politeísmo, onde surgiu depois do canto,
para dar o ritmo indispensável as
primeiras melodias dos elementos
vocais, e prepara a sua harmonia
consoante à da musica instrumental.
Em suas cerimonias, o politeísmo constituiu a outra arte com todos os sinais mímicos usados em nossos dias, para testemunhar a sociabilidade, tais como simples aceno ou aperto de mão, o cumprimento com a mão, ou por simples inclinação da cabeça; as modalidades de sorriso; o beijo; o abraço ; e , mais tarde a própria genuflexão ou ajoelhar, que passou dos santuários aos paços reais. Nas cerimonias admitidas pelo politeísmo, não era raro ver-se em seus templos desaparecer , com o uso do beijo a pureza que a este restava de sua origem, na nossa idade mais infantil.
Todas as vezes que a inocente criancinha,
se aconchega ao seio materno, o que de
ordinário lhe dá o habito de levar tudo à boca, o que encontra ao seu alcance, o esboçar espontaneamente. Exprimindo o
beijo infantil, entre nós surgiu outrora desse fato, a denominação familiar de
boquinha ou buquinha, ou biquinho da contracao do lábios, do nenen ,que surgiu
do ato de se alimentar; vulgarmente estendida
a outro beijo qualquer, até mesmo à algum despertando instinto menos confessável; do que o nutritivo que o
originou; e cujo o emprego profanaria, atualmente, a arte do gesto, embora não
o fizesse sob o paganismo.
Pois assim, a natureza humana, por uma
fatalidade biológica, tem motores afetivos tão grosseiros , que devem ser refreados pelos mais nobres , em virtudes
das leis morais , que os podem dirigir
para o bem comum. Pela sua extrema complexidade, estas últimas leis só puderam ser desvendadas depois daquelas, que se referem à
fenômenos ou acontecimentos quaisquer ,
inclusive a evolução social que nos é própria. Tal é o motivo , porque a instituição positiva da Moral Teórica , onde um dx dela é a psicologia ; como
o mais elevado termo da filosofia primeira – as 15 Leis Naturais, comuns
às 7 Ciências (a Matemática, a
Astronomia, a Física, a Química, a Biologia, a Sociologia Positiva e a Moral
Positiva) ou conhecida também como Fatalidade Suprema; que a evolução do
entendimento humano induziu por último, onde tal escala de fatalidades mais
genéricas , prevista em nosso mundo, onde são impostas à todos os seres , com ou sem vida.
Vamos conhece-las :
Estas quinze leis
naturais, ou princípios característicos da Filosofia Primeira, e que é
explicado pelo Dogma Positivista, como sendo, dentre as Leis, as mais
Universais, com pleno domínio sobre a estrutura e marcha de nosso Encéfalo.
Listemos os Enunciados das 15 Leis Naturais Universais
Ou
Leis da Fatalidade Suprema.
1- Lei da
Relatividade ou Lei das Hipóteses. A . Comte
Formar sempre a Hipótese mais Simples, mais Simpática e mais
Estética, que possa satisfazer ao
conjunto dos fatos já conhecidos.
2- Lei da Imutabilidade – A . Comte
Conceber como imutáveis
as Leis Quaisquer que regem os Seres, mediante os fenômenos respectivos,
abstratamente apreciados.
3- Lei da Modificabilidade -
Broussais
Todas as modificações
da Ordem Universal
limitam-se à intensidade dos
atributos, cujo arranjo permanece
inalterável.
4- Lei da Construção Subjetiva – Aristóteles, Leibnitz, Kant
Subordinar as
construções Subjetivas aos
materiais Objetivos.
5- Leis das Imagens Interiores – Hume e A . Comte
As imagens interiores
são sempre menos vivas e menos
nítidas do que as impressões
exteriores.
6- Lei da Imagem Normal. - A . Comte
As Imagens
Normais devem predominar sobre as Imagens que a agitação
cerebral faz simultaneamente surgir.
7- Lei da Evolução Intelectual ou Lei dos Três Estados
Mentais.- A . Comte
Cada entendimento
apresenta a sucessão dos três estados - Fictício, Abstrato e
Positivo - relativamente a quaisquer
concepções, com velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes.
8- Lei da Evolução Ativa ou Lei dos Três Estados Práticos.-
A . Comte
A atividade é primeiro Militar Conquistadora, depois Militar
Defensiva e finalmente Pacífica e
Industrial.
9- Lei da Evolução Afetiva ou Lei dos Três Estados Afetivos.
A . Comte
A sociabilidade é primeiro Doméstica, depois Cívica, e Finalmente Universal, de acordo com a Natureza
de cada um dos três instintos Simpáticos ou Altruístas (Apego,
Veneração e Bondade).
10 - Lei da Persistência. - Kepler
Qualquer estado, estático ou dinâmico, tende a persistir
espontaneamente sem alteração alguma,
resistindo às perturbações exteriores.
11- Lei da Coexistência ou Lei da Independência de Movimentos. -Galileu
Qualquer sistema conserva a sua constituição , ativa ou passiva, quando os seus elementos experimentam modificações simultâneas,
contanto que lhe sejam
exatamente comuns.
12 - Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. – Newton ou
de Huyghens
Existe sempre equivalência
entre a reação e a ação, se a intensidade de ambas for medida de acordo
com a natureza de cada conflito.
13- Lei da Conciliação ou Lei da
Conversão – A . Comte
Subordinar a teoria do Movimento à Teoria da existência , concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações que constituem a evolução.
14- Lei da Classificação. A . Comte
Qualquer Classificação positiva deve ser feita de acordo com a generalidade crescente ou decrescente, tanto Subjetiva quanto Objetiva.
15- Lei do Intermediário ou Lei da Continuidade. A . Comte
Qualquer intermediário deve subordinar-se aos dois extremos, cuja ligação realiza.
Para melhor entendimento e aplicação destas Leis Naturais
nas sete ciências básicas , leiam o Livro Manobre Você Mesmo o Seu Destino, de P. A . Lacaz e
H. G. Costa 1996– que
esclarece detalhadamente com exemplos. www.mtec.com.br/positivismo
No entanto, vamos aqui neste trabalho realizado por M. de
Almeida Cavalcanti, dar o Caráter religioso das Leis Morais; e seu predomínio na
Filosofia Segunda ( Sete Ciências) e praticamente na Filosofia Terceira ( as
respectivas Tecnologias)
Aristóteles, em suas obras sobre a Política e a Moral foi quem primeiro tentou provar
a não existência de discordância
entre as Leis Naturais e a Religião, cujo o Dogma , sobretudo
depois dele se inspirou na escolástica *
( *doutrinas
teológico filosófico, dominante na Idade Média , do século IX à XVII,
caracterizadas sobretudo, pelo problema
da relação entre a Fé e a Razão; problema que se resolve pela dependência do pensamento filosófico,
representado pela filosofia greco-romana, de teologia cristã),já professada no
final da Idade Média, com a doutrina científica do grande filósofo, moralmente autorizada por Sto. Augustinho, desde o século IV.
São também idéias do filósofo grego, através da inteligência
de São Paulo, as que levaram este, à filiar o nascente monoteísmo católico ao
judaico, quando fez um surgir do outro. São Paulo, criou o Catolicismo, indo
buscar no Deus de Abraão, que Moisés o
consagrou no monoteísmo; e com a Alma teológica, criada por Platão; e a noção
subjetiva dos Persas com relação a ressurreição; e finalmente criando o
mistério , que Jesus era filho de Deus feito homem, e que se sacrificou pelos
pecados destes na terra, promovendo
assim a unidade dos seres, que estavam se destruindo com a queda do Império Romano,
que militarmente não conseguia mais aglutinar
as massas ou a opinião pública da época.
Sem a seqüência que ocorreu com a civilização romana, não
teria entretanto prevalecido o Catolicismo sobre o paganismo, pois somente com
a civilização romana se pode conceber
a indispensável separação entre os poderes Temporal e Espiritual.
Alguns séculos depois, foi instituído, sem tais bases, o
terceiro monoteísmo, que estava por isso condenado, a ser vencido pelo rival (catolicismo), não obstante o extraordinário gênio revelado por Mahomed , que provocou a grande
reforma islâmica, que manteve o caráter teocrático do monoteísmo judaico, e a união entre os poderes temporais e
espirituais.
O Inslâmismo aspirava, tanto como o
Catolicismo, à Universalidade Religiosa, e sabemos que a ação internacional do Maometismo prolongou a política de invasões , ao estilo germânico, que solicitou do Ocidente a união
dos povos para repelir a dominação oriental.
Mesmo assim mais tarde, a divisão
dos poderes entre Temporal e o Espiritual fez preservar, a maior parte do
Ocidente, da evasão do protestantismo, que então , embora necessário à liberdade Espiritual,
tendia a confundi-la, com as funções do
Poder Temporal. Estamos falando do movimento
social que ocorreu entre os séculos XVI
e XVII, no entanto, hoje ainda, o caos protestante é pleno, o do catolicismo
também peca esporadicamente , neste
ponto.
Estas ocorrências do comportamento Moral, que vinha
ocorrendo desde de Aristóteles, por um registro de forma empírica, tomou uma
explicação sistemática, quando foi dado a A . Comte, elaborar a síntese dos
conhecimentos humanos, com o ascendente da Ciência Moral Teórica, na Filosofia
Segunda; devido as descobertas de Joseph Gall e dos estudos de Cabanis no
Século XIX.
Mais complexa e sintética que as restantes, só a Ciência Moral Teórica, delineada por A . Comte, explica integralmente a necessária união harmônica dos nossos sentimentos, pensamentos e atos, demonstrando assim a unidade da “Alma“ humana.
É
bom esclarecer neste ponto que, não devemos confundir a Ciência Moral Positiva, com as normas de costumes, morus, no sentido usual. As normas ou disciplinas , são as aplicações
tecnológicas das Ciência Moral.
Dentre as Sete Teorias que compõe
a Ciência Moral Teórica, a primeira
percebida e criada por A . Comte , a Teoria Cerebral, onde encontramos as 18
funções cerebrais, sendo : 10 dos sentimentos, 5 da Inteligência e 3 do
Caráter. Vide Quadro Sistemático da Alma , elaborado por Augusto Comte, após 13
tentativas de sistematização.
É pela combinação destas 18 funções
elementares que se distinguem as
afeiçoes compostas em nossa “Alma” ,
como a vontade, que se descrimina das outras, como sendo o último
estado do desejo, depois que
intervém para esclarece-lo um ou mais
elementos intelectuais.
Mais próprio que o corpo, a nos pôr
em contato relativo com o Mundo
Exterior, o Cérebro, ou melhor dizendo , hoje em dia O
Encéfalo, recebe deste, e por intermédio daquele, os
indispensáveis alimentos biológicos. Assim,
o corpo ou soma, é o pedestal da “Alma”, que em compensação o dirige,
modificando-nos a conduta, conforme o exige a situação, com as ações e
reações recíprocas, entre ambos,
exercidas por intermédio das células
responsáveis por estas operações que são conhecidas como neurônios, isto é, células
nervosas, com prolongamentos designados oxônios, cujas as extremidades desenvolve-se uma formação especial conhecida como receptor. O receptor transforma vários
tipos de estímulos físicos ou químicos
em impulsos nervosos ou sensações, que podem então serem transmitidos ao efetuador ( músculo ou glândulas).
Nos
animais superiores, existe uma união
de neurônios, de diversos tipos unidos
de formas diferentes, para formarem elementos nervosos avançados e sofisticados, cujo grupamento se forma o Sistema Nervoso Central.
Este
sistema nervoso, recebe impulsos nervosos ou sensações, vindos de certos tipos
de células nervosas - Neurônios Aferentes,
conhecidos também por neurônios
sensitivos - que através do seu Axônio , cujo o terminal a Sinapse, que está acoplado a um outro
neurônio receptor - conhecido como Neurônio Eferente, se for de um músculo- é codificado como, neurônio motor, se for de um Glândula - promovendo
uma contração ou uma secreção. Estes Neurônios pertencem ao Sistema Nervoso Autônomo .
Estes
elementos envolvidos formam o que conhecemos por Arco Reflexo Simples
Cabe aqui deixar
registrado que existe um tipo de
neurônio, o de Associação, que promoveu
nos vertebrados um grande numero
de Sinapse, aumentando a
complexidade do sistema nervoso e
permitindo a realização de padrões
de comportamento cada vez mais
elaborado.
Os Neurônios
Sensitivos ou Aferentes , cujos
corpos estão nos Gânglios Sensitivos,
conduzem para a medula ou para o tronco
encefálico (Sistema Nervoso
Segmentar) impulsos nervosos ou
sensações que tiveram as suas origens
nos receptores, situados na
superfície - na pele, ou no interior - vísceras, músculo e tendões do animal.
Os
prolongamentos centrais destes neurônios, ligam-se diretamente (reflexo
simples) ou por meio de neurônios
de associação aos neurônios
motores (somáticos ou viscerais), os que levam o impulso ou sensações
aos músculos ou as glândulas, formando-se assim, arcos reflexos mono e
polissinápticos.
Tudo isto, de acordo com a Décima Segunda Lei Natural da
Filosofia
Primeira - Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. – Newton ou de Huyghens - , que
demonstra que a generalização da Lei de Newton, adquire máxima importância em biologia. Quando qualquer ação, física ou
química, é exercida sobre um organismo vivo, provoca reações mais numerosas do que sobre um corpo inanimado,
e quanto mais numerosas, tanto mais complexa é a vida do Ser . Esta atuação pode ocasionar duas espécies de
alterações:
a)
a Alteração da composição dos tecidos vivos ou
b)
a Alteração do funcionamento dos
órgãos.
Em outras
palavras , podemos dizer que a reação pode ser anatômica ou fisiológica.
Em ambos os
casos, o conjunto do Ser reage
restabelecendo ou tentando apenas restabelecer, a integridade do Ser ou
das suas funções.
Sob
a influência da luz solar, as plantas por suas partes verdes decompõem o gás
carbônico do ar, assimilando, carbono e
desprendendo oxigênio . Há pois, de um
lado a ação do ar sobre a planta, e do
outro, da planta sobre o ar . Se
medirmos as duas ações verifica-se que
a quantidade de carbono com que o ar age sobre a planta, sob a
influência da luz (fotosíntese)
corresponde à do oxigênio
com que a planta reage sobre o
Ar.
Um
dos princípios do Pai da Arte da Médica, Hipócrates revela bem a equivalência
da ação e reação:
“
Ad extremos morbos, extrema remedia
exquisite optima”.( Para grandes males, grandes remédios)
Assim indissoluvelmente , o corpo e o cérebro, presos pela vida , recebem a seu modo, do exterior os “alimentos” e estimulantes de que para a vida carecem.
Estes “alimentos” são transmitidos ao cérebro por intermédio dos nossos 8 sentidos: Tato ( o mais geral) ; e os sete especiais, a visão (o mais sintético); adição ( o mais sentimental); e em seguida a olfação; a gustação; a musculação; a calorição e a eletrição.
Voltemos as 18 funcoes do cérebro, e iniciemos em primeiro lugar, com as funcoes elementares dos órgãos da Inteligência.
Mas
para podermos entender o funcionamento dos Órgãos da Inteligência, necessitamos
conceber e compreender a Teoria Positiva
da Abstração, que segue no Anexo I ; e pelo Anexo II, encontramos a parte
anatômica e estrutural, isto é, o aspecto estático da Abstração; bem como o
aspecto fisiológico, isto é, o aspecto dinâmico da Abstração. De posse do
conhecimento destes dois anexos, o leitor poderá melhor compreender o que vamos expor daqui por diante.
Como
vimos no Anexo I, o cérebro ao recolher
do exterior as varias sensações, como imagens, pelos 8 sentidos, por um suficiente exercício destes órgãos da contemplação
concreta e abstrata, gerando nesta primeira fase, do trabalho mental, as
propriedades abstratas dos diversos seres , caracterizando os respectivos
fenômenos, tais como a extensão, movimento, peso, calor , som, luz, eletricidade, etc.
Como
vivos, em seguida, estas
propriedades são mais bem elaboradas,
pelos órgãos da Meditação, que as aproximam, já para apanhar , o que em suas
relações há de constante ; com o
objetivo de descobrir, como a relação entre umas se sucede à que existe entre as outras.
Nesta fase, mais eminente do trabalho intelectual, uns órgãos as comparam, para induzir os princípios , ou pontos de partida, de um juízo; e outros deduzem deste, as conseqüências compatíveis, com a hipótese admitida. Todas as vezes que a meditação induz uma propriedade, afirmando a constância dos fenômenos, no meio da variedade dos que lhe correspondem, revela-nos uma LEI NATURAL, positivamente verificável, de uns, por meio de outros, desde que deduza como ficam aqueles na dependência destes.
Em fim, a última fase do trabalho
mental, cabe aos órgãos da Expressão, comunicando ao exterior, os resultados
adquiridos com o auxílio do som
e da forma, isto é, por meio de sinais fônicos e mímicos, ambos
podendo ser grafados ou escritos.
O estudo das 18 funções, que
pertencem à “Alma” , também contemplam os sentimentos e o caráter. Umas são os
exercícios das qualidades práticas
elementares de nossa alma, e as
outras a de seus motores afetivos, supostos irredutíveis. Eles contribuem para a vida , muito mais nos órgãos do
egoísmo, ou são predispostos para o serviço pessoal; do que em outros do altruísmo ou apropriados à liga-la a
outrem.
Pelos órgãos altruístas do sentimento, Apego (amor entre iguais); Veneração
( amor aos superiores), e a Bondade
( amor aos inferiores) ; são as funcoes elementares destes últimos, assim
classificadas, segunda a sua intensidade decrescente e dignidade crescente.
No entanto, quando apreciamos os
órgãos do egoísmo, é mister distinguir os do interesse propriamente dito, pessoal e direto, daqueles que
produzem um interesse relativo e indireto, isto é, a ambição.
São
funções elementares desses últimos, o orgulho (necessidade de mando – os executivos - donos de empresa);
e a vaidade (necessidade de
aprovação).
Tem as suas fontes nos órgãos do interesse, os instintos
nutritivo, sexual, materno, construtor e destruidor, sendo estes dois últimos,
relativo ao aperfeiçoamento e os três
outros à conservação.
Assim os dez órgãos motores de nossa
Alma, somente três tem funções altruísticas;
os que compõem o nossos sentimentos da sociabilidade, e portanto próprias ao culto, em contraste com os 7 outros ,
que tem funcoes egoístas, isto é, as que sustentam a personalidade, e que mais
interessam ao regimen, isto é, a forma de organização e administração.
Na solução do problema humano, é todavia,
absurdo pensar-se em eliminar, estas
últimas – egoístas, em cada indivíduo, porque se ele não as possui-se, não
depararia com os estímulos para as outras, nem as condições para regular a
vida, só com estas últimas.
Tais são os motivos pelos quais, o Regimen se esforça mais racionalmente
em comprimir o egoísmo, bem como, em subordiná-lo ao Altruísmo; e nisto, lhe
presta o Culto, inestimável apoio.
E para tal desideratum, isto é, pelo
que se deseja, muito contribuem as funções
elementares do caráter, isto é, as nossas qualidades praticas; prudência, coragem e perseverança, assim classificadas
segundo sua energia e dignidade
crescentes.
Em conseqüência da constante,
necessidade que sentimos de agir, esta três qualidades práticas, exercem sua
máxima influencia, nos objetivos da
filosofia pratica ou filosofia terceira ou , ultimamente conhecida de
tecnologia; onde os números abstratamente
instituídas pela Matemática, e
as qualidades dos corpos , ou os seus diversos tributos materiais, relacionados
pela Física, são objetivamente empregados pela Moral Prática, no regulamento de
nossos atos, sistematizando os costumes da vida social.
Assim, submetendo as regra elementares, ordinariamente verbais; todas
as artes e ofícios práticos; e anotando outras , bem menos simples, sobre a
série das artes técnicas , a filosofia prática ou filosofia terceira, ou
tecnológica, com aqueles e estas, tem
por objetivo regularizar por toda a parte, o trabalho material ou a ação real
e útil do Homem, sobre o nosso Gran Fetiche, isto é, a Terra.
Pela exploração da Terra, ela vai
catalogando, a cada instante, na mineralogia, na botânica e na Zoologia, assim
como na história cronológica dos diversos povos, e na geografia dos
respectivos, países, mediante da estatística da economia política, de cada um
dos estados, da federação que eles enceram ; das riquezas aí contidas ; e o
modo pelo qual seus habitantes as conservam.
Estas riquezas, consistem em
provisões e matérias primas extraídas do solo pela agricultura e mineração;
instrumentos para o trabalho fornecidos pela manufatura; instrumento de troca
representado pela moeda ou objetos equivalentes, no comércio; senão no banco.
Riquezas estas que acumulam incessantemente
os nossos maiores e as legaram como produtivos capitais à sociedade moderna.
Renovar estas riquezas, constantemente, já, que se gastam e consomem pelo uso, ao contrario dos tesouros intelectuais sistematizados pela filosofia teórica, tal é finalmente o principal objetivo da filosofia pratica, que assim se ocupa dos materiais indispensáveis à atividade pacífica e industrial , a que mais visa o Regimen definitivo, que a Humanidade vai alcançando, na sua penosa evolução, principiada à cerca, de mais de 40 séculos.
A reorganização da
indústria, muito o há de secundar, associando o proletariado ao patronal,
por um justo interesse, de sorte que unidos, sejam então, a previdência
material de nossa espécie.(3)
(3) Muito descurado (Feito pouco caso) tem sido em nossos dias o magno
problema, relativo à sorte do operário. Ainda continua este sem as necessárias
garantias `a sua conservação, como se fosse apenas acampado, na sociedade
moderna. E, como conseqüência deste estado instável, vemos hoje em – 1921 o
comunismo bolchevista, tentando subverter a ordem social, a tantos séculos
estabelecidas para a comunhão dos povos. E hoje em dia, 1999, por outra técnica procura-se deturpar a
evolução da Humanidade, criando-se a Globalização econômica capitalista, que
propaga a competição e a eficiência, provocando a disputa; e com isto, gerando os desempregos, falência em massa;
deveríamos primeiramente criarmos a Globalização Fraternal, com base na
Educação dos Sentimentos de Veneração e Bondade Científicas; que iriam procurar
saídas mais altruístas para o Regimen.
Entretanto, desde que seja bem
dirigida, pode a Educação dos Sentimentos, contribuir para resolver tão grave
questão.
Entre as
classes abastadas de outrora costumava-se
preparar todos os jovens em qualquer ofício
pratico.
Somente
por este modo se habituavam à lutar pela vida, o que não deveria ser lutar, e sim, trabalhar
harmônicamente, para não conhecer e nem deveria existir, estas duras contingências, que esta nos
impõe.
Por outro
lado, eram levados à simpática confraternização, com seus companheiros, no
trabalho provisório.
O uso desta praxe providente, deve ser portanto, retomado na sociedade
contemporânea.
Somente desta
maneira, as atribuições fundamentais do patronal, e a missão intermediária da
Classe Média, dominada pela burguesia, se harmoniza, com a maior das potências
Temporais, a força numérica do Proletariado.
A estabilidade social, exige
um apoio mutuo dessas três classes, cuja gradação corresponde à dos grandes
industriais, ou dos banqueiros; e a dos agricultores, na economia política das
Nações Civilizadas Socialmente; isto é, com alto grau de Altruísmo.
A Humanidade terá na Mulher e no
Sacerdote a providencia Moral e a providencia Intelectual, respectivamente,
para prosseguir sua jornada, pois o “Homem agita, e a Humanidade conduz”. ( A
.Comte)
Com a preponderância da Moral Prática ( onde a pedagogia é um
dy), na nova organização política, as funcoes de governo, serão confiadas aos que possuem mais mérito (capacidade, competência, situação e altruísmo), substituindo
assim a aristocracia e mesmo a democracia
pela Sociocracia, que há de
ter um lugar análogo, ao das primitivas teocracias, mas sem se fazer caso dos
direito divinizados, com os privilégios
de nascimento, nem dos que se tornam
anônimos , na pretendida soberania popular. A final libertos das lutas
fratricidas, que tanto o tem flagelado, o homem possuirá , mesmo neste Mundo,
na doce companhia da Mulher, o Paraíso, que outrora supôs estar perdido, pôr
culpa do “pecado” cometido pôr Ela,
representada teológicamente por EVA; que pelo orgulho dos homens, registraram o
seu nascimento, de uma costela de Adão.
Coitada da
Eva, nem ter uma Mãe, lhe concederam este direto.
As luzes da filosofia teórica, e os expedientes da filosofia
prática, já nos bastam para achar este
Éden Terrestre. Todos os conhecimentos para tal fim , devem ficar sujeitos à Moral, pois fora dela, tendem a
levar nossa inteligência ao cepticismo
(atitude pelo qual o homem, não pode chegar a qual conhecimento incontestável,
quer no domínio das verdades, de ordem geral, quer no domínio do conhecimento)
; nossos sentimentos à desgraça , e o
nosso caráter à irresolução ,
impelindo-nos aos pensamentos materialista.
É sob o absorvente influxo deste, que se pretendem subordinar as especulações superiores, às inferiores.
Muito nocivo à moralidade, consiste o materialismo, no fundo
em se sujeitar passivamente o nosso coração
(sentimentos) ao espirito (inteligência); qual o fraco, à vontade de quem se julga poderoso, mas que somente é forte em aparência.
Isto eqüivale , de fato, a contestar-se a supremacia da
Moral, como ciência e como arte. Sob o aspecto científico, o materialismo, com
efeito, se caracteriza pela grosseira pretensão de submeter os fenômenos superiores
aos inferiores, e como conseqüência, a mesma tendência avassaladora distingue
suas aplicações.
Menos prejudicial sob o ponto de vista abstrato
ou algébrico, ele( o materialismo)
torna-se cada vez mais perigoso `medida
que se concretiza , desde a geometria e a mecânica, até aos domínios
mais elevados , que infelizmente já invadiu.
O seu humilde berço em matemática, o materialismo, nem mesmo
lhe impediu, o intento de dar a esta, a presidência enciclopédica, em
deprimento da Moral.
Com a regeneração do conjunto das ciências da filosofia
positiva, devido ao gênio de Augusto
Comte, tornou-se enfim possível sistematizar, todos os nossos conhecimentos,
não só teóricos , mas também na pratica. Regida pelas Leis Mais universais da filosofia Primeira – ou Leis
da Fatalidade Suprema , que ainda ª Comte , completou, a Filosofia Segunda, são
as ciências propriamente ditas (
matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral) e a
Filosofia Terceira (As tecnologias correspondente a cada ciência positiva),
ficam sendo daquela as úteis e indispensáveis complementos; esta última ,
apenas empregando as diversas teorias
das duas outras , no difícil domínio pratico. E veja-se que abraçando a
parte técnica deste último, tal emprego, não exclui a outra estética; já que
notamos os sete graus de hierarquia das
ciências, indicando por seu número o de Belas artes , isto é, as que só com a Moral cumpre-se
praticarem-se , por ser esta da série o termo mais notável, mais ilustre, mais
egrégio.
As múltiplas combinações dos elementos abstratos, que
compõem a filosofia segunda ( as 7 ciências positivas) , quando
aplicada de maneira relativa, também encontra a filosofia terceira (tecnologia)
uma classificação das respectivas
Artes e ofícios práticos.
Do que precede, se depreende que os domínios essenciais, do Bom, do Belo e do Verdadeiro, foram em geral, integralmente concebidos nesta síntese; a única
real e ao mesmo tempo subjetiva.
O estudo sintético da ordem universal, adquire deste modo, a solidariedade e a continuidade, que nos são necessárias, por sua vez, no sentimento e na inteligência, contanto que este aprecie gradualmente, desde as Leis Naturais mais elevadas da Moral, até as mais simples , no entanto fundamentais da Lógica ou Matemática.
Em vista disto, examinemos, como se constitui aquele termo
inicial da série enciclopédica, e até que ponto , a ciência final – A Moral,
ajuda , formando a base da Educação
Teórica e Técnica.
Menos complexa que as outras ciências, a Lógica ou Matemática, aprecia abstratamente a existência universal, supondo-a reduzida aos mais simples atributos. O número ou a pluralidade, a extensão, e o movimento, são esses três aspectos irredutíveis.. O seu primeiro domínio, sob o nome de calculo, estuda as Leis dos Números; e os dois outros que se denominam geometria e mecânica, apreciam respectivamente as Leis da Extensão e do Movimento.
Tendo o calculo dos valores das grandezas geométricas
exigido estabelecimento prévio de suas relações, isto obrigou a se abstrair
deles, no cálculo algébrico, que ao lado daquele, dos valores forma o
campo do calculo elementar. Reagindo sobre os cálculo das relações ou algébrico,
a geometria antiga ou especial fez constituir-se a geometria moderna ou geral;
que por isso se qualificou de algébrica.
A geometria
algébrica elementar, reagindo por sua vez sobre o cálculo das relações diretas,
generalizou as relações algébricas , estabelecendo-as indiretamente , pela comparação das
diferenças , entre cada todo e suas partes
infinitamente pequenas, quando assim se instituiu o calculo transcendente,
para servir de base a geometria superior que lhe
corresponde, tanto no domínio diferencial, como no outro inverso
ou integral.
Desta forma surgiu, sucessivamente o calculo
dos valores u aritmética, o calculo das relações ou algébrico, a geometria preliminar , a geometria algébrica elementar, a geometria
diferencial , a geometria
integral, e por por último, a mecânica,
que empregou também o calculo transcendente, no mais alto grau,
assimilando os movimentos variados aos uniformes
e infinitesimais, nas questões mais simples .
Iniciando a série
científica, com a medida indireta das grandezas, estes sete ramos da Lógica
ou Matemática, a saber pelo seu
numero; o numero de termos da mesma série. Dão-nos , à conhecer do mesmo modo,
o numero de processos lógicos que o método matemático, e o das ciências
superiores, nos fazem utilizar nesses estudos, para reduzir hipóteses
sucessivamente mais complicadas , outras mais simples, até aquelas, onde se
elevam as mais difíceis na Síntese
Moral.
A ciência suprema ou arte Excelsa da
Educação, como tem dupla Base ( em relação a Doutrina e quanto ao
Método) em matemática ou lógica, que esta primeiramente inspira e imprime as
concepções resultantes de nossos sentimentos, da ordem verdadeiramente imutável
e fatal, no caso em que as suas Leis Naturais, se aplicando a todas as séries,
logo se impõe, aos que alem disso vivem, como sendo as mais simples.
A medida que se complicam progressivamente através eterna constância dos acontecimentos; mais ainda nos ditam dignamente estas Leis Naturais, nesses estudos; desde a matemática até a Moral, onde eles tem o mesmo alcance concreto; porque assim conhecidas, definem bem o Destino, e até mesmo, com as que nos são desconhecidas , constitui no seu conjunto, a Ordem Universal; já que umas e outras à tudo dominam.
Na infinita extensão do Gran Meio
( Ciência do Espaço), todos os Sóis , com os seus planetas ; no nosso, e
provavelmente em muitos outros, as afinidades entre as existências da
natureza morta e da natureza viva; nos
astros inabitados, os períodos de tempo , dos seus movimentos , em redor dos centros
, para os quais gravitam; no limitado
estado da Terra , as condições de existência
e desenvolvimento da Sociedade,
cuja evolução tende também para o nosso contínuo
aperfeiçoamento.
Quando
tais Leis eram de todo ignoradas, determinando
por seus efeitos inesperados, aquilo que chamamos de acaso,
a Educação Individual, unicamente prática, se tornou sobretudo, física ou
corpórea, afim de garantir aos homens , a resistência e o poder indispensável,
as lutas contra as agruras, ou obstáculos, que então mais do que hoje, lhes
opunha o nosso Mundo, cada vez mais
benévolo, para os que lhe sucederam nos labores , tendente à bem conhece-lo com
Previdência , com cautela.
Uma
tal situação persistiu por durante muitos séculos, e só foi melhorar, durante a
evolução grega; com as primeiras descobertas cientificas, por Thales de Mileto
e Pitágoras. Foi neste momento que a cultura estética, que espontaneamente
precedera a das ciências, idealizou ,
baseada nesta, as maravilhosas obras ,
cujo rigor de imitação as tornou clássicas; e as duas deram para sempre à Grécia
Antiga, honra de haver sido, ao mesmo tempo, o glorioso berço das Belas Artes e da Filosofia.
Logo que a sua tão brilhante civilização,
tendia se eclipsar, isto é, se apagar, a conquista romana amparou-a, e de tal
sorte , que a pesar da invasão dos bárbaros , não haviam desaparecidos do
Ocidente , os princípios fundamentais, e os ensinamentos instituídos , quando
os Árabes ocuparam a Espanha; donde os
transportaram ao Oriente, para de lá só voltarem depois de cultivados , num
ambiente mais propício.
Lutando
os Ocidentais contra as hordas
barbaras, isto é, bandos de indisciplinados,
alguns séculos antes da invasão dos sarracenos , foi por estas
instituições que, sob a influencia do catolicismo, eles conseguiram, vencidos , civilizar os
vencedores , adoçando-lhes os costumes,
até mesmo atingirem a emancipação feminina, sob a tutela do feudalismo, na
Idade Média.
A
expansão das liberdades políticas nos séculos posteriores, principalmente a
partir d e 1789, sobretudo depois dos conhecimentos científicos , adquiridos
nos 4 últimos séculos, e da descoberta do restante do nosso planeta, no
interior a este, e as conquistas planetárias, permitiu-se que se propagasse por
toda parte, esses resultados da evolução da Grécia da Antiga e da Civilização
de Roma, também pagã, e de origem católica feudal, que enfim, até o vai se
criando gradativamente o Dogma Positivo,
para servirá de base, ao Regimen Normal, que o futuro nos
promete Industrialmente verdadeiro e de fato Pacífico.
Quando ainda este dogmatismo, não se havia constituído, a
infância de nossa espécie, o praticamente supriu pelo empirismo, que com este, assegurou aos Homens a supremacia sobre os
outros , repelindo os animais perniciosos e ferozes, e domesticando os mais
úteis, sob o impulso do fetichismo;
ao começo espontaneamente concreto, e depois
quando astrolático, um tanto
abstrato.
Uma tal época foi sucedida pela do politeísmo, que imaginando submeter aos
seus múltiplos deuses, as diversas categorias de fenômenos abstraídos dos
seres, iniciou por este modo, com o método analítico, a instrução científica
dos nossos antepassados, exercitando-os na lógica
das imagens.
Em seguida, vem o monoteísmo, concentrando todas as divindades
num único Deus, se incumbindo ainda de
simplificar, logicamente, nossa atividade teórica, reduzindo as imagens à simples sinais, chegando mesmo, sob o da
Cruz, a conhecer no Ocidente a unificação dos conhecimentos humanos ,
que assim ficaram sob a égide da religião, embora esta tentativa, em grande
parte se malograsse, por não estar
constituída ainda toda a Série
Científica.
Foi o Positivismo, oriundo da cultura científica dos gregos, prosseguida
pela escola dos enciclopedistas( a de
Hume, a de d’Alembert, Diderot, Condorcet....Fontinelle) e finalmente foi
sistematizada por Augusto Comte, que teve o mérito de achar-lhe os dois últimos termos; fundando a Dinâmica Sociológica e instituindo a Moral
Positiva, como sendo o mais eminente de todos termos. Induzindo
espontaneamente em matemática para
aprender a deduzir com tal estudo;
induzindo sistematicamente na Astronomia, na Física e na Química, afim de se habilitar às induções transcendentes,
que a comparação biológica e a filiação sociológica, por sua vez ai
desdobram; a inteligência humana ou espirito humano, teve enfim condições de se
elevar da análise objetiva à síntese
subjetiva, construindo
cientificamente a Moral; que assim transcendente se deduz; mais por
inspiração lógica dos sentimentos, do que pelas suas outras, que a esta servem
de base, com as imagens e os sinais
respectivos.
Observando o alvo, de todas
as outras ciências, veio a Moral
ou Ciência da Humanidade = Biologia, Sociologia e a Moral propriamente
dita; presidi-las , bem como as artes
técnicas – tecnologias- melhor esclarecem as atividades práticas; e harmoniza
as artes estéticas, de modo a
dignamente solenizarem, os mais profundos sentimentos da “Alma” Humana,
no seu culto coletivo ao Gran Ser, isto é, a
Família, a Pátria e a Humanidade.
Assim, quando em seu
conjunto professadas, a Lógica ou a
Ciência do Espaço = Matemática
e a Física ( Natureza) ou Ciência da
Terra = Astronomia, Física Propriamente dita e a Química ; concorrem as
duas para esse Culto, que a Ciência da Humanidade, em fim consagra, aos nossos
maiores. Esta, a Moral ou Ciência da Humanidade, rege ao mesmo tempo, às
aplicações das duas outras, pelo que também, surgi por excelência, como
Arte; a que se chamou-se de Psicologia.
Estamos aqui abordando a Moral Teórica
Positiva, composta de sete teoremas, cujas as bases são fundadas nas
observações do comportamento humano, em uma série histórica.
A Moral ou Ciência da Humanidade, com efeito ,
praticamente tem por objetivo,
unificar os três elementos da “Alma “
individual , tendo em vista presidir no mesmo Templo, o culto coletivo, que por
intermédio da Família, pode em todas as Pátrias, consagrar os pensamentos e atos de seus meritórios ou
prestimosos filhos em prol da Humanidade.
A EDUCAÇÃO, indispensável à cada um de nós; e ao mesmo tempo Ela estando, com a solução Moral, se destaca, das outras duas, vindo à presidir estas outras duas: a intelectual e a prática; e impõe, à todos nós, as três, seguintes condições gerais:
1) Buscar na Pureza dos Sentimentos, isto é, na compressão dos sete sentimentos egoístas, o princípio regulador dos nossos constantes esforços, não somente materiais como mentais, afim de tornar os atos humanos, com resultantes mais altruístas; e por conseguinte, contínuos e solidários; subordinar a personalidade à Sociabilidade.
2) Jamais tomar-se outras bases para estes, a não ser os nossos relativos conhecimentos, sobre a ordem universal;
3) Em todas as circunstancias, devemos aceitar resignadamente, o que esta Ordem nos Impõe, como imutável e fatal, porém, aproveitando-a, naquilo que oferece de favorável à intervenção de nossa atividade. Dogma Positivo – As 15 Leis Universais, comuns às 7 ciências básicas com as suas respetivas Leis Naturais e suas correspondes tecnologias.
Assim sendo , concluímos já antecipadamente, que a questão é Doutrinária, isto é, é Religiosa, quando se pensa em resolver por este modo científico, a questão do Ensino Educativo ( não é do Ensino Instrutivo).
Todas as soluções, já se evidenciaram pela Doutrina Positivista, que possui Culto, Dogma e Regimen , porque esta Doutrina ou Religião Universal ou Positivista, inspirada pelo Bem Comum, considera que vivemos por e para outrem; que é o mais belo objetivo da Moralidade; em todos os tempos consagrados pelo Culto aos Mortos – Veneração Subjetiva, que nos deixa subjetivamente viver em outrem, de acordo com o privilégio característico da espécie humana ;
Vulgariza os conhecimentos da Ordem Universal, por intermédio do Dogma Científico;
Aceita o que desta Ordem nos coloca como imutável e fatal, no entanto se empenha em melhorá-la pelo Regimen, onde aconselha agirmos, adotando por princípio, os sentimentos puros, para que as sínteses dos pensamentos humanos, nos oriente, na direção Altruísta, das três qualidades pratica – caráter, prudência e a perseverança.
Ainda pode ser Utópico, mas jamais será quimérico, é questão de tempo.
Eis, por que as Disciplinas
e Normas apropriadas à EDUCACAO Científica ou Positiva, dos nossos Sentimentos
e do Nosso Caráter, só podem ser instituídas no Seio da Família. (4)
É com efeito, que na Família, não
temos dúvida, é onde se manifestam os primeiros embriões , das puras e ternos
sentimentos; a principio com o apego – amor entre iguais – irmãos – no mais
alto grau ; em seguida com a Veneração, amor ao superior – aos avós, aos pais,
aos parentes mais próximos, e depois
com a Bondade, amor ao inferior
- as crianças.
Ninguém tem dúvida, ao ter
nascido em uma Família bem estruturada
Moralmente, é a melhor época da vida, hoje em dia, quando estamos de baixo
da guarda Moral de nossa Mãe.
Hoje em dia, ainda se acha nos pais,
principalmente nas Mães, a origem destes sentimentos generosos.
E somente à eles, incumbe
encaminhar-nos na Educação Moral positiva, sem o que , não podem ser bem
sucedidos , no seu apostolado, aqueles que se encumbem , da nossa instrução teórica e nem os seus
auxiliares étnicos na Prática ( ás
7 ciências e as suas respectivas tecnologias).
Creche, não tem Amor da Mãe ; é
Negócio !
Recebemos, do Lar Doméstico, os
primeiros graus da Sociabilidade, verdadeiramente fundamentais; pois são os que
mais influem , sobre toda a nossa existência.
Nenhuma outra autoridade pode
portanto, substituir a paterna, durante o inicio da Educação de cada Indivíduo;
no entanto hoje em dia, temos que começar a educar os Pais, principalmente as
Mães, na Educação Positiva, para uma melhoria do Bem Estar Social, que conflita
violentamente com a linha filosófica do capitalismo Industrial democrático, que
subordina a sociabilidade à personalidade, o altruísmo subordinado ao egoísmo;
gerando o caos e a retrogradação. Desta forma caminhado para um estado de
entropia social zero, onde , os ditos grandes potências, sofrerão uma implosão,
criando um buraco social negro, arrastando os demais povos, não contaminados
por este desenvolvimento turbo-capitalista, se auto destruindo, se não
modificarem o seu modo de sentir, pensar e agir.
Por isso que internação, e semi
internatos – tipo creche de criança, pelo menos antes da adolescência, pode acarretar graves
conseqüências ; que poderiam ser evitadas em nome dos princípios normativos da
Razão (inteligência) e da Moral (sentimentos e caráter)
Mas não esqueçamos, que a Razão sem
a Moral ,não poderia autoriza-los , pois aquela sem esta, não sabe guiar-nos na
Educação Prática – Nas atividades tecnológicas.
Entre os três aspectos da Natureza
Humana – “Alma”- Sentimentos/ Inteligência/ Caráter ; só há no Intelectual a missão de ministrar aos outros dois, a
harmonia das suas funcoes.
A Inteligência (Espirito), tem no Sentimento (Coração) , um simples
Ministro, isto é, um simples Conselheiro, no entanto não deve à ela se escravizar; mas na verdade que está influenciando a
inteligência nesta hora, são os sentimentos egoístas. Gerando raciocínios
egoísta.
Este artigo foi escrito, em Paris,
por M. de Almeida Cavalcanti em 11 de Novembro de 1918 – 7 de Frederico 128 .
Logo ao final da Primeira Grande Guerra; onde o autor alega que é tão grave , a
infração deste conceito Moral, que foi julgado , um dos fatores da fratricida luta , que tantos milhões de
vidas tem ceifado, naqueles dias. Mal
sabia ele , que poucos anos depois em 1939 à 1945, outra Grande Guerra Mundial, veio tomar ao palco
de nosso mundo, onde milhões de vidas a mais foram destruídas. Registra o
autor, que em 1918, ao se assinar o armistício, quando terminou a mais terrível
das guerras, ele faz um apelo , para que se procure fazer uma Educação Moral, e que esta se torne
efetiva por toda parte, e assegure aos homens , para sempre a Paz Universal.
PARIS, 11 de Novembro de 1918 –
M. de Almeida Cavalcanti
É evidente que não foi escutado, mais uma vez , o egoísmo
prevaleceu sobre o altruísmo, no entanto passamos, pela Segunda Guerra Mundial,
pela Guerra Fria, e hoje pela Guerra Econômica da Globalização; e não
aprendemos ainda , que o caminho é outro, para a sobresistência da espécie Homo
sapiens, que os economistas e os psicólogos de hoje, querem nos levar para Homo
economicus, e se por acaso não, tomarmos medidas de Educação adequada, iremos parar
em Animalis homo, em vez de Homo Altruisticus; com toda esta evolução
tecnológica e cientifica que estamos deslumbrando.
Mas hoje em dia com a INTERNET, o Positivismo, tem uma chance, de colocar os seus pontos de vista científicos, para o Bem da Humanidade; é o que estou fazendo neste momento, com base na Fé, pelos dogmas científicos; com a Esperança, pelo raciocinar Cientifico, pelo Amor à Outrem, e pelo Culto, .
(4)Qualquer
medida, que à este respeito, for adotada em nossa época –1918, o mesmo se aplica também agora - 1999, será forçada e prematura, porque a harmonia
humana, só resultará, em uma Unidade definitiva,
na sua grande maioria, quando ocorrer uma única Unidade Global de Doutrinação,
isto é, Religiosa, com a predominância do Altruísmo.
Impõem-se neste momento, em
1918, e continua sendo necessário ser imposto - 1999, uma solução qualquer que seja, para minimizar os conflitos
gerados pelos sentimentos egoístas dos Homens, principalmente dos homens, pois
muito poucas Mulheres ainda não aprenderam as coisas erradas do comportamento
dos homens. Na aquela época, em 1918, mesmo
provisória, já dizia , Cavalcanti, nos parece que em geral, seria suficiente
as seguintes condições:
Isto
tudo, proposto aqui, ocorreu antes do
Tratado de Versalhes – 28 de junho de 1919, e da criação da Liga das Nações –
10 de janeiro de 1920.
1)
As três
grandes subdivisões do Planeta Humano, se fariam representar num Congresso Internacional pelas 5 nações ,
mais cultas e tão fortes , que podem
por em pratica, as suas decisões: agora , a Europa, pela França, a Ásia pelo
Japão, e a América pelos Estados Unidos, assim como a África pela Itália, e as
Ilhas Ociânicas pela Gran Bretanha, uma vez que estas duas partes da Terra,
ainda não possuem estado algum assas poderoso, para torna efetivas as
resoluções de seus órgãos, dos demais núcleos das futuras sociocracias,
que por certo crescerão em numero, perante a legítima necessidade pratica, de
se subdividirem as nacionalidades muito vastas.
2)
Feita
assim esta aliança política, a
Sociedade das Nações, seria possível resolver pacificamente todas as
questões, que viessem perturbar a Ordem Social.
3)
A fim de
que ocorre-se o vinculo das fusões das Religiões, Ocidentais e Orientais, seria
proposto, que esta Sociedade das Nações fosse instalada em Constantinopla,
considerada cidade livre, para mais tarde
servir de sede, entre o Oriente e o Ocidente, com vista, de lá ser emanado a Chefia do Poder Espiritual do
Mundo – Uma
Corte Internacional de Justiça Moral.
4)
Logo que
funcionasse o seu Tribunal – da Corte Internacional de Justiça Moral, , para
que respeitassem as sentenças que ela decretasse, ela teria uma Esquadra
Internacional, cujos materiais seriam fornecidos pelas 5 nações dirigentes, e o
pessoal, por todas as outras, -{ Algo
semelhante poderia ser realizado pela ONU de hoje, 1999} - em proporção a totalidade dos habitantes de cada
País.
5)
Havendo
determinado o espaço à causa geral, os mais distintos tripulantes da frota,
permaneceriam durante um ano no estrangeiro, só à expensas das respectivas pátrias, o que promoveria a vantagem de premiá-los, aproximando assim, os
proletários de todas estas Nações.
6)
Estas
Nações aliadas sem nenhuma restrição, os seus Poderes Temporais ditariam
a PAZ, até quando o Poder espiritual, comum a todas, houvesse preparado a espontânea aceitação dos princípios
Altruístas. Vide Conselho Moral da OUN – Proposto por - P. A . Lacaz
7)
As
Nações habituando-se a ficar de acordo, em todos os litígios, reduziriam pouca
a pouco suas forças militares; os vasos
ou naves indispensáveis à guarda aduaneira das costas; e a as terrestres, para
os pontos de fronteiras e o policiamento interior.
8)
As
forças militares, para serviços internos, de cada um dos Estados, seriam no
máximo, 1% (um %), da totalidade dos seus homens válidos.
FIM
Bananal - SP - Brasil
- Bichat de 210 / Dezembro de 1999 -
P.A . Lacaz / Positivista
PS. Os Positivistas sempre
propuseram, Sugestões Científicas, Pacíficas, Industriais e Altruísticas, para
resolver os problemas, aqui no Planeta Terra, visando o Bem Estar Social e não
o bem estar pessoal, que impera hoje em dia.
ANEXO I
Teoria Positiva da ABSTRAÇÃO
ABS = Para Fora ( Prefixo ) TRAHO, axi, actum, ere = Puxar , Arrastar, Sacar com força. (Verbo Latino )
I) INTRODUÇÃO :
1) Considerações gerais
Sobre o Aspecto Relativo e subjetivo
das Noções positivas
Ao estudar-se a Teoria Positiva da Abstração, uma idéia fundamental precisa estar
sempre presente ao leitor, pois sem ela, o conteúdo destas páginas não será tão bem
assimilado.
Esta idéia fundamental, é a da plena relatividade e subjetividade que o Positivismo estabelece para expressões tais como: objeto, corpo , coisa, ser, entidade, elemento, substância, estrutura, fenômeno, acontecimento, processo, evento, fato, propriedade, atributo, componente, essência, peculiaridade, característica, idiossincrasia , etc.
Mas o que quer dizer exatamente a plena relatividade e subjetividade destas
expressões ?
Em primeiro lugar queremos dizer que consideramos cada uma destas diversas
expressões, acima relacionadas, como plenamente conversíveis ; ou seja, podemos tanto
considerar um Ser como um conjunto de fenômenos, quanto considerar vários fenômenos
como representando as manifestações de um dado Ser .
Em segundo lugar , queremos dizer que a escolha de uma ou de outra destas duas
formas de considerar a realidade, varia em relação a cada questão que temos em vista
solucionar, com os mesmos dados que dispomos.
Enfim, queremos dizer que a incidência específica de cada escolha particular, em
detrimento da outra alternativa, provém do aspecto humano, que entra em jogo na resolução
positiva do problema, onde estas expressões figurarem.
Tomemos um exemplo: Nós Somos Seres diferentes e separados do Planeta Terra?
Respondendo, diremos: se levarmos em conta que podemos nos mover livremente em Sua superfície; se, para a natureza do nosso problema específico, torna-se relevante a circunstância da nossa evolução pessoal poder dar-se com certa independência, das transformações que se passam em pontos longínquos do Planeta; se considerarmos ainda o fato do homem poder sobrevoar em Sua camada gasosa e de inclusive, já ter visitado outro astro; então, para esta questão, podemos postular que os homens sejam Seres diferentes e separados do Planeta Terra.
Mas tal perspectiva, não é positivamente desejável para a totalidade dos problemas que a vida nos apresenta. Com efeito, existem questões cuja solução positiva é encontrável com mais facilidade ( ou mesmo só pode ser encontrada), se adotarmos a idéia de que o homem é uno com seu Planeta; e que os destinos humanos estão indissoluvelmente ligados aos destinos do Globo.
Aliás, diga-se de passagem, a própria palavra Humano, veio, em última analise, representar esta forma de considerar a realidade, citada no parágrafo anterior; visto como HUMUS, não é outra coisa senão TERRA.
Para não falarmos das duas bombas atômicas ; se um outro astro, por exemplo, estiver na rota de colisão com nosso Planeta, de nada adiantará considerar-se que o homem pode saltar ou voar. Ele será atingido, em virtude do planeta ter sido atingido.
Compreenda bem : não se trata de uma destas perspectivas ser, em si mesma, mais ou ser menos verdadeira; nem retratar mais ou retratar menos fielmente a realidade exterior que a outra; apenas cada qual está mais especialmente adaptada a esta ou `aquela questão, segundo as nossas exigências subjetivas de análise ou de síntese*. Mas as duas são igualmente verdadeiras ao seu modo, e desde que não consideremos mais a pretendida forma com que cada uma poderia descrever melhor, e de modo absoluto a realidade.
A única diferença que nos cabe licitamente considerar, é a do grau de eficiência com que o problema proposto pode ser resolvido positivamente com o uso de uma ou de outra destas duas perspectivas; como nossa subjetividade precisa optar por uma das duas ; uma será considerada preferencialmente para todos os fins, Afetivos, Intelectuais e Práticos, da Humanidade, mais desejável que a outra, em relação `aquela questão particular; eis como o Positivismo estabelece a posição geral de uma questão qualquer.
Muitos outros exemplos análogos poderiam ainda ilustrar o que entendemos como a plena relatividade e subjetividade dos conceitos enumerados no primeiro parágrafo deste texto, mas o caso que oferecemos, bem meditado, conduzirá facilmente a reconhecer a plena conversibilidade de todos estes conceitos.
Um aspeto desta plena conversibilidade dos conceitos acima enumerados, é a substituição da mentalidade de Causa-e-Efeito pela mentalidade relacional, no que concerne à Ciência propriamente dita. Tudo quanto a inteligência pode obter como resultado de suas operações interiores é a constatação repetida de relações de sucessão e de semelhança cuja consideração de que são constantes, nos levam à formulação abstrata das Leis Naturais que, por sua vez, correspondem a uma descrição generalizada dos diversos modos de manifestação do Mundo e do Homem.
Em outras palavras o que a Inteligência obtém por mais que haja, é sempre o “COMO ?” e nunca o pretendido “POR QUE ?” dos acontecimentos. Tal modificação na forma geral de compreender o Mundo e o Homem é normalmente lenta, e só é obtida convenientemente, por intermédio de associações progressivas com as idéias que mais fácil e espontaneamente o indivíduo já conseguiu positivar, ao menos no que concerne ao seu relativismo fundamental.
Exemplo : Não cabe perguntar por que um corpo cai; constatamos que ele cai; e a verificação repetida deste fato, dá-nos uma segurança íntima tal, que nos sentimos confiantes ao afirmar que no futuro os corpos continuarão apresentando esta mesma característica. Desde os mais arrojados e inéditos empreendimentos até aos mais simples e cotidianos dos nosso atos, repousam sempre sobre a crença na existência de uma fixidez elementar dos acontecimentos. Esta fixidez é o que no Positivismo se chama o Fatalidade Suprema acrescido das Sete Ciências Básicas ou Destino.
Nós não devemos afirmar que os corpos caem por causa da gravidade; por causa da lei da gravidade; ou por causa da força da gravidade: as idéias de gravidade, de lei da gravidade e de força da gravidade, consistem na descrição generalizada da própria queda dos corpos. Dizer que um corpo cai por causa da força da gravidade etc, é a mesma coisa que dizer que um corpo cai por causa de que cai; isto não chega a estar “errado,” pelo menos não no sentido usual em que se considera que algo seja logicamente contraditório; tais afirmações apenas não acrescentam nada à inteligência sobre o comportamento dos corpos em questão: não é a queda que faz o corpo cair. O corpo não cai porque tem peso ou massa, não é o peso ou massa que fazem os corpos caírem. É devido às observações seguidas dos corpos em queda, que nós formulamos subjetivamente as idéias de Lei da gravidade, Força da Gravidade, Energia Cinética, Massa , Peso etc,; se forem usados para descrever o Mundo, são conceitos positivos, mas tornam-se metafísicos se forem usados para explicar por que o Mundo manifesta tais atributos.
A ilusão do espírito metafísico reside, pelo contrário, na suposição de que estaríamos conhecendo algo de novo, ao recebermos a “informação” de que “o corpo cai por causa da força da gravidade”.
Os conceitos sobre o Mundo e sobre o Homem , não são metafísicos em si mesmos ; é o nosso modo de raciocinar sobre eles que os poderá tornar não só metafísicos, como teológicos ou positivos. Um único e mesmo dado novo, que fosse simultaneamente apresentado a três indivíduos, cada um dos quais raciocinando segundo um destes três modos de compreensão do Mundo e do Homem, seria convertido, por um, numa concepção teológica; por outro, numa concepção metafísica, e pelo terceiro , numa concepção positiva; em outras palavras, o primeiro explicaria tal fato como o efeito da vontade Divina isto é, de Deus; o segundo , consideraria este mesmo fato, como um efeito de forças , fluidos, energias etc; enfim, o terceiro consideraria somente o fato e apenas o fato; num esforço único de conhecer a Lei Natural que lhe é peculiar, e , onde tal fato poderia ser melhor enquadrado na Escala Enciclopédica( Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia Positiva e a Moral Positiva) .
O Positivismo não se propõe a explicar os fatos : sabemos que o que a inteligência faz, e as conclusões a que ela chega são apenas o elaborado reflexo subjetivo destes mesmos fatos; dizer que as concepções que formulamos sobre os fatos, serviriam para os explicar, é mais ou menos, como dizer que a imagem que o espelho reflete serviria para explicar o fenômeno que a sua superfície reflete.
Não se trata, como muitos mal-curados metafísicos ( Stuart Mill, Littré, Wirouboff, etc ) disseram : que esta causa, ou esta essência tenham sido por Augusto Comte descartadas de suas considerações filosóficas por estarem além da nossa compreensão e acima de nossas forças; raciocinar assim seria ainda raciocinar em termos de causa , efeito e essência.
A questão não é que nós não saibamos, propriamente o que as coisas são , e quais são as suas causas; trata-se a possibilidade de um modo de raciocinar no qual simplesmente não se precisa servir de tais conceitos, senão de um modo que lhe é todo peculiar, e com um outro objetivo , que não é o de explicar o Mundo e o Homem. A sensação que se obtém ao nos libertarmos da metafísica e entrarmos em plena posse do estado Positivo não é a sensação de ignorância , como se tivéssemos que renunciar a um conhecimento novo , porém inacessível ; o que percebemos é que no modo de raciocinar absoluto, quer teológico quer metafísico, as questões apresentadas em termos de causa, efeito e essência não nos acrescentam nada à nossa inteligência em matéria de novos conhecimentos, sobre o Mundo ou sobre o Homem.
É com esta percepção que se pode abandonar verdadeiramente a metafísica, e não, continuando a raciocinar em termos de causa, efeito e essência, apenas suspirando de resignação por se imaginar que um suposto conhecimento estaria eternamente além do nosso alcance.
Não se pode compreender bem este arrazoado senão na medida em que nós já o houvermos vivido em um mínimo grau; e todos nós já passamos por esta experiência , pela simples razão de que antes de termos recebido a metafísica, e a teologia dos adultos, nós já raciocinávamos sobre o mundo e sobre o homem, segundo uma perspectiva que é, no fundo, a mais próxima do estado final do entendimento.
Assim, é de grande auxílio em nosso trabalho contínuo e progressivo de positivação, evocarmos as recordações desta época de nossas vidas , onde inauguramos nossas primeiras tentativas de compreensão da realidade, tentativas estas aliás, realizadas de um modo incomparável com qualquer outra fase de nossa evolução individual.
Não há dúvida de que estas evocações da infância não devem absorver o conjunto da nossa atividade prática: a Filosofia Positiva nos convida a viver para outrém, não para ontem. Tais exercícios só devem fazer parte de nossa vida na qualidade de um meio com o qual nós nos haveremos de aperfeiçoar mais e mais; e não podemos esquecer nunca que o grau de aperfeiçoamento é aquilatado precisamente pela maior disponibilidade de vivermos para outrém.
Um outro fato digno de nota que verificamos quando passamos do estado metafísico ao positivo, é a imensa compreensão e admiração pelos esforços, que nos foram legados pelos demais filósofos. Por menos que possamos comungar intelectualmente com as suas opiniões, a comunhão afetiva com o seus esforços torna mais intima a nossa ligação com eles, do que se deles nos tornássemos os seus mais ortodoxos adeptos .
(*) Vale dizer (como adiante
veremos), segundo a preponderância da atividade do órgão cerebral da
contemplação abstrata ou do órgão cerebral da
contemplação concreta.
Uma vez que se tenha compreendido profundamente que as respostas causais (os porquês ) não acrescentam nada em matéria de novos conhecimentos dos corpos, sendo apenas uma forma de caracterizar o seu próprio modo de ser expontâneo tal como a observação já nos havia diretamente revelado. O espírito geral de nossa filosofia contudo, é o de sempre conservar melhorando; assim , esta transformação nos hábitos de raciocinar não deve corresponder `a universal excomunhão da palavra porque do nosso vocabulário; uma vez que isto constitua o nosso modo habitual de raciocinar, tornamo-nos então, e só então, aptos para iniciar o reaproveitamento doravante subjetivo do porque; aplicando-o fetichicamente como representando a vontade peculiares aos corpos quaisquer: com efeito, um modo mais elegante , mais maduro de dizer que “o corpo cai, por causa de que cai” é dizer que o corpo cai porque quer cair.
Esta modificação do entendimento humano não se limita a exemplos de natureza física; ela é extensiva a todos os degraus da escada enciclopédica - desde a Matemática até a Moral Positiva.
Quando dizemos que tudo é relativo, e que este é o único princípio absoluto, não estamos com isto querendo dizer que tudo possa ser indistintamente certo ou errado ; relativismo não é sinônimo de ambigüidade ou de indefinição; dizer que tudo é relativo também não é dizer que tudo é possível. Tudo quanto queremos dizer com isto, é que os acontecimentos estão relacionados uns com os outros e todos conosco. Em outras palavras, dizemos que como tudo está relacionado com tudo, esta proposição torna-se a única que não esta relacionada a nada; pois se estivesse relacionada com algo , o “ tudo” de que ela trata já não seria tudo mas apenas parte de um todo. Relativo é, portanto, sinônimo de relacional .
O processo de relativizar quaisquer dos nossos conceitos recebeu extraordinário desenvolvimento primeiramente com Copernico , astrônomo polonês, e depois, com Galileu, astrônomo italiano, fundador da física e continuador das idéias de Copernico, contra as de Ptolomeu, estas ultimas usadas pelos doutores da Igreja, que faziam da Terra o centro do Universo .
Com efeito, a compreensão de que, na questão do movimento, tudo consiste em estabelecer um referencial considerado fixo, e manter este referencial, ao longo de toda a descrição do movimento correspondente, foi o que marcou nitidamente a separação, que em breve se tornou progressiva do espirito teológico, em relação ao espirito positivo, então emergente.
É muito comum ouvir-se que Galileu disse: “ Não é a Terra mas sim o Sol o centro do sistema planetário” ; decorrendo desta sua proposição toda a antipatia do Clero Católico de sua época. Mas, a questão foi alem disto, na realidade bem mais profunda: não se tratou tanto de um novo fato que viesse chocar algum item do Dogma Católico, muito embora o tivesse feito; o que Galileu realmente induziu, instituindo desta forma um novo modo de raciocinar, abrindo uma nova dimensão para o entendimento humano foi que, tanto faz tomar o Sol, a Terra , ou qualquer outro ponto do Universo, como constituindo um referencial de fixidez, os resultados da descrição dos movimentos destes corpos, serão sempre equivalentes, uns aos outros, contanto que não se mude, para cada caso considerado, o referencial que inicialmente se adotou.
A escolha propriamente dita, do referencial, é puramente subjetiva, visto que como qualquer uma destas escolhas é capas de descrever a realidade do movimento dos astros com o mesmo grau de coerência interna, regidas pelas mesmas leis da astronomia. O que o Clero percebeu com profunda e lúcida clarividência, foram as mais remotas conseqüências deste novo modo de raciocínio , aplicado diretamente sobre a Divindade, visto como a relativização do movimento, conduz necessariamente a substituição da noção de causa e efeito pela noção de relação ( Lei Natural), em tudo quanto esta primeira noção dependa do movimento.
Se Deus, que é a própria personificação do absoluto fosse considerado relativo, torna-se-ia ipso facto contraditório em si mesmo, e , deste modo, o dogma teológico se ruiria, a começar por sua própria base, desmoronando todo o seu edifício sem excetuar os seus próprios princípios morais , que , mais longínquos e mais frágeis ficariam mais diretamente expostos aos sofismas de um egoísmo cada vez mais refratário à qualquer disciplina. Isto aconteceu, e cada vez mais vem acontecendo na pratica. Esfarelando-se desta forma , com o tempo a teologia, produzindo mais e mais destes farelos que são as diversas seitas protestantes.
Uma outra característica do espirito positivo, é a compreensão de que toda definição é no fundo tautológica (uma repetição em outros termos daquilo mesmo que queríamos definir), de modo que tudo quanto conhecemos são as nossas experiências subjetivas e que nenhuma palavra é efetivamente capaz de substituir; conquanto sirva-nos para evocá-las a nós mesmos e no ato da comunicação . A demonstração deste princípio é na realidade bem simples : Basta-nos considerar um Dicionário :uma palavra é sempre definida (quando não diretamente pela experiência sensível ) por meio de outras palavras ; ora, o número de palavras com que a Humanidade se serve para se comunicar embora seja crescente, é necessariamente finito; como de resto todas as suas produções. Assim o resultado final de uma definição qualquer, será sempre uma proposição na forma de um derradeiro dualismo, expresso como o que se segue : a é b .
Sendo o a representado pela palavra que queríamos definir, e o b, representado por todas as demais palavras do conjunto de todos os dicionários, de todos os tempos e lugares
Como não há nada além de a e b, tanto faz definir a como b e b como a estaremos sempre dizendo apenas que a é a e b é b.
E como definir é dizer o que uma coisa é ; e dizer o que uma coisa é, para os metafísicos pelo menos, significa supostamente conhecer a essência de que o Ser é constituído; segue-se que todas as tentativas de estabelecer um conhecimento essencial , não é capaz de nos informar sobre nada de novo, a respeito dos corpos; por mais que façamos, só podemos nos "informar" , que um Ser é o que é, isto é, ele mesmo ; como alias, já "sabíamos" .
Pelo reconhecimento geral da validade deste
raciocínio , fica então estabelecido
no domínio das nossas quaisquer definições, um profundo espírito de relativismo, transformando o caráter geral das definições, de Objetivas em Subjetivas , tornando-as de essenciais em relacionais.
As nossa definições, por mais bem elaboradas que possam ser, apenas nos serão capazes de dar o conhecimento das relações que unem o Homem ao Mundo e o Mundo ao Homem ; elas não explicam os acontecimentos, apenas o descrevem tal como são para nós.
Vejamos agora ,como se dá operação da conversão de um a outro destes dois modos de raciocinar:
Em primeiro lugar , esta conversão é tudo menos instantânea: certas noções tornam-se, conforme a natureza de cada indivíduo, mais ou menos facilmente transformáveis; havendo necessidade vital, sobretudo para nós que fomos educados no absoluto, de um contínuo exercício de aplicação dos princípios acima descritos às nossa noções quaisquer, com um particular esmero principalmente quanto àquelas que mais diretamente se ligam ao nosso egoísmo, que são, não só as mais difíceis de relativizar, como ainda as que mais oferecem obstáculos à relativização das nossas outras noções.
Em segundo lugar, o pleno advento da não-causalidade e da não-essencialidade é, por assim dizer, preparado por uma consideração de caráter transitório. Tal consideração transitória possui a característica de, ao mesmo tempo em que não chega a eliminar a noção de causa, efeito e essência, prepara o conjunto da nossa subjetividade (Sentimento, Inteligência e Caráter), para esta mutação evolutiva, através da vida prática. Trata-se agora pois, de uma consideração de ordem essencialmente prática , assim como as considerações ilustradas pelos exemplos anteriores de Galileu e do Dicionário, foram de um caráter mais diretamente intelectual . O espirito prático encontra-se em permanente necessidade de deter suas especulações, mesmo quando justas, sempre que este acréscimo ameaça tornar-se ocioso, não correspondendo de fato a nenhum incremento sensível de eficiência em suas operações. Assim, as idéias de causalidade e de essencialidade são, pelo espírito prático, detidas, contidas espontaneamente , para que a resposta de um por que não implique na prática , em restabelecer-se a questão mediante um novo por que, acarretando Dúvidas em cima de dúvidas. O mesmo tipo de raciocínio aplica-se à pergunta - O que é ? - correspondente à essencialidade. Estas considerações de ordem prática não chegam, bem entendido, a transformar plenamente a forma de raciocinar teológica e metafísica, na forma de raciocinar positiva , mas são como que a antecâmara da positividade; elas possuem a vantagem de oferecer um esboço de consciência e de disciplina, aplicáveis desde já mesmo para aqueles cuja a inteligência ainda se encontra mergulhada no absoluto. Esta consciência e esta disciplina são oriundas da aceitação da finitude necessária das nossas concepções e sua meditação continua impõe em breve uma grande questão teórica, cuja plena resolução nós sentimos que , vai sendo gradativamente adquirida, somente na medida em que algumas de nossas noções já começaram a mobilizar-se rumo a sua transmutação final.
Em terceiro lugar, vem as considerações de caráter diretamente afetivo, revelando-nos agora a ligação que existe entre as noções absolutas de causa, efeito e essência, aos instintos egoístas; bem como a ligação íntima das noções relativas de não-causalidade e de não-essencialidade com os instintos altruístas.
Até o advento do Positivismo Sistemático, tais questões vinham sendo abordadas sob a influência direta da mentalidade e da sentimentalidade absoluta ( teológico-metafísica), que fazia-nos crer na possibilidade de um conhecimento do mundo exterior independente das peculiaridades afetivas , intelectuais e práticas da nossa própria natureza; ou ainda mesmo, na crença de que tais peculiaridades seriam os instrumentos por excelência de revelação da realidade. Buscava-se assim um conhecimento da realidade tal como ela é ; ao invés de um conhecimento da realidade tal como ela é para nós .Mas também é preciso não esquecer que este relativismo embrionário sempre foi mais ou menos pressentido, faltando apenas a coordenação explícita e generalizada destas sábias intuições expontâneas.
As filosofias anteriores ao Positivismo, tendiam, por assim dizer, a isolar os conceitos que enumeramos no primeiro parágrafo, e cuja conversibilidade só Augusto Comte instituiu de modo completo ; não é pois errado dizer que os únicos livros onde pode ser encontrada a ciência em seu estado plenamente Positivo, são as suas obras; em todas as demais haveremos de nos deparar, aqui e ali, com componentes metafísicos mais ou menos presentes e intensos.
Embora à primeira vista estas considerações pareçam tornar mais nebulosos os nossos dilemas morais, as nossas questões teóricas, e as nossas resoluções práticas; uma análise mais minuciosa percebe logo suas imensas vantagens de todo gênero :
Em primeiro lugar, este pleno relativismo evidência diretamente o papel necessário que as emoções humanas desempenham não só na resolução de nossos problemas quaisquer, como na sua própria formulação; minimizando assim os graves riscos a que, de outra forma, ficaríamos expostos na medida em que passássemos a imaginar que a inteligência, sozinha, sem a influência afetiva, pudesse dar conta de todos os seus problemas.
Uma vez que se torna cabal esta participação afetiva, o próximo passo, que logo se segue, sob pena de um profundo desarranjo do conjunto de nossa subjetividade, é a descoberta da natureza das afeições que, uma vez preponderadas, melhor prestam-se `a clarificação e resolução das nossas questões. Vemos então, que o Amor é sempre a chave mestra para a obtenção destas respostas; e que a própria idéia de que a inteligência funciona isolada não foi nunca senão no fundo, um sofisma inspirado, sustentado e desenvolvido diretamente pelos sentimentos egoístas.
Exemplo : “ Amigos, amigos; negócios `a parte” ; “Eu sou um profissionalllll !, deixei o sentimento em casa” .
Em segundo lugar, a inteligência mesma, torna-se diretamente estimulada, pois abrindo mão do conhecimento absoluto, ela reconhece o seu próprio modo de operação devotando coincidentemente todas as suas forças `a resolução do que corresponde de fato à missão subjetiva de seu trabalho expontâneo .
Enfim, o Caráter, que talvez pudesse ressentir-se dessa interposição filosófica tão questionante da realidade, solicitando desta forma uma sobreexcitação da prudência, ( com conseqüente implemento de perplexidade) recebe, pelo contrario, do relativismo e do subjetivismo positivo, um poderoso impulso; graças `a profunda comunhão que o homem passa a adquirir com tudo que o cerca : se o conhecimento não é senão a relação recíproca estabelecida entre o mundo e eu ; então, quanto mais intensa e vasta puder tornar-se esta relação, maiores serão as possibilidades efetivas de conhecê-lo e consequentemente mais fácil e sistemática poderá tornar-se a minha Ação.
Eis como Augusto Comte sintetiza tudo quanto viemos expondo nesta introdução :
“ Subordinar o Progresso `a Ordem, a Análise `a Síntese, e o Egoísmo ao Altruísmo; tais são os três enunciados, prático, teórico, e moral, do problema humano, cuja solução deve constituir uma unidade completa e estável , respectivamente própria aos três elementos de nossa natureza. Estes três modos distintos de pôr uma mesma questão, não são somente conexos, mas equivalentes, visto a dependência mútua entre a atividade, a inteligência e o sentimento. Apesar de sua coincidência necessária, o último enunciado superpassa os dois outros, como sendo o único relativo `a fonte direta da comum solução. Pois, a Ordem pressupõe o Amor, e a Síntese não pode resultar senão da Simpatia: a unidade teórica e a unidade prática são, pois, impossíveis sem a unidade moral; assim , a religião é tão superior à filosofia quanto à política. O problema humano pode finalmente se reduzir a constituir a harmonia afetiva, desenvolvendo o altruísmo e comprimindo o egoísmo: desde então, o aperfeiçoamento se subordina `a Conservação ( Ordem) e o Espírito de Detalhe ( Analítico) ao Gênio de Conjunto (Sintético) ” . Augusto Comte - Síntese Subjetiva - pag 1.
2) Conceitos Fundamentais.
O SER CONCRETO OU CORPO CONCRETO É O RESULTADO DE UM ARTIFICIO LÓGICO, POR MEIO DO QUAL SIMPLIFICAM-SE AS OPERAÇÕES INTELECTUAIS, INCLUINDO AS OPERAÇÕES DE LINGUAGENS(CÓDIGO) DAS COMUNICAÇÕES TRANSMITIDAS, DECORRENTES DAS RESULTANTES DESTAS OPERAÇÕES INTELECTUAIS.
Primeiramente deparamo-nos com as Sensações ; tudo quanto a inteligência ( entendimento) precisar considerar, por qualquer razão, como além destas sensações; este incremento necessitará ser compreendido pela inteligência, como uma elaboração de nossa subjetividade; considerando a existência Objetiva de uma Realidade Exterior, como um postulado teórico( fundamento teórico), plenamente válido e certo, mas ainda assim, um simples postulado teórico; que se destina a auxiliar as nossas elaborações Afetivas, Intelectuais e Práticas.
Do contrário, recairemos ou no Materialismo (1), isto é, no excesso de Objetivismo ;ou, então, caímos no excesso de Subjetividade quer seja no Solipsismo do Tipo Górgias (2) , quer ainda nas Filosofias do Bispo George Berkeley e de seus discípulos (3).
(1)O Materialismo - É uma pretendida Síntese Objetiva, que tomando por ponto de partida a noção de Ser, ao Invés da de Sensações, tende a substancializar de modo absoluto os Atributos, considerando-os, sob forma Concreta, como Seres ou Corpos Concretos.
- O pensamento é uma coisa que está dentro do cérebro
- A vida é uma coisa que esta dentro do Organismo
- A energia é uma coisa que esta dentro dos Corpos
Em síntese, podemos dizer que o Materialismo é uma das expressões filosóficas do coisismo , isto é, da tendência de considerar preferencialmente os atributos como Seres Concretos , supondo que esta tendência corresponda de fato a uma apreciação mais correta, mais autêntica, mais genuína e mais verdadeira da realidade exterior.
Fato digno de nota é que o
Espiritualismo é um tipo refinado de Materialismo , ha visto como a alma , como entidade espiritual ,
queiram ou não os que nela crêem , é sempre
vista como um tipo de corpo; pelo simples fato de ser concebida como um Ser.
(2) O Solipsismo do Tipo GÓRGIAS : Górgias, viveu a aproximadamente ? 6 Séculos aC , na Grécia ,tomou por ponto de
partida as Sensações ; ele não
efetuou contudo, a inferência necessária, por meio da qual , passamos a representar Sensações, como provenientes de um Ser Hipotético, sempre quando isto nos for positivamente mais conveniente; assim sendo, Górgias considerava que todo o
Mundo era uma imensa alucinação dele - a Alucinação de Górgias. Pois tudo que é dado saber com segurança existir de fato, são as Sensações.
(3) Filosofia do Bispo
George Berkeley e seus Discípulos ; Segundo o Bispo Berkely,
que viveu no Século XVIII, a
Matéria é um dos conceitos mais
danosos ao Homem, pois afasta-o de
Deus; com tal pensamento, procurou
construir uma filosofia, na qual a noção de Matéria fosse dispensável à
existência Humana e à compreensão dos acontecimentos. Postulou que
a matéria não existe, sendo o que chamamos de
Mundo Exterior é apenas uma ilusão, produzida diretamente por Deus, em cada alma, de modo que os únicos Seres de fato
existentes, são Deus , as Almas dos Homens e os Anjos (bons e maus)
Estas duas
Filosofias (2 e 3) estão, num certo sentido , mais próximas da perspectiva
Positiva, pois partem como nós positivistas da Noção
de Sensação, como Elemento
fundamental
da Construção Filosófica . Considerados do ponto
de vista da coerência
interna,
cada uma destas duas Filosofias (2 e 3) oferece respostas plausíveis e não
contraditórias consigo mesmas.
A escolha da Síntese
Positiva (Síntese Subjetiva ou Subjetivismo Positivo) em lugar
destas duas últimas (2 e 3), é uma prova muito importante e elucidativa de como o
AMOR é
um elemento de caráter
decisório, para a resolução de uma questão aparentemente tão desvinculada de qualquer implicação
emocional.
Com efeito, se os inconvenientes intelectuais tornam-se facilmente superáveis em cada um destes dois casos (2 e
3), os inconvenientes morais positivos que tais doutrinas encerram, foram de
tal modo flagrantes, que jamais estas filosofias obtiveram um número expressivo de adeptos, tendo
sempre que contar com uma ferrenha
Oposição Universal.
Com relação à Górgias, os inconvenientes Morais de
seus pensamentos residem sobretudo no fato de que , se só EU
Existo, e tudo o que me
cerca não passa de minha alucinação
pessoal, ficará sempre ao
critério dos meus caprichos,
modificar tais alucinações , ao meu bel
prazer, com a certeza, de que não
estarei de fato destruindo nada. (
Lógica Intelectual OK , mas Lógica
Moral Negativa) - Isto está bem de perto do que conhecemos hoje,
como o
“brain-storming Neo-Liberalista”.
Com relação ao Bispo Berkeley, os
inconvenientes acima citados, no caso
de Górgias, valem também para sua filosofia;
acrescidos ainda de que Deus , que
é considerado por todos os teólogos a Verdade Suprema, apareceria ai
, como o Supremo Mentiroso, uma
vez que levou todas as pessoas, a crer na existência objetiva de um Mundo Exterior Ilusório.
Quanto
ao Materialismo, em suas diversas
modalidades ( do materialismo Matemático até o materialismo Sociológico *) - Verificamos um inconveniente seríssimo, que é a
presunção de que um elemento absoluto da realidade exterior , independentemente das
relações que esta realidade estabeleça
para com o sujeito possa servir
como meio geral de explicação do mundo e do homem; um outro inconveniente estritamente relacionado a este, é a noção de que
a unidade Humana, se
estabeleceria por intermédio de
um conceito Objetivo ou
seja relativo ao mundo exterior : A Matéria . A conseqüência disto ,é
que o Homem se torna , além dos
justos limites, subordinado `a Matéria**. A Unidade Humana , pelo contrário, é obtida por intermédio do predomínio
da Idéia de Humanidade que, uma vez
estabelecida, permite formar, no devido grau,
o laço que une cada pessoa
humana `a Terra e ao Espaço***
Embora
o Materialismo não seja necessariamente concebido com esta
finalidade egoística, torna-se ele muitas vezes a Doutrina que fornece o
respaldo para que estes instintos
Egoístas, sobretudo de posse , realizem um verdadeiro Culto Egoístico `a
Matéria - como o
Culto Egoístico, por exemplo ao
Dinheiro e aos bens materiais ( Capitalismo ).
Cumpre
lembrar que o Culto `a Matéria persiste na
Síntese Subjetiva, mas com
enfoque Altruísta, sob a noção de Culto
ao Gran Fetiche - a Terra - que é a
base da qual emana o Império Biocrático e também do
Culto aos astros,
animais e plantas .
Haeckel ao ler as obras de Augusto Comte , criou a palavra Ecologia, tão em moda hoje em dia.
Faltando-nos apenas hoje, procurar
atingir o que se poderia chamar de Ecolatria
(Culto) e de Ecocracia (Regímen)
,componentes implícitos da Sociolatria e da Sociocracia, respectivamente.
(*) por
exemplo o Marxismo é um Materialismo
Sociológico; (**) o pensamento dos economistas constitui, via de regra, a
expressão desta tendência , mesmo
quando chegam a entrever o aspecto
afetivo das sociedades. (***) Vide na pagina ... explicação
para este termo.
Pelo que vimos, devemos considerar plenamente lícita e desejável sob todos os aspectos, a inferência por meio da qual passa-se a considerar as Sensações como manifestações de um Ser Hipotético, sempre que pressentirmos que esta consideração nos traga maior facilidade em resolver positivamente nossas questões ; e nunca nos esquecendo da natureza subjetiva desta Operação. Só quando se tenha estabelecido firmemente em nosso interior tal relativismo e subjetivismo, é que podemos passar a compreender o Mundo e o Homem sob o ponto de vista Positivo.
Esta é uma das razões pelas quais a Doutrina Positivista é denominada Síntese Subjetiva
Ser Concreto ou Ser
Real ou Corpo Concreto ou Corpo
Real, é uma Suposição, ( o que se acredita ser uma realidade
objetiva) ou Inferência (raciocínio, ou
operação Cerebral elementar e expontânea), que o Encéfalo formula através das Sensações, baseadas nos
oitos Sentidos ( Paladar, Olfato, Tato,
Audição, Visão, Musculação, Calorição e Eletrição) , interferindo na Inteligência, que vai freqüentemente
elaborando conforme a sua experiência
ou vivência ; e ao mesmo tempo vai coordenando as Sensações e Grupos de Sensações , progressivamente
registradas, formando a Idéia ou
Concepção, oriundas das Imagens ou
Informações Objetivas do Exterior.
Os Seres ou Corpos Concretos ou Reais e seus conjuntos de Acontecimentos ou Atributos ( ou propriedades, ou características , ou especificações e os fenômenos etc.), que os caracterizam, nos levam naturalmente, num estudo sistemático a separá-los.
Este estudo das Propriedades dos Seres Concretos ou Corpos Concretos, no Aspecto Estático ou no Aspecto Dinâmico, nas condições especificas ou generalizadas, é que nos leva a formar o que se denomina Abstração. Assim a coordenação destes Acontecimentos ou Atributos, independente dos Seres, isto é, já separados das suas sedes respectivas , constitui o Funcionamento Operacional da Abstração .
O Conjunto dos Seres Concretos ou Corpos Concretos, formam o Mundo . O Conjunto das 18 funções do Cérebro -(Psíquico ou Moral ) forma a Alma do Homem, que em conjunto com o Soma (corpo) , forma o Homem.
Generalizando a Instituição Mecânica onde a Estática representa o equilíbrio - a existência - e a Dinâmica representa o
movimento; podemos conceber a mesma
idéia de equilíbrio e de movimento extensiva a todo o
domínio enciclopédico. Estático quer dizer , na concepção Positiva, o arranjo,
a estrutura, a sistematização de elementos
coexistentes, independente de qualquer
idéia de movimento. Na apreciação Estática de uma classe qualquer de
atributo, conhecemos apenas a ordem , a
maneira pela qual o atributo é observado, independente do seu deslocamento espaço-temporal.
O Estudo
Sistemático da Abstração
compreende Duas Partes, como pode ser visto no quadro II - Estudo Sistemático da Abstração.
A Primeira Parte(A) é a da Anatomia e Estrutura, ou Aspecto Estático da Abstração, onde estudamos a localização dos Órgãos ou Funções e suas interligações - Órgãos dos Sentidos, Nervos, Gânglios Cerebrais, Cérebro , Cerebelo e o Soma. Como a localização destes Órgãos não é perfeitamente visível, dependemos de estudos mais profundos de natureza subjetiva para a elaboração da Teoria Cerebral.
O Positivismo
utilizou-se de Métodos Subjetivos , baseados na lógica
e nas informações colhidas principalmente da sociologia, associadas `as informações da anatomia. Hoje em dia os cientistas estão muito preocupados e
dando somente muita atenção à constantes fatos soltos, colecionados
pelas observações empíricas. Embora estas observações estejam de fato
progressivamente submetidas `a
condições precisas de investigação laboratorial e mesmo tendam já a um certo grau de coordenação lógica,
carecem ainda de uma suficiente
interpretação filosófica, capaz de as
ligar ao conjunto do edifício
enciclopédico.
A Segunda Parte(B) é a
Parte Fisiológica ou Aspecto Dinâmico da Abstração, isto é : o Estudo do Funcionamento Subjetivo
dos Órgãos por intermédio da
manifestação de suas correspondentes
Funções.
Esta Segunda Parte está dividida em duas Secções :
A Primeira Secção (A), indica o Funcionamento Operacional da Abstração, isto é,
a Dinâmica Operacional da Abstração.
A Segunda Secção (B), apresenta o
Funcionamento do Desenvolvimento, isto é, o Aspecto Dinâmico Evolutivo da
Abstração Humana.
Vamos nos
deter em maiores detalhes na Segunda Parte(B) , e vamos deixar para
o final a Primeira Parte (A).
# Segunda Parte(B) -Primeira Secção(A) -
Dinâmica Operacional da Abstração
A Dinâmica
Operacional da Abstração
se processa diretamente em três Órgãos
Distintos: - Na
Inteligência (1) (Contemplação, Meditação e Expressão), onde se
registra a Imagem ; onde surgem as Idéias, que redundam no Pensamento; que influenciado pelos Sentimentos (2) (
Egoístas e Altruístas) e regulado pelo Caráter (3) ( Coragem, Prudência e
Firmeza), define a resultante da Ação
ou Execução, que é, codificado pelo Órgão da Inteligência chamado Expressão, que transmite ao exterior o
seu estado Interior de Sentimento, Pensamento e Projetos.
Abstrair é efetuar uma Operação Cerebral de separação das propriedades de cada Ser Concreto ou Corpo Concreto; e de reunião destas propriedades às propriedades semelhantes de outros Seres, ou Corpos Concretos fazendo de cada uma destas propriedades, um novo Ser ou Corpo à parte, que chamamos de Corpos ou Seres Fictícios ou Abstratos ou ainda de Fantasmas( alguns filósofos chamam de Existência),e que isoladamente se estuda. A palavra fictícia , significa aqui, algo útil , que teve origem em uma fonte de trabalho do cérebro. Devendo ser Real ou Utópica e não quimérica.
Esta Operação de Abstrair é a condição fundamental para que possamos efetuar qualquer estudo teórico ou prático de Procura ou Busca ou Pesquisa, para podermos descobrir as Leis Naturais que colecionadas pelas sucessões e semelhanças dos atributos tratados, vão, passo a passo, construindo o edifício científico correspondente. Eis como entendemos as Ciências .
Quando se estuda a Política
Positiva de Augusto Comte - a palavra doutrina, não expressa só a Doutrina
Positiva ( Culto, Dogma e Regimen), mas
também um elemento do binômio, que ela
forma com a palavra Método. Nesta
última significação a palavra doutrina
corresponde `as Leis Naturais que compõem
as Ciências. O Método é a modalidade de raciocínio, pela qual se pode
chegar `a conclusão destas Leis
Naturais. A Aplicação do Método a um
Atributo cuja Lei se deseja conhecer, é dito Pesquisa ,ou
Busca, ou Procura.
Estas Propriedades ou atributos, podem ser consideradas como as diversas manifestações dos Seres ou Corpos Concretos ; e, nesta significação, são os Seres ou Corpos Concretos em ação, também conhecido como Fenômeno, isto é , provocados nestes Seres ou Corpos Concretos, devido aos seus atributos.
Neste trabalho tivemos o cuidado de adaptar nossas expressões `a linguagem corrente, de modo a não oferecer palavras com uma significação diferente das usuais que o leitor está espontaneamente acostumado a usar . É assim que preferimos não utilizar as expressões fenômeno e atributo, como sinônimos, muito embora o aspecto relativo da Filosofia Positiva permita-nos faze-lo sempre que desejável, como ficou demonstrado logo no inicio deste trabalho. Nos textos escritos por Augusto Comte encontramos esta identificação.
Estas Sensações Abstraídas podem ser generalizadas e expressas na linguagem por :
Adjetivos : que dão qualidades ao Ser -- quente, bruto, amoroso, redondo etc.
Substantivos : palavra usada para determinar cada Ser- livro, computador etc.
Adjetivos Circunloquiais : que associam o adjetivo ao substantivo - Piriforme- de forma de pêra etc.
Tudo que é relativo ao Mundo Interior do Homem, isto é, ao Sujeito que percebe o Mundo, chama-se Subjetivo.
Tudo que é relativo ao Mundo Exterior do Homem, isto é, ao Objeto que é perceptível pelo Homem, chama-se Objetivo.
A Abstração, de um modo geral, começa espontaneamente; mas só muito mais tarde, é que se torna sistemática .
A primeira indução da espécie humana, consiste em representar no cérebro, em caracteres gerais, de uma só vez, todo o espetáculo exterior, naquele instante.
A Operação de Abstração é instituída como uma necessidade de nossa inteligência, para poder estabelecer as relações de semelhança entre os atributos de vários Seres Concretos e a relação de sucessão destes atributos que se ligam entre si pelas Leis Naturais.
Assim :
Especulações Concretas se referem aos Seres ou Corpos (Concretos).
Especulações Abstratas se referem aos Atributos , ou propriedades ou características destes Seres que se supõe como artificio lógico, existindo exteriormente.
Desta distinção resulta a instituição dos domínios da Filosofia Primeira, que trata das Leis Naturais, comuns a todas as Classes de atributos, da Filosofia segunda ou Ciência Positiva , que compreende as Leis Abstratas a cada categoria de Atributo, e a Filosofia Terceira, que abrange as aplicações práticas , isto é , Aplicações Tecnológicas.
Uma ciência concreta ( isto é, uma ciência correspondente à coleção das Leis Naturais referentes a cada objeto particular) é impossível. Vemos que a complexidade e as formas especiais das relações correspondentes existentes em cada Corpo Concreto, revela-nos Atributos que os distinguem de todos os demais Corpos do Universo. A propósito, uma Idéia qualquer não é dita abstrata ou concreta em si mesma,, mas, em comparação com uma outra Idéia implícita ou explícita, que tenha sido tomada como uma espécie de critério subjetivo de aferição, para o problema específico que a inteligência está tentando resolver ; também, analogamente, temos que, na Música , uma nota só é designada bemol ou sustenido de acordo com as circunstâncias peculiares de cada partitura em particular.
É impossível a sistematização completa, na realização de quaisquer dos nossos atos mesmo nos domínios mais simples.
Só a ciência abstrata é plenamente sistematizavel, pois que , enquanto a apreciação concreta é sempre especial ou específica, a apreciação abstrata, permite inteira generalização.
Todos os elementos que colaboram para nos revelar um Ser Concreto; todos os atributos que uma existência nos apresenta, estão sempre sujeitos `as Leis Naturais, que são comuns a todos os Seres Concretos , em que se encontram esse acontecimento ou propriedade ou atributo.
O conjunto das Leis Naturais destes acontecimentos ou atributos ou propriedades, que nos são conhecidas , constitui a Ordem Natural.
A generalidade das Leis Abstratas nos permite as previsões seguras, o que não se verifica nos estudos concretos.
As Leis Concretas puramente empíricas que por ventura pudessem ser obtidas, tomando como base as considerações diretas de assuntos concretos, só seriam verificáveis, para cada caso examinado e mesmo assim , com sérias limitações , visto como, a cada instante, o Ser Concreto se altera.
Por maiores esforços que fizesse nossa Inteligência, a procurar as diversidades dos casos concretos, não só na existência considerada como também nas circunstâncias externas com elas correlacionadas, obrigaria, em cada caso , a várias ou diversas deduções, o que tornaria totalmente impossível qualquer previsão.
Sendo a inteligência a função cerebral de nosso esclarecimento, para permitir a ação, ela deve necessariamente realizar previsões, o que exige como fundamento especial, o estabelecimento de relações gerais. Essa generalização obriga sempre a abstração dos Seres Concretos nos seus diversos atributos, para que estes sejam coordenados sistematicamente, a fim de constituírem os elementos necessários ao estabelecimento Indutivo ou Dedutivo das Leis Naturais.
Devemos considerar como relativa a própria sistematização abstrata, em vista de afastar outros atributos, que influem diretamente nos casos concretos, sobre o atributo estudado.
Primeiramente as Sensações e em seguida as Imagens dos Seres Concretos é que constituem sempre a fonte originária onde vamos buscar todos os elementos para as nossas construções abstratas. Na realização destas construções, temos de abstrair, desprezando muitas vezes elementos de influência real na propriedade ou atributo considerado .
Quando
estudamos , por exemplo , as leis físicas da queda dos corpos, da dilatação; as
leis químicas, da composição e da composição, etc.
desprezamos sempre atributos cujas restrições
se tornam indispensáveis na apreciação
do caso concreto que se está
investigando.
Eis como a plena generalização
nos afasta da realidade. O domínio da Filosofia Terceira consiste no conjunto de conhecimentos concretos, em restituir
`aquela realidade, por meio de regras empíricas ou coeficientes práticos destinados `a conciliação entre
Abstrato e o Concreto, de
acordo com o principio positivo da
Síntese Subjetiva de Augusto Comte : “
Para completar as Leis são necessárias
as Vontades”.
As Leis artificiais instituídas pelo Homem para coordenar as relações
de sua vida individual e social, devem sempre, e tanto quanto possível,
refletir as Leis Naturais do
domínio biológico, sociológico e moral.
Os Economistas encontram nos Sistemas Sociais Adoentados pelo predomínio do Egoísmo, a manifestação da pretendida “Lei da Oferta e da Procura”, que mostra ou descreve um aspecto do Estado Patológico correspondente. Embora este aspecto do estado patológico possa ser plasmado em termos abstratos, inclusive utilizando-se de recursos matemáticos, não é considerada tal expressão geral uma Lei Natural Positiva; inerente à natureza própria deste Sistema Social, e inextirpável deste ; aplicável à pratica da tecnologia Sociológica Positiva, pois não expressa as condições do Estado Normal. Mas , a Sociologia Positiva pode servir-se destas “ leis da Economia” ou , como seria mais acertado dizer, destes subprodutos de manifestações patológicas como indicações Sintomáticas do grau de perturbação Egoística, presente no Agrupamento Social considerado. A mesma lei pode se tornar Positiva , na medida em que o comportamento humano se torne mais Altruísta, alterando desta forma as suas variáveis, para que o resultado da utilização desta lei traga benefícios morais `a sociedade, no seu todo, e possa representar doravante a indicação de um estado de convalescença do Sistema Social.
A
conhecida lei da Oferta e da Procura , não é uma Lei Natural ; não
expressa uma fatalidade inerente ao
Modo de ser dos Sistemas Sociais; mas ela é uma ferramenta criada pelo homem e que pode ser
Positivamente utilizada como um indicador de sintomas de desequilíbrio social. Se existisse a preponderância do
Altruísmo no grau em que a Filosofia Positiva
propõe e estimula, esta lei , bem como os seus fenômenos
correspondentes, desapareceriam.
Do mesmo
modo, embora a diferença fundamental entre o estado geral de saúde e de
doença seja uma diferença de grau, valendo tanto para um, como para
outro destes casos, as mesmas Leis da
Vitalidade, notam-se alguns fenômenos
acessórios cuja a presença só é
encontravel na doença; de modo que uma vez esta extinta, extingue o fenômeno à ela associado.
As Leis Naturais ou Relações Abstratas , quer sejam Indutivas ou de Semelhança, quer sejam Dedutivas ou de Sucessão, constituem, as bases de todas as nossas previsões , e são as únicas que comportam a nossa Organização Intelectual. As limitações de nossa Inteligência, não nos permitem resolver diretamente os casos concretos e, por meio destes casos concretos, realizar previsões, que possam facilitar nossa Ação .
Temos por isso, que nos limitar a previsões gerais, baseadas no conhecimento abstrato, e depois procurar a conciliação, em cada caso concreto, com as circunstâncias especiais que o envolvem.
A construção das teorias, a determinação da constância ou freqüência no meio da variedade , para a indução e a dedução das Leis respectivas, exige como base ou fundamento, o trabalho intelectual de coordenação dos atributos independentes dos Seres Concretos, isto é, a Operação ou Trabalho de Abstração.
Aspectos Dinâmico Operacional e Evolutivo da Abstração.
Verificada a necessidade da Abstração, passemos ao exame direto da maneira pela qual é realizada essa Operação Intelectual, bem como a sua Evolução, no que tange ao Desenvolvimento Humano.
A Dinâmica tanto Operacional (Moral ou Individual, efetuada no Cérebro do Homem), quanto a Dinâmica Evolutiva ( Sociologia efetuada no Cérebro da Humanidade), devem ser consideradas como uma sucessão gradual de Aspectos estáticos.
O Progresso das condições anatômicas e estruturais, do Aspecto Estático dos órgãos dos sentidos, dos nervos, dos gânglios, do Encéfalo e do Soma, repercutiu sobre a capacidade { QA, QI e QC ( Quociente de Afetividade ; Quociente de Inteligência ; Quociente de Caráter)} e a competência em seus diversos graus deintensidade.
No caso do Funcionamento da Dinâmica Operacional de Abstração, o Aspecto Estático representa a unidade de Estrutura de Acontecimentos ( ou atributos, ou propriedades , ou características...) quaisquer ; e o aspecto Dinâmico Operacional, nos fornece o desenvolvimento desta Estrutura, isto é, uma pluralidade de estados sucessivamente modificados.
No caso da apreciação da Dinâmica Operacional da Abstração, esta nos mostra a inteligência preparando os materiais necessários para o trabalho abstrato, decompondo os Seres Concretos, combinando e coordenando os acontecimentos ou atributos ou propriedades semelhantes, sempre sobre o mesmo aspecto estrutural.
A Apreciação Dinâmica da Operação de Abstração nos apresenta as diversas etapas sucessivas que adquire o trabalho intelectual de Abstração, variando com as alterações que sofre o Conjunto Geral das Idéias ou Concepções Humanas, individuais ou coletivas que tem as suas origens no Órgão da Contemplação Concreta ; com o maior grau de desenvolvimento da capacidade de abstrair, que vai aos poucos, sendo alcançado pela nossa Inteligência.
Para realizar, por exemplo, um raciocínio indutivo, o
mais simples da geometria, necessitamos proceder a um trabalho de Abstração, a fim de
separar, por exemplo a forma,
tornando-a independente de todos os outros acontecimentos ou atributos
que acompanham o Ser Concreto. Na Realidade Exterior não encontramos Esferas e
sim Corpos Esféricos. Para estudarmos as Leis Naturais Gerais
da forma geométrica em
questão, precisamos abstrair,
separando, nos Seres Concretos
considerados, a forma esférica, e supondo inexistentes a cor, o peso, e as demais propriedades físicas, químicas
ou de qualquer outra natureza,
existentes nos Seres Concretos Observados.
Do mesmo modo , o Funcionamento da Dinâmica Evolutiva da Sociedade Humana se processa por um caminho análogo.
A passagem da Inteligência Humana pelos diversos estados sucessivos de Fetichismo Expontâneo, Fetichismo Astrolátrico, Teologia Politeísta, Teologia Monoteísta, Metafísica Teológica, Metafísica Científica e Ciência Positiva, deveu-se também a volução que ocorreu no Aspecto Estático, de cada órgão , moral ( Cérebro etc) e o Soma , durante estes milhões de anos que a nossa espécie vive aqui no Gran Fetiche, transmitidos hereditariamente `a cada nova geração.
II) TEORIA DINÂMICA OPERACIONAL DA
ABSTRAÇÃO
1) A Classificação Subjetiva dos Seres - Em Ser Concreto e Ser Abstrato
O trabalho Intelectual de Abstração ou Operação de Abstração, como já foi dito, se baseia na Operação de separação dos Seres Concretos, dos atributos que se deseja estudar, para coordena-los com os atributos semelhantes, retirados de outros Seres Concretos.
Devemos pois, para Abstrair, tomar previamente conhecimento dos Seres Concretos. E é por meio dos atributos ou propriedades que apresentam estes Seres Concretos, (cuja percepção está ao nosso alcance), que deles temos uma Imagem, reproduzindo-os no nosso encéfalo.
As concepções ou idéias, interiores do nosso cérebro, que, com base nas Imagens dos Seres Exteriores ou Concretos, forma parte da nossa inteligência, no órgão da Contemplação Concreta e da Contemplação Abstrata, constituem os elementos fundamentais de toda a nossa Abstração. O Complemento da Inteligência, será feito pelos os Órgãos da Meditação (Indutiva e Dedutiva ) e da Expressão.(Mímica, Oral e Escrita).
2) O Trabalho de Abstração ou Operação de Abstração
É a Operação ou Trabalho de Abstração puramente Subjetiva, realizada com a utilização dos Seres Concretos, reconstituídos no Cérebro, de acordo com as Sensações ( ou dados sensoriais), que nos são fornecidas pelos oitos Sentidos.
Para compreendermos corretamente o funcionamento do Cérebro, ao realizarmos a Operação de Abstração, devemos em primeiro lugar, distinguir 3 Grupos de Funções : do Coração ou do Sentimento ; Intelectual ou da Inteligência ; e do Caráter , isto é, da Ação ou Atividade. .
As funções Intelectuais ou da Inteligência, dividem-se em funções de :
Concepção (Idéia) e de Expressão
As Funções de Concepção são de duas Natureza: Contemplativas e Meditativas
Contemplativas , que realizam as operações passivas ou preparatórias em toda a construção intelectual e as Meditativas , que constituem a parte ativa da realização da Inteligência
A Contemplação, tem por destino preparar convenientemente as Concepções ou Idéias, a fim de que a Meditação possa utiliza-las.
De duas espécies é a Contemplação : Concreta e Abstrata
A Contemplação Concreta, está ligada diretamente ao Exterior, por intermédio do Aparelho Sensorial. Os nossos sentidos são analíticos. Cada um transmite do exterior, para o nosso Encéfalo, uma das diversas qualidades ou acontecimentos , que o Ser Concreto apresenta e, com esses elementos , a Contemplação Concreta reconstitui subjetivamente a Imagem de tal Ser Concreto , da forma como nós o percebemos no Exterior.
A Contemplação Abstrata, está ligada diretamente à Contemplação Concreta, pois é ela que capta a Imagem e retira dela os atributos, formando a Idéia; sistematiza este atributo , para que sirva de alimento `a Operação de Meditação; que pode ser Indutiva e Dedutiva.
3) Colaboração da Inteligência ( Principalmente da Contemplação Abstrata),na Operação de Abstrair.
Este exame sintético que acabamos de fazer do Trabalho ou Operação Intelectual da Abstração , mostra-nos que toda a inteligência, colabora para a sua realização, cabendo, entretanto, ao Aparelho Contemplativo ( Órgão da Contemplação Concreta e da Abstrata) , a parte mais importante ou principal, quer no preparo das Imagens e das Idéias ou Concepções Concretas dos Seres, quer na Coordenação Abstrata dos seus Atributos na Contemplação Abstrata.
A Inteligência é caracterizada por essa coordenação Contemplativa, inicialmente sintética e depois essencialmente analítica, onde se formam as idéias de cada atributo. Tais idéias servem de alimento ou de base para o Aparelho da Meditação, inicialmente indutiva e finalmente dedutiva; Aparelho este onde se formam os diversos pensamentos (Aparelho é a reunião de dois ou mais órgãos, cujas funções gerais sejam análogas) . Assim percebemos claramente que na Contemplação Abstrata está especialmente concentrado o trabalho da abstração, mas a nossa Inteligência não pode abstrair sem preparar as Imagens dos seres concretos isto é, sem os estímulos das necessidades de Meditação.
A Contemplação Concreta colabora para a Abstração, preparando as Imagens em que tal Operação se baseia. O Apoio da Meditação e da Expressão faz-se necessário como estímulo, pois nossa inteligência não iria abstrair, se tal trabalho não consistisse, por sua vez , no fundamento da Meditação.
O desenvolvimento da Meditação, tanto a Indutiva como a Dedutiva, necessita sucessivamente de novas Idéias ou novas Concepções, principalmente Abstratas, que são solicitadas `a contemplação. A Meditação amplia e complementa o Trabalho ou a Operação de Abstração.
A Meditação perturbada, como por exemplo em um caso patológico, permanente ou transitório, reagiria imediatamente sobre o trabalho da Contemplação, que sofreria, por sua vez, uma perturbação da mesma natureza.
O Órgão Cerebral da Expressão é aquele que fornece aos animais o meio deles transmitirem ao exterior o seu estado interior : de sentimento, pensamento e projetos.
Este meio deles transmitirem, ao exterior o seu estado interior, depende também da abstração e consequentemente reage sobre ela, estimulando-a. O objetivo da Expressão é traduzir o resultado de nossas construções intelectuais e , portanto, depende normalmente de todas as Operações da Inteligência; (excetuados apenas os casos anormais de pura coordenação de palavras).
Constituindo a Abstração, uma das Operações Fundamentais da Inteligência, é evidente a correlação que existe entre ela e a Expressão. Está, pois , a Abstração, iniciada ,quando ocorre a Contemplação Abstrata, ligada a todo o conjunto da Inteligência, e desse conjunto, vai depender sua realização operacional.
A Inteligência forma um Sistema onde seus diversos Órgãos colaboram em conjunto, para uma mesma finalidade.
Assim não se pode separar uma função do conjunto das outras; há sempre entre elas uma plena interdependência.
4) O
Sentimento e a Ação, na Operação de Abstração .
Da mesma forma que os componentes do Aparelho da Inteligência ou Aparelho Intelectual, constituem um Sistema, podemos afirmar que entre os Órgãos da Inteligência, os do Sentimento e os da Atividade ou Ação existe completa correlação.
Em todo trabalho ou operação Encefálica é sempre o Sentimento que propõe as questões que, estudadas e esclarecidas pela inteligência, passam a ser, quando aprovadas por esta última, executadas pela Ação ou Caráter ou Atividade .
A Operação Intelectual não pode , pois em caso algum, ser realizada independentemente do Coração ou Sentimento. O Sentimento, Egoísta ou Altruísta, exerce permanente influência, para provocar e manter o trabalho intelectual, das funções Afetivas e Intelectuais : que visam sempre a prática de determinado ato, uma vez que as Ações constituem o destino de toda nossa Operação ou Trabalho Encefálico.
Além da Influência do Sentimento, é necessário ainda considerar-se a influência das 3 funções Práticas ou do Caráter, que são : a Coragem, a Prudência e a Firmeza , que em toda e qualquer espécie de Trabalho ou Operação Intelectual, entram para impulsionar, conter e manter. Desta forma podemos dizer, em resumo, que o Trabalho ou Operação de Abstração, realizado por nossa Inteligência, preparado pela Contemplação Abstrata, necessita da colaboração Geral da Inteligência e das contribuições Afetivas ou de Sentimentos e do Caráter , que reage sobre o restante do aparelho Encefálico . (Não podemos esquecer ainda do Soma, como elemento facilitador ou dificultador indireto da Operação da Abstração).
5) ATRIBUTOS OU
PROPRIEDADES ; IDÉIAS OU
CONCEPÇÕES
LEIS ABSTRATAS.
O Trabalho ou Operação Intelectual de Abstração apresenta Três Resultantes ; os Atributos, as Idéias e as Leis Abstratas. O Principal Destino de toda Operação Intelectual é o estabelecimento das Leis Teóricas, que disciplinam nossa Inteligência e regulamentam nossas Atividade ou Ações.
Para chegar ao conhecimento da Lei Abstrata, temos necessariamente que passar por uma série de etapas preparatórias. A maior parte da preparação desta Operação Intelectual, se deve a Contemplação, ao passo que a Coordenação definitiva dos acontecimentos é realizada pela Meditação.
A primeira fase da Abstração é aquela em que a Contemplação Abstrata, utilizando a Imagem do Ser Concreto, preparada pela Contemplação Concreta, decompõe esta Imagem, separando os diversos atributos ou propriedades abstratas. Sobre este atributos assim obtidos, a Meditação exerce agora a sua atividade, coordenando-os para estabelecer as Leis Naturais ou Relações Abstratas. Como resultado intermediário do primeiro trabalho ou operação de coordenação, combina os atributos , formando as IDÉIAS ou as Concepções e os TIPOS ABSTRATOS ( ou IMAGENS SUBJETIVAS CRIADAS PELO ENCÉFALO ), sobre os quais melhor se desenvolve nosso Raciocínio.
Assim , observamos por conseqüência, três fases, bem definidas no Trabalho de Abstração :
1) A primeira, quando a Contemplação Abstrata separa os atributos ;
2) A Segunda, quando institui as Idéias e os Tipos Abstratos.
3) A Terceira, quando a Meditação Coordena e estabelece as Leis Naturais.
6) O Atributo ou Propriedade Abstrata
Durante toda a fase de alimentação cerebral, isto é, no período em que são transmitidas ao nosso cérebro as informações objetivas, por meio sensorial, informações estas que geram as Imagens , que vão servir de base `a nossa concepção ou idéia intelectual, durante a recomposição interior dos Seres Concretos para a Construção de Idéias (pela Contemplação Abstrata); toda a combinação de Imagens se faz de modo puramente concreto, inteiramente ligado e subordinado `a realidade objetiva, tal como a percebemos. Formam-se assim as Imagens Concretas dos Seres.
A Contemplação Abstrata realiza a seguir o primeiro trabalho ou operação de abstração, quando separa , na Imagem do Ser Concreto, seus diversos acontecimentos ou atributos ou propriedades, pondo em evidência aquele atributo ou propriedade em que mais nós estamos interessados .
Exemplo: Se desejarmos estudar a forma geométrica de uma figura, para tomar conhecimento de determinada relação ou lei, o nosso trabalho preparatório de abstração consiste em separar, nas Imagens dos Seres fornecidos pela Contemplação Concreta, esta Imagem que nós desejamos nos atentar, isto é, neste caso com a forma, afastando subjetivamente todos os outros atributos , por meio dos quais conhecemos o Ser Concreto.
Abstrairmos portanto o peso, a cor e todas as propriedades ou atributos físicos e químicos, etc. , que o Ser Concreto possa apresentar, para examinarmos apenas a sua Forma . A Forma, assim separada do Ser Concreto , constitui a propriedade ou atributo Abstrato.
Os atributos ou Propriedades Abstratas são construções Subjetivas, retiradas portanto, da existência Objetiva, por meio de nossa Inteligência. Quando por exemplo, concebemos o peso dos corpos , estamos realizando um trabalho de abstração, separando dos corpos ou Seres Concretos ; essa propriedade peso, que isolada, não existe na realidade exterior ; o que observamos objetivamente são corpos pesados, podendo entretanto, a nossa inteligência conceber o peso em separado das outras propriedades que o Ser Concreto possui.
7) IDÉIAS ABSTRATAS e
TIPOS ABSTRATOS.
Da comparação das propriedades ou atributos abstratos, originários de vários Seres ou Corpos concretos, resulta a Concepção Subjetiva da Idéia, que formamos sobre este atributo ; é a Idéia Abstrata ou Concepção Abstrata, a qual por sua vez , conduz a Inteligência `a construção dos TIPOS ABSTRATOS, pois a Concepção Concreta, ou Concepção Objetiva da Idéia ou da Imagem é aquela fase onde os atributos ainda estão unidos aos Seres Concretos correspondentes.
A Operação de decomposição dos Seres Concretos, para exame de suas propriedades ou atributos abstratos, é exercido normalmente com muita intensidade pelo Encéfalo Humano, que obtém uma série de propriedades ou atributos semelhantes , retirados de outros Seres Concretos diversos, para coordenar e induzir ou deduzir as relações existentes entre estas propriedades.
Por exemplo: A forma esférica abstraída de um Ser Concreto, depois de outro e de muitos outros Seres Concretos esféricos, nos conduz `a Concepção de uma Idéia mais Geral : a da esfera, independente de novo exame de corpos esféricos. Formamos deste modo em nossa inteligência, uma nova espécie de Imagem Abstrata, em grau mais adiantado que a anterior, mas sem que tenhamos ainda induzido ou deduzido as Leis deste Atributo ou desta Propriedade. É a Idéia Abstrata.
A nossa inteligência armazena, então, uma nova Série de Imagens, de maior grau de abstração e mais complexas, isto é, as Idéias Abstratas, como o peso, o calor, o triângulo, a esfera, a vida, etc., que não estão ligadas diretamente a nenhum ser exterior, mas que resultam da observação de muitos Seres Concretos, onde predominava, constantemente, um determinado Atributo.
A Idéia Abstrata constitui uma fase intermediária entre a simples decomposição dos Seres Concretos, pela Contemplação , e a consideração dos atributos abstratos, para se obter as Relações ou Leis Naturais , pela Meditação .
Esta fase intermediária apresenta uma nova modalidade, mais adiantada, mais complexa e mais subjetiva , que é representada pelo Tipo Abstrato.
Por meio das Idéias Abstratas que formamos sobre os atributos que constituem os Seres Concretos, podemos agora, combinando estas Idéias Abstratas, reconstituir abstratamente o SER, obtendo assim o TIPO ABSTRATO .
Com todas as Idéias Abstratas que criamos sobre os diversos atributos ou propriedades e com o conhecimento, que percebemos, por exemplo, do Homem, reconstruímos, em nossa inteligência , a imagem do homem, formando assim o correspondente Tipo Abstrato . Temos assim no nosso encéfalo a Idéia do que seja um Homem; idéia que apresenta todos os caracteres gerais, geométricos, físicos, biológicos, morais, etc. do Homem , e que no entanto não está ligada a nenhuma existência real e particular de determinado Homem, nem apresenta as características simples das Idéias Abstratas. É uma Idéia Composta, na qual são abstratamente reunidos todos os atributos ou propriedades que caracterizam o ser Humano. Do mesmo modo, as Idéias que formamos dos animais, das árvores, etc. , nos levam `a construção dos tipos abstratos. O cavalo, o cão , a árvore, que imaginamos, e que permitem reconhecer esses seres quando se nos apresentam, na realidade objetiva, são Tipos Abstratos, que não estão ligados diretamente a nenhum cavalo, cão ou árvore de existência concreta.
Tendo sido os Atributos, as Idéias Abstratas e os Tipos Abstratos , adquiridos pela Inteligência, esta pode agora realizar a coordenação definitiva das propriedades ou atributos, induzindo e deduzindo as Leis Naturais, pela Meditação.
8) A Expressão Científica de
uma Relação Abstrata ou Lei Natural.
A comparação de atributos semelhantes retirados por abstração ( pela contemplação concreta e abstrata) de grande número de seres concretos, conduz nossa Meditação Indutiva a verificar o que existe de comum no meio da variedade observada. Ao aproximarmos desta maneira os atributos , é estabelecida, como preliminar , a Relação Abstrata. Esta, uma vez reconhecida , serve diretamente para a instituição da Lei Natural, que é a constância no meio da variedade ou a expressão científica da relação abstrata.
As Leis Naturais são obtidas por duas modalidades de raciocínio : Indutivo e Dedutivo.
A Meditação Indutiva, primeiramente compara as diversas Imagens Abstratas , aproximando-as entre si e procurando o que é de mais comum na variedade, para estabelecer as relações abstratas, e por meio destas as Leis Indutivas ou de Semelhança. ( ou Leis Básicas Indutivas ).
Em seguida, a Meditação Dedutiva sistematiza as Leis Indutivas, coordenando-as, isto é, extraindo as conseqüências das Leis de Semelhança, que são as Leis Dedutivas ou de Sucessão.
Da combinação das Leis Básicas Indutivas e de suas Conseqüentes Leis Dedutivas, resulta a construção e Expressão final das Teorias Abstratas, referentes `as varias Classes de Atributos, desde os mais simples, da Matemática, até os mais complexos da Moral Positiva.
9) Duplo destino das Leis Abstratas ou Leis Naturais.
As Leis Abstratas ou Leis Naturais são destinadas a disciplinar nossa inteligência e a regular a nossa Ação ou Atividade. As Teorias Abstratas, construídas pela nossa Inteligência , preenchem , pois, dupla necessidade da Espécie Humana : Uma de Ordem Moral Positiva e outra de Natureza Prática.
A de Ordem Moral Positiva emana da Unidade ( Integridade e Comunhão) , que deve ser instituída , para realizar a Harmonia Interior das funções encefálicas e a convergência exterior de todos os Seres Humanos. A disciplina de nossa inteligência, pela subordinação da Análise `a Síntese, resulta diretamente da Instituição Abstrata da escala de acontecimentos e da Convergência das diversas categorias de Atributos, para o conhecimento e o aperfeiçoamento da existência Humana, coletiva e individual.
A de Natureza Prática é a conseqüência da instituição das Leis Abstratas, é a que regula as nossas Ações ou nossas Atividades. Os conhecimentos abstratos são sob esse aspecto, encarados como os esclarecimentos de que necessita nossa inteligência, para guiar nossas Atividades, na Modificação do Mundo e do Homem, e na submissão ao que os atributos apresentam de imodificável.
Realiza-se este duplo destino das Leis Abstratas instituindo-se a Filosofia Primeira, a Filosofia Segunda e a Filosofia Terceira, que serão vistas a seguir.
1) O Desenvolvimento Intelectual em relação `a Capacidade de Abstrair.
A Operação ou Trabalho Encefálico da Abstração é variável, em grau e em intensidade, conforme o maior ou menor desenvolvimento intelectual, do indivíduo ou da coletividade social.
Ao percorrermos as várias fases da evolução coletiva da espécie humana veremos que a capacidade de abstrair se apresenta cada vez mais desenvolvida. Também verificaremos que, nas diversas idades dos indivíduos, há um gradual aumento da intensidade com que pode executar a abstração.
No homem primitivo e na criança, o raciocínio concreto é preponderante observador, somente começando a esboçar-se a operação de abstração da inteligência, depois de grande preparo, e de um acúmulo de Imagens em quantidade suficiente, para permitir um exercício mais completo das funções intelectuais ( Contemplação, Meditação e Expressão)
Para bem apreciarmos o desenvolvimento da Abstração, na civilização humana, vamos acompanhá-la, resumidamente, nas suas principais fases de evolução.
Durante a fase fetichista da Evolução Humana , verifica-se o desenvolvimento da observação e, portanto, da função intelectual da contemplação concreta. Inaugura-se nesta fase a Lógica dos Sentimentos.
O Surto Gradual da Inteligência Humana, ligado naturalmente `as outras duas partes de nossa Alma ( Sentimento e Atividade), teve necessariamente de se processar segundo a ordem em que as funções intelectuais se apresentam normalmente. Assim começou a predominar o desenvolvimento, em primeiro lugar o da contemplação, para em seguida acompanhar este processo ocorrendo a Meditação. Não poderia a Meditação prosseguir sem que, preliminarmente, se adiantassem as funções preparatórias de seu trabalho ou operação, isto é, as de Contemplação. Recebendo as impressões concretas fornecidas pelo mundo exterior, o homem primitivo, sem possuir ainda as reservas interiores de Imagens e Idéias abstratas, para realizar comparações, teve forçosamente que raciocinar baseado nessas Imagens Concretas. Raciocínio este, ainda muito rudimentar e ligado `as necessidades imediatas exigindo entretanto, um aprimoramento sensorial e conseqüente desenvolvimento do tino de observação, a fim de ir, aos poucos, constituindo reservas de Imagens e Idéias.
A fase fetichista da evolução humana, caracteriza-se pela instituição de uma síntese , de uma unidade completa religiosa, baseada na atribuição do realizar-se todos os atributos, como a expressão das vontades próprias dos Seres respectivos, concebidos estes como dotados dos mesmos atributos Morais, Intelectuais e Práticos que nós Seres Humanos.
Assim, o Fetichismo é a Doutrina da Lógica dos Sentimentos, que inaugura e acompanha a evolução humana, não só durante a fase primitiva do fetichismo espontâneo, mais ainda durante toda a fase astrolátrica, quando começa a esboçar-se mais intensamente o trabalho de abstração. Retirar a vontade dos seres para atribui-las a outros seres mais afastados, os astros, exige um grande progresso intelectual e um começo acentuado de sistematização abstrata
A Lógica dos Sentimentos, é o recurso operacional por meio do qual o Conjunto das 18 funções cerebrais ( Sentimento ; Inteligência e Ação) procura coordenar os fatos, tendo em vista o estabelecimento de uma síntese harmoniosa sob o ponto de vista da preponderância de tais ou quais sentimentos; de maneira a fazer perceber em nossos pensamentos as implicações quaisquer de ordem moral, que eles implicitamente encerram.
2) A Abstração no Politeísmo e a Lógica das Imagens.
O Politeísmo
desenvolve especialmente, em nossa
Inteligência, a Contemplação Abstrata e funda
a Lógica da Imagens .
Lógica da Imagens é o recurso operacional, por meio do qual o conjunto das 18 funções cerebrais ( Sentimento ; Inteligência e Ação) busca auxilio nas imagens subjetivas, aplicando tais imagens a conceitos que de outro modo careceriam de representação, como um recurso para clarificar a resolução de um problema pendente.
A passagem da Astrolatria para o Politeísmo traz modificação radical para as concepções humanas, começando-se a síntese a basear-se em vontades exteriores cada vez mais abstratas . A instituição dos Deuses, como centro da unidade Moral, Intelectual e Prática da espécie humana, exige o desenvolvimento da contemplação abstrata que passa a preponderar sobre as contemplações concretas, modificando completamente todo o aspecto geral do trabalho intelectual. Essa transição da síntese, de objetiva para subjetiva, somente se poderia realizar com o trabalho ou operação da Contemplação, agora muito mais aprimorado ou adiantado, onde as Imagens não só se formam pela contemplação concreta e abstrata , como também são coordenadas pela meditação indutiva e dedutiva , com vista a constituição dos múltiplos tutores fictícios, que guiaram a evolução humana durante as antigas teocracias e nas brilhantes civilizações grega e romana, fases estas extensas e de grande esplendor.
Como conseqüência do surto que adquire a contemplação abstrata e da transformação do sistema de raciocinar , apreciamos nesta fase a instituição da Lógica das Imagens. Com este segundo meio lógico, que vem se reunir ao primeiro, da fase fetichista, a Inteligência Humana adquire pelo desenvolvimento, o esboço da Lógica dos Sinais, que se completa na fase monoteista, dando `a inteligência todos os recursos , para que a evolução grega possa preencher seu papel histórico, de preparar nossas forças mentais , sob os três aspectos - Estético ou da Arte, Filosófico e Cientifico.
Lógica dos Sinais é o recurso Operacional, por meio do qual o conjunto das 18 funções cerebrais ( Sentimento ; Inteligência e Ação) facilita a resolução de suas questões, com a formulação e o emprego de símbolos, que possam evocar os seres ou as situações nelas envolvidas, sem no entanto confundir-se com a representação direta dos mesmos.
A confusão recíproca da Imagem com o Sinal é uma característica Marcante do Espírito metafísico . Um exemplo deste tipo de mal entendido são as chamadas “ondas cerebrais” ; tal concepção proveio de se considerar como uma Imagem os registros gráficos fornecidos pelo eletroencefalógrafo.
3) O Monoteísmo e a Meditação.
Com o Monoteísmo, há o surto da Meditação, principalmente Dedutiva , que complementa a Lógica, com a instituição do terceiro recurso lógico constituído pelos Sinais.
A Contemplação devidamente preparada em seus dois aspectos, concreto e abstrato, permite, na fase monoteica, o progresso especial da meditação indutiva e dedutiva, bem como a formação definitiva da lógica dos Sinais. É nesta fase que a Inteligência Humana adquire pleno desenvolvimento lógico, de modo a poder na civilização moderna, construir todo o edifício enciclopédico.
Se observarmos a maneira pela qual se constitui a Síntese em cada uma das fases preparatórias da evolução humana, vemos a coerência intelectual, formar-se em torno de entes cada vez mais abstratos,`a medida que percorremos a série constituída, primeiro pelos fetiches terrestres, depois, sucessivamente pelos astros, pelos deuses do politeísmo, pelos deuses das várias formas monoteístas, e finalmente pelas entidades metafísicas , primeiro ligadas a um aspecto teológico e, depois, cada vez mais abstratas e finalmente ligadas ao aspécto científico.
4) A Abstração na Doutrina Positivista
A Abstração somente se torna completa no Estado de Positividade dos nossos sentimentos, pensamentos e ações ,isto é; quando os Três Elementos Lógicos, o Sentimento, a Imagem e os Sinais, se combinam.
Durante a Evolução Preparatória, o grau crescente de Abstração que adquire a entidade coordenadora da unidade religiosa, atinge o seu máximo de intensidade ao passar a espécie humana, do estado teológico para o metafísico.
No estado metafísico, a explicação de todos os fenômenos é feita atribuindo-se sua realização à entidades puramente abstratas, criadas pelo cérebro humano, para provisoriamente suprirem a falta de conhecimentos das Leis Naturais , ainda não descobertas. À medida que as relações cientifícas são instituídas, vão desaparecendo as correspondentes entidades Abstratas. A Abstração, na idade metafísica, não é sistematizada, apesar do grau de intensidade que ela atinge. Ao contrario, se torna mais confusa que nas épocas anteriores.
Mais negativo que qualquer outro, mais demolidor das instituições do passado, do que construtor de novas estruturas, a Doutrina Metafísica é, por isso mesmo, transitória, devendo ser logo substituída pela Doutrina Positiva.
O Estado Positivo, combinando melhor os três meios lógicos, Sentimentos, Imagens e Sinais, vem estabelecer as Leis Abstratas, que regem os Seres pelos acontecimentos.
A Abstração é no estado Positivo, não só plenamente desenvolvida como diretamente utilizada para a Indução das Ciências. Ocorre coordenação harmônica entre as funções da Contemplação Concreta e a Contemplação Abstrata e o entrelace com a Meditação indutiva e dedutiva, donde resulta a gradual instituição dos princípios científicos, que regem as existências do Exterior e as existências do Homem.
5) A Lógica Positiva.
“A Lógica Positiva é definida como colaboração normal dos sentimentos, das imagens e dos sinais, para nos inspirar concepções que convém `as nossas necessidades morais, intelectuais e físicas”. Essa definição normal de lógica é dada por Augusto Comte na Introdução da Síntese Subjetiva.- pag. 25
É a Lógica Positiva a única completa, pois além de reunir os três elementos lógicos, Sentimentos, Imagem e Sinais, combina e coordena esses elementos , para aplicar ao raciocínio de forma conveniente `as nossas necessidades , não só intelectuais, mas também morais e práticas. Inaugura portanto, a Doutrina Positiva, a plenitude de nossas disponibilidades intelectuais, reunindo e congregando os diversos meios, separadamente preparados, pelo conjunto do passado humano.
A inteira madureza de nossas concepções intelectuais é atingida no estado positivo, depois de passar pela longa Série preparatória de Sistemas Intelectuais, mais ou menos incompletas, das diversas formas fetichistas, teológicas e metafísicas.
A Lógica Positiva é sistematizada para regular o conjunto da existência humana
As concepções são elaboradas pela inteligência, sob o impulso do Sentimento e assistido pelo Caráter.
O método afetivo prevalece
assim sobre os outros dois , em virtude dos
sentimentos constituírem ao
mesmo tempo a fonte e o destino dos pensamentos e dos atos.
Queiram ou não os Cientistas ou os Reis
Os três meios Lógicos - Sentimento, Imagem e Sinal - correspondem, pois, aos três elementos fundamentais de nossa constituição cerebral- o Coração ou Sentimento, a Inteligência ou Espirito e o Caráter ou Atividade ou Ação. De acordo com o Trabalho Cerebral , as Imagens Lógicas( Idéia) e os Sinais devem ser apreciados como auxiliares dos Sentimentos na elaboração dos Pensamentos. A Harmonia Lógica inaugurada pelo Doutrina Positiva, faz colaborar a força dos Sentimentos com a nitidez das Imagens e a Precisão dos Sinais. Adquirem na Doutrina Positiva, os três meios lógicos, completo desenvolvimento e sistematização, de modo que o trabalho intelectual é realizado em toda a sua plenitude e dignidade.
Sob a influência e a preponderância sistemática do coração ( Sentimento), a Lógica Positiva adquire não só um grau elevado de dignidade, como também, uma constituição verdadeiramente Poética.
A Sistematização filosófica vem , aliar-se `a melhor disposição Estética ou Artística, isto é , a união de todos os Aspectos da Subjetividade Humana, que até então vinham sendo considerados como opostos.
IV) SEDE DA
ABSTRAÇÃO
1) A Instituição Religiosa do Espaço . A noção de Espaço é obtida como um subproduto das nossas Sensações, não sendo diretamente revelado por nenhuma delas, em outras palavras, o Espaço é uma criação subjetiva destinada a facilitar a Coordenação e a Expressão das Nossas Idéias e Pensamentos. Todas as questões que a nossa Alma se depara, e que envolvem o conceito de Espaço, podem ser transformadas, em questões onde são apenas consideradas as Variações, das diferentes Sensações, sem a necessidade de se recorrer a este conceito de Espaço, apenas a linguagem torna-se desnecessariamente mais complexa, prolixa e antipática.
Assim, vemos pela comparação de um e de outro modo de considerar a questão, o quanto o Espaço Simplifica a forma de se estabelecer as questões, onde sejam necessárias as Sucessões das Sensações. O Espaço que nos referimos é um Espaço Subjetivo dentro de cada cérebro . O Espaço mais uma vez é uma construção Subjetiva que o Ser Humano formula; que pode hoje em dia comparado com o s softwares do tipo DOS ou em linhas, gerais como o conjunto de programas, que podem ser ou não ativados, pelo cérebro.
Para dar sede aos
resultados do trabalho Subjetivo de
Abstração, em qualquer grau , concebemos, também Subjetivamente, o ESPAÇO.
A fundação da geometria na antigüidade, exigiu como uma necessidade da Inteligência Humana, a Instituição do Espaço. As formas geométricas , apreciadas independentemente dos Seres Concretos, onde se apresentam, deviam ser colocadas em meios apropriados, por um trabalho subjetivo. Então , por este motivo teve a espécie humana, necessidade de realizar um meio subjetivo , onde as Idéias das formas estudadas fossem armazenadas ou colocadas ou arquivadas.
A apreciação Positiva do Espaço, dá a este meio por extensão, utilizada de como sede das abstrações referentes aos atributos
e fenômenos físico e químicos.
Aplicado também aos estudos dos
fenômenos vitais , é o Espaço suscetível de comportar , todas as Idéias
da Biologia, colaborando
para a apreciação das Leis
Anatômicas (referentes
`as formas e disposições dos diversos órgãos) e Taxonômicas (Referentes `a Classificação das várias
formas de organismos vivos).
A antiga instituição matemática do Espaço estende-se, portanto, pela Doutrina Positiva, `a todas as concepções da Escala Abstrata até Biologia Estática ( Anatomia e Taxonomia) , tornando-se Inútil apenas `as concepções Dinâmicas da Biologia ( Fisiologia) e aos Estudos de Sociologia Positiva e Moral Positiva, onde há necessidade de dar aos atributos uma Sede Real . “ Aplicada dinamicamente, esta instituição torna-se estéril e viciosa. Pois funções vitais, tanto vegetativas quanto animais, exigem sedes Reais, sem que seu estudo, possa utilizar os fantasmas emanados do meio Subjetivo” ( Augusto Comte-Sintese Subjetiva, pag 22).
2) As Hipóteses Provisórias.
Antes da Instituição Positiva do Espaço, desde a antigüidade, várias tentativas teológicas e metafísicas foram feitas para localizar os atributos ou propriedades sem sede.
Utilizado durante a longa fase de elaboração preparatória da Humanidade, o Espaço adquire sistematização definitiva na Doutrina Positiva.
Esboçado na mais alta antigüidade, foi consagrado no Oriente, onde influências especiais conduziram a civilização chinesa à institui-lo, embora com um caráter concreto, algo fora do cérebro. O culto do Céu pelos Chineses, representa a primeira forma de instituição do Espaço.
A hipótese vaga do éter universal, instituído pela metafísica, é também no Ocidente, um
preambulo ao Espaço.
O Oriente e o Ocidente, com criações provisórias, de natureza abstrata `as quais eram porem, atribuídas existências objetivas, colaboraram para a formação do Espaço, esse elemento essencial `a sistematização positiva de todos os Atributos Abstratos.
8) O Espaço, a Terra e a Humanidade.
Todas as concepções humanas , tudo o que a nossa inteligência pode compreender e assimilar, apreciando sob o Aspecto Relativo, Subjetivo e Positivo, está resumido nas Três Existências - O Espaço , A Terra e a Humanidade.
O Espaço - é o meio onde localizamos os acontecimentos Abstratos, é a Sede Universal dos Seres Abstratos sem sede ; é a construção fundamental de nossa inteligência, para realização de seu trabalho abstrato. A existência puramente Subjetiva do Espaço, evidencia bem o seu destino lógico e sua origem ao mesmo tempo estética ou artística e científica.
A Terra compreende o conjunto do meio objetivo em que vivemos, a sede de nossas ações. Compõe-se , com seu duplo envoltório líquido e gasoso, como centro subjetivo que é do Sistema Solar, e os Astros que sobre ela influem diretamente.
A Humanidade , é finalmente, formada pelo conjunto de Seres Humanos passados, futuros e presentes . Nesse conjunto estão compreendidos apenas os seres verdadeiramente convergentes .
Esta trindade formada pela Humanidade, a Terra e o Espaço , sintetizando tudo o que é positivamente apreciável pela inteligência humana, constitui o verdadeiro guia de nossas concepções morais ,intelectuais e práticas.
Compreendendo a Teoria da Natureza Humana, esses três elementos representam, respectivamente o Sentimento , a Inteligência e a Atividade.
O Primeiro Ser a Humanidade é o mais próprio para representar o sentimento, porque o coração é o elemento preponderante, pelo impulso que dá a todos Pensamentos, como também a todas as Ações. Assim podemos dizer que a Humanidade, melhor representa o Sentimento, por que no Ser Humano, convergem os Sentimentos, pensamentos e atos, podendo assim o primeiro adquirir plena eficácia e representação.
O Segundo, a Terra, corresponde em nossa natureza, `a atividade, que representa o meio Objetivo, onde se realizam as nossas Ações, além de constituir o reservatório universal de todas as nossas provisões materiais.
O Terceiro Ser, o Espaço, é o elemento que melhor corresponde `a Inteligência, como sede Subjetiva de todas as Abstrações.
9) A Concepção ou Idéia do Espaço.
O Espaço deve ser idealizado e concebido, como privado de inteligência e de atividade, porém dotado de sentimento, que é laço Universal de todos os Seres Objetivos e Subjetivos; além disso, o Espaço deve ser concebido com a cor branca, sinal universal da Paz.
A Humanidade é dos três elementos fundamentais de que estamos tratando, aquele que sintetiza a existência, isto é, o único dotado simultaneamente dos três atributos da Alma Humana - Sentimento, Inteligência e Ação .
A Terra é dotada de dois atributos somente - Sentimento e Ação, faltando a Inteligência.
Quanto ao Espaço , de existência puramente Subjetiva, criação interior de nossa inteligência, tem que ser concebido sem atividade, nem inteligência, pois quaisquer destes dois elementos, que viéssemos atribuir-lhe viria perturbar complemente nossas concepções Abstratas pela modificações que espontaneamente tenderia a introduzir nessas concepções. Nenhum inconveniente entretanto, resulta de lhe atribuirmos o Sentimento.
Idealizado o Espaço, como elemento também dotado de sentimento, o laço afetivo torna-se a União Simpática e Natural de todos os Seres, tanto Objetivos como Subjetivos, apreciados ou concebidos pelo Cérebro do Homem.
Este estudo da Abstração é de importância crucial para a compreensão da Doutrina Positiva, ele representa a antecâmara da Filosofia Primeira , que corresponde `as 15 Leis Naturais Universais ou Fatalidade Suprema; representada sinteticamente também pelo Espaço ou Gran Meio. Somente a Filosofia que trata das Leis Naturais dos Atributos, é que forma a Ciência Positiva.
A Filosofia que estuda a finalidades praticas ; leis dos seres concretos ( gráfico de uma perda de carga de cada bomba , por exemplo), está excluído do campo teórico - subjetivo ou científico, e faz parte do domínio técnico ou aplicação tecnológica.
ANEXO II
(A) : PARTE ANATÔMICA E ESTRUTURAL -ASPECTO
ESTÁTICO DA ABSTRAÇÃO- ÓRGÃOS DA ABSTRAÇÃO
A palavra Alma representa no sentido em que a empregaremos aqui, o conjunto das 18 funções do cérebro, ou melhor do encéfalo.
Livre de qualquer misticismo esta preciosa expressão Alma, corresponde aos fenômenos mais eminentes da natureza Encefálica. Se a vida , como se afirma desde Hipócrates é constituída por um consensus, já que no organismo tudo colabora, tudo contribui e tudo consente, esta harmonia interior deve residir, principalmente, no aparelho encefálico, que é o seu regulador supremo. O estudo Positivo das funções do encéfalo, derivou diretamente de uma série de trabalhos anatômicos relativos ao encéfalo, instituídos desde a Escola de Alexandria, por Hierófilo e Erasístrato e, desde o XVI século, por Andreas Vesálius, um sábio-anatomista-biologo, e seus continuadores, Bartholomeu Eustáquio, Fallópio, etc ; em segundo lugar, a atenção dos filósofos e dos naturalistas , para o problema concernente às faculdades morais, intelectuais e práticas do Homem e dos outros Animais.
Destacam-se nesta linha de meditações os filósofos da escola de David Hume ( Século XVIII), cujas concepções lançaram as primeiras suspeitas da Inateidade dos Instintos Simpáticos, isto é, de seu aspecto inerente à nossa natureza animal, sob o fato que o Homem e os outros Animais , nascem com o instinto que os levam à viver para outros. Como Naturalista, Jorge Leroy ( Século XVIII) refutando o que ainda existia de automatismo nas concepções de Descartes, relativas aos animais, afirmou mediante uma série de engenhosas observações que nestes existia não só inteligência como também sentimentos desinteressados. Firmado nesta dupla preparação e não esquecendo os apanhados empíricos que a sabedoria popular acumulou a respeito; um pensador germânico, Franz Joseph Gall (1825) abordou de um modo positivo, o problema das faculdades encefálicas, criticando vigorosamente o espírito metafísico, senhor até então , de um tal domínio especulativo. Os trabalhos fisiológicos até então, elaborados, definiam o Encéfalo como um órgão único, cujas funções se ligavam diretamente à sensibilidade e à motricidade.
A Inteligência que sucede às Sensações era por completo entregue à metafísica reinante como faculdade humana por excelência.
Quanto as funções afetivas estas eram em grande parte localizadas nas vísceras , segundo uma velha tradição; e espíritos, já bem avançados, como de Pierre Jean Georges Cabanis e mesmo Xavier Bichat,(cuja morte prematura não o permitiu meditar sobre tal assunto), ainda assim acreditavam; O Fígado era a sede da Ira - o que na verdade era o encéfalo que no estado emocional de Ira, afetava o fígado e por conseguinte a própria digestão : no entanto, hoje sabemos , que há uma intima ligação entre os nossos estados emocionais e a operacionalidade das Vísceras, cuja a interface é feita pelos nervos e conhecida como Sistema Nervoso Autônomo, que é afetado pelos Sentimentos
Quanto ao método, este se baseava na observação interna a qual estreitava, por demais, o campo das especulações, por isso que só se podia aplicar ao estudo do homem adulto, sem eficácia, como diz o Médico Broussais, com relação às idades, nem aos estados patológicos e ainda menos, como observa Augusto Comte, poderia estender-se aos outros animais, os quais, como as crianças e os loucos, nunca nos dariam conta do resultado destas observações.
Gall baseou sua construção em dois princípios filosóficos: 1) que são inatas as diversas disposições fundamentais, afetivas, intelectuais e práticas ; 2) Que são múltiplas as faculdades essencialmente distintas, radicalmente independentes, umas das outras, embora a concretização dos atos correspondentes exija ordinariamente, a sua colaboração mais ou menos complexa.
Considerada Anatomicamente esta concepção fisiológica do Encéfalo, corresponde à sua repartição num número de órgãos parciais, simétricos, como os órgãos da vida do Soma, os quais, embora contíguos, e mais semelhantes uns com os outros, do que os órgãos de qualquer outro sistema; sendo por conseguinte, mais simpáticos, e mesmo mais sinérgicos, são porém essencialmente distintos e independentes uns dos outros, assim como, com relação aos gânglios, respectivamente relacionados aos diferentes sentidos externos.
O Encéfalo é pois um aparelho em vez de um órgão único ; Gall , portanto reconheceu a menos de 175 anos, o direito de cidadania na fisiologia ao Sentimento do lado da Inteligência.
Em oposição a uma unidade absoluta do “ Eu” metafísico, ele verificou a multiplicidade da natureza humana e animal, a qual é assim solicitada em diferentes sentidos, por afeições distintas, cujo equilíbrio se torna penoso quando qualquer delas não prepondera o suficiente.
Gall, foi o inspirador de todos os trabalhos científicos sobre o Encéfalo, que se sucederam aos seus, e embora esquecido na melhor de suas produções ( pois foi, e é tido apenas por um cranioscopista) , toda a doutrina das localizações Encefálicas, se inspirou em seus geniais trabalhos.
Embora Gall , muito se adiantasse como profundo pesquisador e conhecedor da anatomia do Encéfalo ( Flourens um grande anatomista da época, admirava-se ao vê-lo dissecar este órgão) , foi Gall principalmente um fisiologista.
Instituindo ao seu modo o Encéfalo, como sede das faculdades , não há dúvida que ele já estabelecia hipóteses positivas, verificáveis; eram relações entre órgãos e funções que ele estabelecia, independentemente de quaisquer considerações sobre a existência de um ser imaterial - Alma- que fosse o responsável direto e último, da manifestação destas funções psíquicas, como supunham e supõem os Espiritualistas.
Os fisiologistas contemporâneos de Gall, tentaram determinar a sede da inteligência , pelo método objetivo, experimental, mas este, não é o processo lógico que mais convém a tal domínio especulativo.
Muito restrito é o seu uso, no que diz respeito aos fenômenos mais eminentes da vida , como são os acontecimentos Encefálicos.
Instituíam-se experimentos em que se mutilavam Encéfalos de animais superiores, aves por exemplo, subtraindo-lhes porções, e deste modo, procuravam ligar os sintomas decorrente de tão graves lesões, como a inaptidão para a marcha, para o vôo, à função da parte que havia sido removida.
Diante, destes experimentos em que se tratava, com fragrante menosprezo à integridade orgânica, precisamente no mais harmonioso dos aparelhos, dizia Gall (Século XVIII -XIX): “ Quando se lêem as experiência dos nossos fisiologistas, sobre o cérebro, parece que todo o sistema nervoso, mormente o Cérebro e o Cerebelo, são concebidos por eles, como formados de fragmentos de cera aplicados uns contra os outros” . E, após sensata crítica, estabelecia Gall os seguintes princípios : “ É efetivamente impossível impedir a influência recíproca das diversas partes do sistema nervoso, e isolar as irritações, as mutilações, obtendo resultados distintos e específicos. É uma pretensão absurda , querer aplicar às faculdades Morais e Intelectuais do Homem, os resultados vagos arbitrários e inconstantes, tanto quanto estão mal observados nos galos , nas galinhas, nos pombos, nos coelhos etc” .
A pesar da justa autoridade de Gall, e de suas vistas de tão elevado alcance filosófico, prosseguiram os fisiologistas, em tentar determinar as sedes das faculdades mentais e demais funções Encefálicas, por meio de experiências objetivas . Aos cortes e mutilações sucederam as aplicações de correntes elétricas , mormente com os trabalhos de Fritche e de Hirtzig na Alemanha e Ferrer na Inglaterra.(Século XIX)
As discordância e as contradições entre os operadores-anatomistas não cessaram de proclamar a veracidade das conclusões de Gall. Referindo-se às vivissecções efetuadas no Encéfalo, chegou o médico Positivista D. Bridges a proclamá-las tão inúteis, como a inspeção das entranhas das vítimas, pelos Augúrios romanos - ou Sacerdotes Adivinhos; As Pitonisas - feiticeiras que previnham o futuro ; na Grécia, os Oráculos, que adivinhavam o futuro.
A Sede da Inteligência no Lobo Frontal, como concebeu Gall e corroborado por Augusto Comte emancipa assim, de qualquer entidade ontológica - a Alma - bem como a faculdade da Expressão; esta também localizada no Lobo Frontal, como uma função encefálica única - a exceção da discordância, quanto à sua localização- constitui um legado de Gall .
Devemos porem assinalar que em face das decepções do método experimental, uma reação se despertou em prol da observação patológica como fonte de esclarecimentos para a fisiologia encefálica . Existem, com efeito, vantagens em semelhante processo nos estudos biológicos , uma vez que as moléstias são verdadeiras experiências expontâneas, no entanto hoje temos modernas técnicas de neuro-imagens; tomografia computadorizada por ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada , por emissão de pósitrons.
Lançando as Bases Positivas do problema Moral do Homem e dos outros Animais ,não lhe deu todavia, o pensador germânico, a solução completa.
O Filósofo que por lhe haver apanhado o alcance dos trabalhos, salvo-o do esquecimento , recomendando-o à mais remota posteridade, foi Augusto Comte ; Broussais, por este estimulado, terminou a sua gloriosa carreira acolhendo a Frenologia ou doutrina de Gall.
Cumpre-nos agora mostrar os aperfeiçoamentos que o fundador do Positivismo imprimiu na Obra de Gall ; exporemos num apanhado sucinto a Teoria das Localizações dos Órgãos Encefálicos segundo Augusto Comte.
Como já vimos, Gall inaugurou a Doutrina Encefálica Positiva, mediante a distinção entre o Sentimento e a Inteligência, proclamando ainda a seu modo a preponderância do Sentimento sobre a Inteligência. Sobrepujando assim as diversas aberrações teóricas que neutralizavam a sabedoria popular.
Apesar disto foi defeituosa a sua distribuição, dessas faculdades elementares; e, classificando-as, ele as multiplicou arbitrariamente. Mas as faltas mais notáveis de Gall, referente as funções da inteligência, onde sua análise se tornou empírica e incoerente.
Reagindo contra as concepções metafísicas de Condillac, quanto à preponderância dos sentidos, Gall transportou aos órgãos cerebrais, atribuição dos gânglios, da visão e do órgão auditivo, como, por exemplo, o talento especial para a pintura, a musica etc.
Gall isolou o Encéfalo do Soma, esquecendo as suas mutuas interdependências, a pesar do trabalho de Cabanis, que melhor compreendeu a verdadeira integridade vital.
A existência individual, em seus acanhados limites, não podia oferecer espaço suficiente, para uma completa meditação sobre o problema moral e intelectual. Foi preciso portanto, que o construtor da doutrina cerebral, tivesse concebido em suas meditações , o espetáculo histórico, contemplando, deste modo, em seus grandes resultados coletivos, os atributos mais nobres do Homem. Assim, não se pode obter da observação pessoal, mais do que a verificação de leis descobertas através da evolução social. Mas uma tão preciosa confirmação, só poderia ser bem estabelecida em relação aos animais, nos quais as disposições inatas estão bastante isoladas das modificações adquiridas.
Dotados das mesmas faculdades que o homem, quaisquer que sejam as diferenças de grau, servem os demais animais de ponto de partida, pois se a apreciação humana complicada pelas influências sociológicas, nos dá funções elementares, que não se encontram nos animais ditos superiores. Devemos por isto, crer que se tornaram como irredutíveis, funções verdadeiramente compostas. Combinam-se deste modo em Augusto Comte os dois aspectos, o Biológico e o Sociológico, para formar o Moral.
Quanto a parte Biológica, o princípio da construção da Teoria Cerebral de Augusto Comte, consiste em sua instituição subjetiva, isto é, na subordinação sistemática da anatomia à fisiologia.
Já os fisiologistas conhecem o valor deste processo; é assim que se distinguem os nervos sensitivos ( ou aferentes) dos nervos motores ( ou eferentes) , bem como os diversos modos de perceber a sensação, contidos no feixe nervoso da tactilidade. Anatomicamente falando, estes diferentes nervos são de uma natureza homogênea. As determinações dos órgãos cerebrais, devem constituir, portanto, um complemento e resultado das práticas de observações fisiológicas.
Determinar semelhantes órgãos pelo método experimental, órgãos morais e intelectuais é inexeqüível. Poder-se-ia fazê-lo mediante o Método Patológico, fundando deste modo uma Teoria Cerebral ou Encefálica, que possivelmente poderão ser reforçadas por práticas hipnóticas .
O Método Patológico ordinariamente utilizado referindo-se às diversas afecções somáticas, consiste em inferir as funções de um órgão , comparando sucessivamente um organismo são, com outro organismo doentio, naquele órgão que se deseja conhecer a função correspondente.
Com o mesmo tipo de raciocínio inferido pelo Método Patológico aplicado ao Soma, procurou-se aplicar a mesma sistemática ao Encéfalo . O Grau de dificuldade surgiu em virtude de não se possuir os padrões de saúde , afetiva, intelectual e prática, determinados com suficiente precisão, conquanto o conjunto das religiões, jamais houvesse esquecido de apresentar, verdadeiros modelos de virtude , sabedoria e abnegação. Além disso, ficou faltando, considerar as influências negativas e positivas que os órgãos do Encéfalo podem exercer sobre o Soma; Saúde ou Doenças Orgânicas , hoje em dia irreversíveis e que no futuro sob a orientação da medicina psicossomática, se abrirão para o Homem; os “milagres” da sobrevivência quase eterna, pelo domínio do Soma ou Corpo pelo Encéfalo; e pelo domínio do Encéfalo pela Humanidade, regido pelo Amor e esclarecido pelo Conhecimento Cientifico das Leis Positivas , que regem o Mundo e o Homem, em sua existência e desenvolvimento Altruístico.
Em função desta dificuldade, o grande gênio Augusto Comte, necessitou haver primeiro concebido a filiação histórica, isto é, o método da sociologia -para projetar no futuro o ideal de um Ser Humano ( Homem e Mulher) e de uma sociedade, plenamente sadios do ponto de vista afetivo, intelectual e prático, para servir como modelo subjetivo para as comparações com os diversos casos objetivos individuais e coletivos.
Esta questão foi solucionada com a grande ajuda de Clotilde De Vaux , uma mulher terna e pura , inteligente e ativa , que mostrou a excelência do sexo afetivo permitindo a Augusto Comte superar todos os preconceitos do seu tempo e conceber com nitidez o Ideal Feminino e não feminista ; Simultaneamente os próprios progressos que esta Musa determinou no conjunto do psiquismo do Mestre Augusto Comte ,permiti-o por seu turno idealizar com mais nitidez o Homem Mentalmente e Moralmente Sadio, para servir de Padrão Abstrato, para as comparações com os diversos indivíduos.
Esta união veio ainda consubstanciar um capitulo da Moral Positiva, que se refere a um assunto de importância vital para a sobrevivência unitária e social da nossa espécie ; ou seja, harmonização recíproca do Homem com a Mulher, pela utilização sistemática da complementaridade natural que existe no conjunto dos seus atributos psíquicos- afetivos , intelectuais e práticos - com base na lei de Aristóteles- Príncipe dos Filósofos : “ Separação dos Ofícios e Convergência dos Esforços”.
Continuando: o método patológico é realmente uma fonte de averiguações, mas sem que possa o observador dispensar uma ação filosófica que o guie . Em assunto complexo como é o da Alma , sem uma Teoria Positiva do Cérebro Normal, criada por Augusto Comte, a qual não dispensa a observação social, os dados importantes passam desapercebidos, assim como fatores meramente circunstanciais são tidos na conta de indispensáveis. Não se daria mesmo uma noção exata da loucura. A observação servira para modificar, até certo ponto , as hipóteses, as quais devem ser instituídas sempre as mais simples , estéticas e simpáticas de acordo com os dado adquiridos.
A determinação dos órgãos cerebrais ou melhor do Encefálicos, Morais (Sentimentos) , Intelectuais (Espirito) e Práticos (Caráter), realiza-se em duas operações: 1) a sua enumeração e 2) a sua disposição. Uma e outra operação dependem por sua vez de : a) Uma perfeita observação nas faculdades elementares do encéfalo: Morais ou Sentimentais, Intelectuais e Práticas; de modo que, cada uma delas, sendo irredutível, corresponda à uma sede estática, isto é, um pedaço do Encéfalo; b) uma classificação destas mesmas faculdades, visto como a disposição dos órgãos tanto Biológicos, como os órgãos de Abstração ou Psíquico, se deve conformar com as verdadeiras relações das funções correspondentes, afim de permitir a harmonia geral do encéfalo.
Quanto ao volume e a forma de cada órgão, Augusto Comte considerou uma questão secundaria, em sua elaboração, o que dependerá do Método Objetivo, anatômico ou direto a ser posteriormente instituído, que até hoje ainda bairam dúvidas.
. Augusto Comte manteve , consolidando e desenvolvendo a distinção anunciada por Gall, entre o coração (sentimento) e o espírito (Inteligência), isto é , entre o Sentimento e a Inteligência, consagrando a preeminência do primeiro com uma verdade aforada à ciência moderna, para localizar estes dois atributos gerais , procedeu o filósofo `a hipótese mais simples, que o caso podia comportar. Assim, colocando o problema encefálico em seu ponto inicial, já se conhecia os dois aparelhos externos, com os quais o encéfalo se comunica, o aparelho sensitivo ( órgãos do Sentidos) e o aparelho motor ( o conjunto dos músculos), estes dois últimos , hoje em dia, conhecidos como Grandes Vias Aferentes e Grandes Vias Eferentes , respectivamente.
Ora são os órgãos intelectuais ou da Inteligência, os que entretém relações diretas com os sentidos, cujas as funções externas eles concentram e complementam ; nestas condições , fica a massa encefálica, dividida em duas grandes porções, uma frontal, correspondente a Inteligência e outra posterior (baixa, média e alta), correspondente aos Sentimentos ( Coração) .
A palavra Simpático (Simpatia e Afeição) sofre uma divisão entre o Sentimento propriamente dito e o Caráter, porque, ao passo que o primeiro designa o impulso , a palavra caráter isolada representa o conjunto das qualidades de execução, qualidades práticas , das quais dependem os resultados efetivos mesmo no encéfalo dos pensadores -Cientista, filósofos ,escritores , músicos etc.
Cedendo à justa autoridade de Gall, Augusto Comte acolheu, em sua filosofia, uma distinção entre Sentimento e Pendor, nos quais o filosofo acabou reconhecendo apenas a expressão de dois modos alternativos de toda força positiva, principalmente vital e sobretudo animal. Cada função afetiva , portanto, representa um pendor, isto é, uma inclinação ou tendência ou propensão , quando se torna ativa; e um Sentimento, quando se torna passiva.
Quanto ao termo Instinto, este, em sua verdadeira acepção exprime todo o impulso, expontâneo para uma determinada direção; e tanto constitui uma função em qualquer animal como especificamente no homem. Mas tal termo , é mais usado para representar os pendores mais grosseiros e mais enérgicos da natureza animal, como o pendor nutritivo ou o sexual. Ainda há quem use a palavra Instinto para exprimir as tendência para os atos, nos demais animais à exceção do homem; como se fossem impulsos mecânicos, distinguindo-os assim das ações do homem. Isto porém representa resquícios do automatismo de Descartes, o qual já não se pode mais admitir depois de inúmeras e judiciosas observações de Jorge Leroy, as quais já nos referimos (Cartas sobre os Animais) e de outros que o sucederam.
O pendor mais grosseiro e mais geral na escala dos seres zoológicos é o nutritivo. Os pendores mais nobres surgem à medida que se sobe na escala zoológica, sendo mais raros o número de seres a que estes pertencem.
Anatomicamente o encéfalo representa uma expansão da medula, ele se desenvolve de traz para adiante. Na serie vertebrada, as partes superiores e anteriores rudimentares no peixe, desenvolvem-se até os mamíferos mais eminentes.
Determinando as sedes para os dois grupos de tendências egoístas e altruístas, a Teoria Positiva dá a extremidade anterior da região afetiva `a sociabilidade ( Occipital Alto) - na parte traseira, da parte mais anterior do Lobo Posterior ou do Lobo Occipital - Região da Moleira da Criança. Para uma massa mais considerável, a Personalidade, reservando-se as porções mais posteriores, isto é, ( Lobo Occipital baixo e médio) aos instintos mais grosseiros (nutritivo, sexual, materno, destruidor, construtor, orgulho e vaidade).
Deste modo, parte-se anatômica ou estaticamente falando, debaixo para cima, isto é , da parte posterior e inferior do encéfalo - occipital baixo, para sua porção ântero-superior (occipital alto); do mais grosseiro egoísmo, (que confina com o corpo ou soma, pela medula), para o supremo altruísmo,(que limita com a região da mentalidade ou intelectual).
Semelhante disposição estática consolida a harmonia entre os dois grandes atributos - A Inteligência e o Amor( Apego, Veneração e Bondade - O Altruísmo).
Com efeito, mais do que o egoísmo, é o altruísmo apto para dirigir e estimular a inteligência.
Sobre este texto podemos citar Augusto Comte :
“ Ele ( O Altruísmo) fornece-lhe (à inteligência) um campo mais vasto, um fim mais difícil, e mesmo uma participação mais indispensável. Sob este último aspecto, sobretudo, não se sente bastante que o egoísmo não tem necessidade de nenhuma inteligência, para apreciar o objeto de sua afeição, mas somente para descobrir os meios de satisfazê-la. O Altruísmo pelo contrário, exige além disso, uma assistência mental, afim de conhecer o Ser exterior, para qual ele tende sempre. A existência social não faz senão desenvolver ainda mais esta solidariedade natural, em virtude da maior dificuldade em compreender o objeto coletivo da Simpatia. Mas já a vida doméstica manifesta a sua necessidade constante, em todas as espécies bem organizadas.” Política Positiva - Tomo I - Pag 694.
Assentada a base da Vida Moral no dualismo assinalado, egoísmo e altruísmo, uma operação intermediária transforma-o numa progressão ternária, interpondo entre o egoísmo propriamente dito e o altruísmo ( Apego , Veneração e Bondade), uma ordem de Sentimentos de caráter duplo , pessoais quanto a origem e fins, e sociais quanto aos meios , pois a satisfação a que dão lugar depende dos laços entre cada indivíduo e os seus semelhantes.
A sede dos instintos Egoístas de Transição ( Instinto de Aperfeiçoamento + O Instinto de Ambição) ficam sendo uma, a qual deve ocupar partes progressivamente mais altas do Lobo Occipital.
Consideremos cada um dos três grupos, Moral, Intelectual e Prático das funções psíquicas ou abstratas do Encéfalo.
As funções psíquicas ou abstratas referentes ao interesse direto, que constitui o egoísmo fundamental, dividem-se em duas ordens de instintos, da conservação e de aperfeiçoamento.
Os primeiros, que são os mais enérgicos e mais universais, comportam igualmente uma distinção, segundo se referem à conservação do indivíduo ou da espécie. O primeiro - conservação do Indivíduo, é mais geral; o segundo - conservação da Espécie, revela-se nos seres onde sexos são separados ; o primeiro é chamado instinto nutritivo, devido `a sua principal atribuição, devendo-se não esquecer que ele está ligado a tudo que se refira , direta ou indiretamente à conservação material do indivíduo.
Gall eximiu o instinto nutritivo, de uma sede especial no Encéfalo. Haja visto como nos animais destituídos de encéfalo, como por exemplo os protozoários, verifica-se a manifestação do instinto Nutritivo. Mas ,se a mais ínfima animalidade, pela falta completa de diferenciação, comporta a ausência de sede especial, para o mais fundamental dos instintos - o Nutritivo, a determinação de tal localização, é tanto mais imprescindível, quanto o animal cresce em dignidade, isto é, quanto mais ele se aproxima do Ser Humano, a qual solicita pendores mais variados, cujos os diferentes impulsos desviariam o Ser, dos cuidados da conservação, se um órgão particular, para o instinto Nutritivo não lhe proporciona-se uma garantia preponderante.
Comecemos agora a enumeração dos órgãos dos instintos Egoístas ou Pessoais, isto é :
O Instinto nutritivo se localiza assim, na parte cerebral mais inferior, e mais próxima possível do aparelho motor e das vísceras vegetativas.
O Órgão destinado ao instinto nutritivo é o cerebelo onde estão as funções Motoras do equilíbrio entrelaçadas com os dos Movimentos; Movimentos estes os Voluntários, em sua parte mediana, ficando as porções laterais dedicadas à sede do instinto sexual ou reprodutor, ao instinto de conservação individual, onde Augusto Comte denominou nutritivo em virtude de seu principal atributo. Mas convém notar e não esquecer nunca os outros atributos deste instinto; é ele por exemplo, que nos impele a tudo quanto pode assegurar a conservação da nossa existência; assim , é o instinto nutritivo, que suscita todos os movimentos que asseguram os nossos equilíbrios, ele é ainda o que nos submete às vezes a dores, a grandes sofrimentos para salvação da nossa vida. É o instinto verdadeiramente universal na escala zoológica, existindo até nos tipos mais rudimentares. Mas, a conservação da espécie, além do instinto sexual, compreende o instinto materno, o qual, prende o animal aos produtos e aos filhos; primeiro destes instintos, isto é, o sexual, é mais enérgico e mais geral, pois se verifica nos animais de sexos já separados, sem que ainda se revele nenhuma solicitude da parte dos progenitores para com os filhos.
Assim, a localização conservadora forma a progressão ternária : Instinto Nutritivo, Instinto Reprodutor e Instinto Materno. Estaticamente sucedem-se as três sedes: Parte Média do Cerebelo, ( Órgão Impar) ; seus Lados ( Órgão Par); Porção Médio Posterior do Cérebro Inferior( Órgão Impar), respectivamente.
Comparados os dois instintos da Conservação da Espécie, ou seja, o instinto sexual e o materno; verifica-se que um, o sexual, é mais grosseiro, prepondera no sexo masculino; e o outro, o materno, é mais nobre, e prepondera no sexo feminino.
Seguem-se aos dois citados instintos dos Aperfeiçoamentos, um por destruição e o outro por construção .
Ao passo que os instintos da conservação se referem à vida vegetativa ou de nutrição, estes concernem à vida animal ou vida de relação; mais elevados, embora ainda colaborem como satisfações pessoais .
Os instintos do Aperfeiçoamento são dois, Instinto Destruidor ou Militar; e o Construtor ou Industrial.
Os dois termos Militar e Industrial traduzem as duas tendências na espécie humana em que, de fato, eles atingem seu termo supremo; o primeiro, o Instinto Militar pela conquista permanente, preparando a Paz; e o segundo, o Instinto Construidor, preparando a Indústria coletiva.
Quanto ao papel dos dois pendores do aperfeiçoamento, um impele a destruir os obstáculos; o outro, a construir os meios; o primeiro, mais indispensável, mais fácil, mais universal, que o segundo. Este porém existe, em todos os animais em que os instintos de conservação, mormente o materno, exige trabalhos especiais, donde emanam as tendências construtoras dos animais, sobre a influencia da maternidade ; como as aves, que preparam os ninhos, etc.
A sede do instinto construtor, reside ao lado do órgão materno, devido às relações dinâmicas entre dois pendores, o instinto construtor e materno ( órgão par); a sede do instinto destruidor, acima do órgão materno ( Órgão Impar) ; as tendências intermediárias , de caráter ambíguo, compreende os dois pendores- o Orgulho , isto é, a necessidade de domínio ; a Vaidade isto é, a necessidade de Aprovação.
Ambos dependem em suas satisfações, dos laços sociais, sendo que a Vaidade é sob este aspecto, superior ao Orgulho.
Apreciados , na Espécie Humana, os dois instintos, Orgulho e Vaidade, eles caracterizam os dois poderes - o Temporal e o Espiritual respectivamente; e o que comanda e o que aconselha respectivamente; um tende ao comando, ao ascendente pessoal pela força; o outro, pela persuasão ou convencimento, respectivamente.
As respectivas sedes acham-se colocadas: a do Orgulho ao lado do Órgão Industrial ( Órgão Par- Instinto Construtor ), o da Vaidade, acima do mesmo órgão ( Órgão Impar). Termina assim a região afetiva fundamental por um órgão mediano, como aquele que a começou.
Completa-se
assim , a Progressão Estática
fundamental,(Parte Anatômica e
Estrutural da Abstração - Órgãos da
Abstração) a lógica das
interfaces e interdependência ,
grupando os 7 pendores pessoais, comuns a quase todos os animais
superiores, de acordo com as atividades
ou funções.
Passemos
agora aos Sentimentos que nobremente determinam a vida Moral; os Altruístas.
Menos enérgicos e mais eminentes que são eles, formam uma progressão ascendente; formam pluralidade segundo as determinações de Gall, disposta em progressão ascendente :
Apego, Veneração e Bondade.
Em sua fraqueza encontram estes pendores uma compensação em sua índole eminentemente social; permitem a colaboração, livre de conflitos, em que os seres podem saborear as mais profundas e agradáveis emoções.
O primeiro ( Amizade ou Apego) é mais enérgico, liga sempre dois seres , a um tempo; é o instinto da igualdade, e é a base da vida doméstica, ligando os cônjuges, os irmãos e os amigos entre eles.
A Veneração aplica-se aos superiores; aos pais, aos mestres , aos antepassados, aos Grandes Vultos da Humanidade. E a todos os fenômenos que estão fora de nossa intervenção.- Poder da Terra, dos Astros, as órbitas dos astros, o nascer e o pôr do sol; as erupções, os degêlos, as tempestades, as tormentas etc.
O caráter essencial da Veneração é o da submissão voluntária ; animais há, como o cão eminentemente dotados deste sentimento.
A Veneração estabelece transição para a Bondade, ou o amor universal, esboçada pela teologia na caridade cristã . A bondade prende-nos aos inferiores; sua destinação é geral, enquanto que a dos dois primeiros é especial.
De acordo com Augusto Comte :
“ Seu caráter ( da bondade) consiste, com efeito, em uma destinação coletiva qualquer que seja a sua extensão. Desde o amor da tribo ou da povoação, até o mais vasto patriotismo, e mesmo até a simpatia para com todos os seres assimiláveis, o sentimento não muda de natureza; ele se enfraquece e enobrece, segundo, a lei , comum de minha série afetiva” - Política Positiva Tomo I - Pag 703.
Retificada pelo filósofo Augusto Comte, algumas opiniões de Gall quanto à localização dos três instintos Altruístas, acha-se esta do seguinte modo determinada : a da Bondade, na mais elevada porção mediana do cérebro occipital; a da veneração imediatamente atras da Bondade. O Apego, porém, reside em órgãos pares aos lados do órgão da veneração. O Apego, inclinado de ante para traz, vem ligar-se, em baixo , ao órgão da Vaidade, mantendo assim a continuidade total da vida afetiva.
Termina deste modo a região afetiva do Encéfalo por um órgão par, Apego e dois impares(veneração e bondade)
Passamos a apreciar as funções concernentes
à inteligência:
Distingue-se duas funções mentais: Uma relativa à Concepção e a Expressão . Existe uma grande conecção entre as duas, como o provam certos termos; a palavra lógica oriunda de um termo grego , quer dizer palavra, e aplica-se ao raciocínio. A pesar de ligadas, as duas funções da concepção e da expressão, permanecem independentes, como o provam os casos de moléstias, que exaltam uma , deprimindo outra ; e o desenvolvimento da linguagem, durante a infância o qual precede o desenvolvimento do raciocínio.
Augusto Comte portanto adota a opinião de Gall, que elegeu um órgão especial para a Linguagem, não só no homem como em todos os animais superiores.
Quando as relações animais são ainda embrionárias; a simplicidade orgânica, não permite mais que dois órgãos : um para cada função, a expressão e a concepção. Desde que o cérebro se desenvolve , que as relações animais se ampliam, com o surto do instinto materno, pode-se dizer que o aparelho intelectual se complica, pela divisão da faculdade de concepção, enquanto que a da expressão, permanece simples.
A Concepção divide-se em ativa e passiva, embora harmônicas.
A primeira qualifica-se de Contemplação, a segunda de Meditação.
Residem as respectivas sedes : a da Contemplação, na parte inferior do Lobo Frontal ; e a da Meditação, na parte superior do mesmo.
Augusto Comte faz resultar tal determinação anatômica de duas ordens de considerações subjetivas: há necessidade de aproximar dos órgãos sensitivos à função cerebral, que é a única que se liga diretamente as suas operações ( Contemplação ), e por outro lado, a obrigação de fazer suceder à região afetiva, o órgão intelectual que, em virtude dos dados que fornece ao exterior, tem de apreciar a conveniência final dos impulsos, que emanam dos diferentes pendores (meditação). Resolve-se assim, o dualismo mental, em uma serie ternária : a Contemplação, a Meditação e a Expressão.
A Contemplação e a Meditação sofrem por seu turno, uma divisão, para que se chegue às funções verdadeiramente irredutíveis. Assim, a contemplação ou é concreta, referente aos seres, ou abstrata referentes aos atributos.
À semelhante divisão , correspondem órgãos também distintos; o órgão da contemplação concreta está mais ligado às impressões exteriores, do que o da contemplação abstrata.
Menos aproximada dos sentidos, do que a observação concreta , a sede da observação abstrata, representa um órgão impar, colocado na linha mediana como alias exige a solidariedade mais intima de suas duas metades.
O Órgãos da Contemplação concreta é par, do qual uma das partes ,se acha acima do olho correspondente e tendendo para a orelha vizinha.
O Aparelho da Meditação compõem-se de dois Órgãos ;
o da Meditação Indutiva e o da Meditação Dedutiva.
O Órgão Meditação Dedutiva é impar, e ocupa o meio da parte superior do Lobo Frontal. O Planejar depende sobretudo dele .A sua sede fica deste modo, em contato com a dos pendores mais nobres; a ordem contígua ao AMOR ( é preciso que o órgão que liga intelectualmente os acontecimentos ( Meditação Dedutiva), resida perto do instinto que afetivamente ligue os Seres - (Órgão da Bondade).
O Órgão da Meditação Indutiva é par, e cada metade está em contato com o órgão observador - (Contemplação Abstrata) , que lhe fornece os dados habituais - Idéias .
Resta-nos o Órgão da Expressão: a função deste órgão consiste em inventar os sinais para comunicação dos sentimentos e dos projetos .
No início da escala zoológica, a linguagem cifrava-se nos próprios atos, os quais traduziam e traduz os impulsos , de onde dependem.
Quando a relações morais dos animais se complicam, a expressão se torna artificial , formando-se então , pela decomposição dos gestos e dos sons, os sinais ; no primeiro caso estes são representados pelos gestos e pelos movimentos, mais expontâneos, correspondentes às paixões ; no segundos institui-se a linguagem verbal.
A Teoria Cerebral dá , como sede da expressão , cada extremidade lateral da região especulativa, ( Lóbulo Frontal- local da Inteligência), estendendo-se depois, para as frontes, ficando , assim eqüidistante do olho e do ouvido, seus principais auxiliares ; e por outro lado, fica esta sede contígua à região ativa do cérebro- Caráter, da qual esta região contém um laço imediato com o conjunto do aparelho - o conjunto dos três (coragem, prudência e firmeza).
Vejamos agora a aptidão prática ou as funções do caráter.
Todo Ser ativo, diz Augusto Comte , deve ser dotado de coragem , para empreender ; de prudência para executar ; e de firmeza para realizar.
As sedes destes atos devem confundir-se com a região afetiva e com a especulativa , do que depende a eficácia de sua atividade, igualmente útil a vontade e ao conselho.
Para a Firmeza ou Perseverança , fica destinado um órgão médio , já assinalado por Gall, atrás da Veneração e na frete da sede atribuída por Augusto Comte à Vaidade.
Aos lados (órgão par) reside a Prudência , inclinada para adiante , até a região intelectual, e cruzando, no início com o órgão do Apego, que pende em sentido inverso.
O órgão da Coragem fica colocado ao lado do órgão impar da Vaidade. Os três órgãos da atividade ou caráter, acham-se colocados na mesma ordem , segundo o crescimento em dignidade, e o decréscimo em generalidade; dispondo-se os órgãos, da coragem para a perseverança , de traz para adiante e de baixo para cima.
Apresentamos, no quadro I, o esquema cerebral, não algo que se ache nas obras de Augusto Comte; ao contrário , segundo o próprio, a sua Teoria Cerebral não comporta , nenhuma representação gráfica, pois a forma e a grandeza de cada sede ficam ai indeterminadas (Vide Política Positiva - tomo I ; pag. 730).
Em vez de escrever as funções cerebrais num quadro esquemático, indicamos aqui sobre um desenho de um cérebro, segundo a ordem estabelecida pelo Filósofo, sem a mínima pretensão de localizar, os órgãos com precisão ; a precisão fica somente apontadas segundo as suas mútuas relações.
Em função da evolução da ciência aos dias de hoje , vamos neste momento trazer algumas novidades , apenas como mera colaboração intelectual, para mostrar aos leitores , que Augusto Comte , não foi contestado em suas proposições positivas, mesmo com avanço da ciência ao nível de hoje.
O cérebro humano e o seu processo operacional , ou melhor dizendo , seu Processo Mental, tem sido para nós, o mesmo que o mistério em torno da Existência do Planeta Terra , no que diz respeito as dúvidas sobre o Universo.
Embora o cérebro, tenha permanecido muito mais distante , que a questão da “terra incógnita” , no conhecimento humano, no entanto recentes progressos nas ciências Biológicas , particularmente na Biologia Celular , tem trazido um incremento aos entendimentos ou compreensão do que acontece com o Cérebro - local este, constituído de mais de 30 bilhões de células altamente sofisticadas e especializadas.
As estruturas primitivas, envolve na seqüência que comanda as Células Humanas , como se fosse interessado com as funções reguladoras do corpo , tais como a respirações , a circulação do sangue e o sono. Estes centros são hoje bem conhecidos as suas localizações, na medula e na coluna vertebral.
Nas folhas seguintes , de numero 46 e 47, apresentamos uma visão sintética de todos os órgãos, componentes do Encéfalo Humano, com bases nos Critérios Anatômicos(A) e com base na Segmentação ou Metameria (B), respectivamente.
Após esta visão Estática,
vamos analisar o Aspecto Dinâmico da
Abstração , passando primeiramente por duas paginas sobre indicações anatômicas do Encéfalo.
A) Parte
Anatômica e Estrutural - Aspecto Estático Biológico
--
Órgãos Biológicos --
Divisão
do Sistema Nervoso Com Base em
Critérios Anatômicos.
I) Sistema Nervoso Central
1) Encéfalo
1.1 Cérebro
1.1.1 Telencéfalo
1.1.1.1 - Lobo Frontal - ou Anterior ou Dianteiro
1.1.1.2 -Lobo Temporal
- Lateral
Próximo do Frontal*
1.1.1.3- Lobo Parietal
-Lateral
Próximo do Occipital* 1.1.1.4
-Lobo Occipital - ou Posterior ou Traseiro
1.1.1.5 -Lobo Central
( Ínsula) - Dentro
do Cérebro
1.1.1.6 - Face Medial *No texto do Livro
1.1.1.6.1 - Corpo Caloso usamos a expressão 1.1.1.6.2 - Fórnix Parietal, para incluir
1.1.1.6.3
- Sépto Pelúcido o Lobo temporal e o 1.1.1.7 - Córtex Parietal propriamente. 1.1.1.8 - Massa Branca
1.1.1.9 - Hipocampo
1.1.1.10 - Ventrículo
1.1.2 - Diencéfalo
1.1.2.1 - Tálamo
1.1.2.2 - Hipotálamo
1.1.2.3 - Eptálamo
1.1.2.4 - Subtálamo
1.1.2.5 - Glândula Pineal
1.1.2.6 - Glândula Hipófise
1.1.2.7 - Corpo Mamilar
1.1.2.8 - Corpo Caloso
1.1.2.9 - Fornix
1.1.2.10- Pituitária
1.1.3 - Núcleos da
Base e Centro Medular -
1.2 - Tronco Encefálico
1.2.1 Mesencéfalo
1.2.2 - Ponte
1.2.3 - Bulbo
1.3 - Cerebelo
2) Medula
Espinhal
II) Sistema Nervoso Periférico
1)
Nervos
1.1 Espinhais
1.2 Cranianos
2)
Gânglios
3) Terminações
Nervosas
A) Parte Anatômica e Estrutural - Aspecto
Estático
Biológico.
Divisão do Sistema Nervoso Com Base na
Segmentação ou Metameria.
Ou
Conexão
com Nervos.
1) Sistema Nervoso Segmentar -Pertence ao Sistema Nervoso Segmentar todo o Sistema Nervoso Periférico , acrescido as partes do Sistema Nervoso Central que estão em relação direta
com os Nervos
Típicos , ou seja a Medula Espinhal
e Tronco Encefálico.
2) Sistema Nervoso Supra-Segmentar - Pertence ao Sistema Nervoso Supra Segmentar o Cérebro e o Cerebelo
#############################
Esta divisão põe em
evidência as semelhanças estruturais e
funcionais existentes entre a medula e o tronco encefálico(1) em oposição ao cérebro e cerebelo(2).
· Assim nos Órgãos do Sistema Nervosos Supra- Segmentar(2), a substancia cinza se localiza por fora da substancia branca , formando uma camada fina , o Córtex, que reveste toda a superfície do órgão.
·
Nos Órgãos do Sistema
Nervoso Segmentar(1) , não
existe Córtex , e a substancia cinza pode se localizar dentro da branca , como
ocorre na medula.
· O Sistema Nervoso Segmentar surgiu na evolução antes do Supra-Segmentar e pode se dizer funcionalmente que lhe é subordinado.
· De um modo geral, as comunicações entre o Sistema Nervoso Supra Segmentar (2) e os órgãos periféricos receptores e efetuadores se fazem através do Sistema Nervoso Segmentar(1)
Com base nesta divisão , pode-se Classificar os Arcos Reflexos em :
Supra-Segmentares - Quando o componente Aferente se liga ao Eferente, no Sistema Nervoso Supra-Segmentar.
Segmentares - Quando o componente aferente se liga ao Eferente , no Sistema Nervoso Segmentar.
Os Nervos Olfatório e Óptico se ligam ao Cérebro , mas não são Nervos Típicos.
(B) PARTE
FISIOLÓGICA - MORAL POSITIVA - ASPECTO DINÂMICO DA ABSTRAÇÃO
As Funções Sentimentais ou Afetivas determinam os motivos de ação ; delas emanam os desejos ; são mais expontâneas ; as funções intelectuais são consultivas, apreciam as conveniências dos desejos, bem como esclarecem o fim exterior, para os quais tendem os atos, que as funções práticas efetuam; estas últimas, de fato, representam a aptidão para realizar as indicações ou desígnios, assentados ou definidos.
As Funções Práticas ou de Caráter ou de Ações ficam deste modo mais ligadas às funções Intelectuais ( de Conselho ou de Espirito). A sua sede deve portanto ocupar uma zona intermediária entre a do Sentimento e a da Inteligência; mais aproximada do, órgão Frontal do que do Cerebelo.
Composta inicialmente de Coração e de Espírito ( Sentimento e Inteligência), oferece-nos agora a Alma Humana , uma sucessão ternária, Sentimento propriamente dito, o Caráter e a Inteligência. Do mesmo modo, o dualismo anatômico inicial, resolve-se na sucessão normal , uma parte posterior para o sentimento ; anterior para a inteligência e média para o caráter.
Ficam as regiões Abstratas principais do cérebro ou melhor do Encéfalo, assim harmoniosamente ligadas, por meio de uma Análise Metodológica Subjetiva.
O que constitui a unidade cerebral ou encefálica é o Sentimento, Centro Normal de Nossa Vida Moral. Os órgãos, que lhe são destinados, não se comunicam diretamente com o exterior, permanecendo assim ao abrigo de seus estimulantes diretos. A zona Afetiva ou de Sentimento do Encéfalo, se comunicando com as zonas da Inteligência e do Caráter , recebe de uma as informações lógicas de que dependem as suas Emoções, e, à outra comunica os impulsos, que nascem de seus Desejos expontâneos, e é recitada pelos Atos ou Ações .
As regiões da inteligência e do caráter mantém relações normais com o exterior, para conhece-lo e modificá-lo , mediante os aparelhos sensitivos e locomotores .
Como a Atividade, sobrepõem o Apego e o Entusiasmo, à Inteligência, e estes, o Apego e o Entusiasmo, estimulam e fertilizam a Inteligência ou espirito, lubrificando e iluminando os raciocínios.
Augusto Comte caracteriza a harmonia fundamental da Alma, no seguinte verso, sistemático:
Agir por Afeição e Pensar para Agir
Os atos ou ações sem um estimulo e um fim afetuoso, são uma desregrada e estéril atividade.
O consenso total da vida ou o principio de unidade, tem o seu regulador supremo no cérebro. Mas durante o sono, em que a vida Encefálica pode adormecer por completo, desaparecem o consenso e a continuidade da existência animal ?
A pergunta corresponde a uma questão rebatida entre os metafísicos, sobre se as mais elevadas funções da Alma são contínuas ou intermitentes.
A solução que oferece a Teoria Positiva do Cérebro , elaborada por Augusto Comte, baseia-se na conecção estabelecida por Gall entre a simetria dos órgãos da animalidade e a intermitência de seus respectivos atos; e , por outro lado, na preeminência das funções afetivas , formando o centro da unidade e a fonte da continuidade do Ser ; não houve uma descontinuidade de Existência Subjetiva.
Os órgãos mentais e práticos estão sujeitos a Lei da Intermitência( que será vista mais à frente no texto deste livro), tanto quanto os aparelhos externos , com os quais se comunicam, pelas sensações e pelos movimentos. Os órgãos afetivos, porém mantém a sua atividade continua, mediante o exercício alternado de suas partes simétricas.( Hemisférios cerebrais)
O sono que entorpece as impressões externas e os movimentos, devem entorpecer por igual as faculdades centrais que lhes correspondem, mais as funções morais, para manterem a unidade e a continuidade da Alma velam sempre.
É preciso ainda manter a assistência à vida vegetativa, que está ligada aos principais instintos de conservação.
Disse Augusto Comte , na Política Positiva- Tomo I - Pag 690.
“ Sob este duplo título , a região afetiva do cérebro pode funcionar mais no sono do que durante a vigília, em virtude do repouso das outras duas. A inércia destas, só raramente permite a manifestação de tais operações afetivas que, quase nunca deixam traços distintos e duráveis. Nos sonhos ou delírios, que comportam uma tal apreciação, esta fornece o melhor indício das inclinações dominantes, então libertadas de todo o embaraço exterior ” -
O Enredo do Sonho, fornece indicações sobre os Sentimentos preponderantes do Indivíduo; desta forma, a Teoria Cerebral criada por Augusto Comte , veio antecipar-se à uma das conclusões centrais da Psicanálise de Freud.
Em outras palavras, isto acima dito por Augusto Comte é a expressão positiva do que metafisicamente se entende por inconsciente.
A vida afetiva ou de Sentimento comporta por sua vez, uma divisão : Personalidade (Egoísta) e Sociabilidade (Altruísta).
Uma tal distinção lança a base natural da vida moral, esboçada em biologia. Ela traduz-se no conflito tão celebrado na natureza humana, entre o bem e o mal , ou a Natureza e a Graça do Catolicismo; ou entre o Egoísmo e o Altruísmo, após sua consagração Positiva.
A Personalidade ou o egoísmo é mais enérgico que a Sociabilidade ou Altruísmo, e domina na existência individual; o estado social tende a inverter esta ordem individual, desenvolvendo as tendências mais nobres e mais fracas e comprimindo as mais grosseiras e fortes.
Tanto a
personalidade como a
sociabilidade, os dois aspectos
gerais de nossa existência moral,
dividem-se em diferentes tendências elementares, segundo a regra
taxonômica da dignidade
crescente e energia decrescente.
A Veneração e a Bondade , que formam as funções mais complexas de Sentimentos compostos de Inveja, Ciúme, Gratidão, etc, nem os impulsos que levam a certos atos ou ações complexas, como o furto, o assassinato etc. Analisando porem estes sentimentos e atos complexos através do Quadro Sistemático da Alma - descortinam-se as tendências irredutíveis que lhes formam a essência. No entanto nestes sentimentos compostos não figuram no quadro cerebral de Augusto Comte.
A Inveja por exemplo , representa o desejo de prejudicar, de destruir o Mérito, e até a própria vida de nutrem, sob os influxos de um dos pendores egoístas exaltado e chocado. Assim , semelhante sentimento nasce da união do instinto destruidor, com um dos outros, desde o instinto conservador do indivíduo, e da espécie ( no caso formando então o ciúme) até o orgulho e a vaidade.
A Gratidão representa uma inclinação simpática por alguém que nos alimentou o interesse , geralmente o instinto da conservação . Este instinto de conservarão excita particularmente a veneração; é com efeito, comum venerar a quem de qualquer modo, nos ampara materialmente, moralmente ou intelectualmente. Relação entre estas duas tendências constitui o fundo orgânico do pendor dos folhos pelos pais. Também o apego e a bondade, podem como a veneração ser estimulados pelos pendores egoístas .
A Vaidade excitada desperta o Apego. A Gratidão muitas das vezes só dura enquanto se mantém o egoísmo satisfeito ; nas melhores naturezas , porem, apesar da retirada deste egoísmo, mantém o afeto , entregue ao próprio delicioso exercício. A sabedoria popular costuma aferir o Mérito Moral, pela gratidão. De fato , quem não é capaz de amar nem sob o estímulo de um egoísmo satisfeito, muito menos o fará pelo único gozo de amar.
Sob outros aspectos , os sentimentos pessoais, muito mais enérgicos servem de estimulantes ao Altruísmo; como por exemplo o Instinto Reprodutor : Uma união iniciada sob sua influência, pode acabar consolidada pelo mais desinteressado amor, o qual continua então a se manter à custa de seus próprios encantos, vide ; “ Amar e ser Amado, de Pierre Weil ”. O Orgulho, igualmente, reage sobre as tendências Simpáticas. Conhece-se grandes estadistas que galgaram sempre o poder pelo desejo de domínio, fazendo dos estímulos pessoais satisfeitos, um instrumento para a felicidade da Pátria, como também se observa , no entanto, nem sempre isto ocorre.
A sabedoria humana por estas disposições de nosso encéfalo, pode transformar até as nossa fraquezas , o nosso próprio egoísmo, em fontes de aperfeiçoamento. Como escreveu são Francisco de Sales - 1622 - no livro a Arte de Aproveitar-se dos Próprios Defeitos.
Certos instintos, como o materno, pela suas fáceis reações , principalmente influenciado pelo progresso social, confunde-se muitas vezes, com as simpatias que despertam. O Instinto materno é muito comumente confundido com o Altruísmo, que a ele se associa. Mas, a observação zoológica evidencia a natureza egoísta deste pendor, já bem caracterizado em espécies nas quais ele não se subordina à afeições superiores. Presencia-se isto mesmo em nossa espécie, dadas certas índoles morais. Está na mesma condição o instinto sexual, que sendo intrinsecamente um pendor egoísta , pode no entanto despertar o Apego ou a Bondade.
Reconhecida a multiplicidade dos instintos, a harmonia em uma natureza complexa, só pode resultar da subordinação das tendências expontâneas à um móvel impulso ; este motor único , pode ser egoísta ou altruísta . Apreciado através da Teoria Cerebral , a segunda modalidade de unidade, isto é, a modalidade Altruísta, é a única compatível com a existência real; é o único durável e completo .
Os impulsos pessoais são múltiplos, e sendo todos mais ou menos enérgicos, geraram conflitos, tornando-se dolorosamente penoso o equilíbrio cerebral. Só a subordinação normal da conduta por motivos externos, mediante os laços que nos unem aos outros, pode determinar um estado duradouro e feliz de unidade.
Segundo Augusto Comte - Catecismo - Pag 50 - 4 edição em Português. :
“ Todo
aquele homem ou animal que nada amando no exterior, não vive realmente se
não para si, acha-se, só por isso,
habitualmente condenado a uma desgraça alternativa de
triste fadiga, agitação desregrada , trepidação ”.
Existem certos fatos , de ordem intelectual, que também não figuram na classificação de Augusto Comte, como a memória, o juízo, etc, e que a velha metafísica reputava faculdades simples.
É que a memória , o juízo, a imaginação etc, representam faculdades
compostas , em que entram as
diversas funções simples e irredutíveis da inteligência. Quem recorda
um fato uma situação , quem imagina,
ou que
ajuíza, estabelece , incontestavelmente , uma colaboração de faculdades simples, contemplação , indução e
dedução.
Ligando-se as funções da atividade às do aparelho muscular , verifica-se que os atos do animal, dependem de uma contração ou descontração (coragem), da permanecia desta contração ou descontração (perseverança) ou de uma retenção da contração (prudência)
As funções simples Abstratas do Encéfalo que acabamos de expor ; Morais, Intelectuais e Práticas, concorrem todas na ação complexa da vontade, ou desejo, que é gerada pelo Entusiasmo, com fundo Emocional; porque querer , segundo a teoria positiva a Ação propriamente dita, cuja determinação afetiva ou moral , já foi sancionada pela inteligência; querer , portanto, traduz, a um tempo, sentir ou desejar, pensar e agir; que pode ser resumido em uma máxima de Augusto Comte :
“Agir por afeição e pensar para Agir”.
Isto tudo que foi dito , no campo da Teoria Cerebral de Augusto Comte , tal como ela é expressa em seu Tratado de Política Positiva, Primeiro Volume.
Terminando esta parte, registramos as palavras do Médico Psiquiatra Positivista, brasileiro, Jefferson de Lemos:
“Como vimos, tudo começa no estudo Científico da
Alma Humana, as tremendas
devastações morais e sociais desta nossa época contemporânea , cujas
conseqüências desastrosas todos nós
sentimos e que tem sempre posto este
assunto na ordem do dia. No entanto a dificuldade do problema só tem
permitido soluções empíricas
e materialistas , quando se afastam das soluções provisórias , hoje profundamente desacreditadas, instituídas
pelas religiões teológicas , que guiaram os primeiros passos da Humanidade. Com
o nome de psicologia, de ética ou moral,
segundo o aspecto mais teórico
ou mais prático por que se apresentam , estes estudos pecam por
falta da necessária base científica, única capaz de dar-lhes a solução definitiva, segundo as exigências de nossos dias . Confundindo-se educação com simples Instrução,
em virtude da preeminência que se dá à
inteligência sobre os sentimentos ; os psicólogos e pedagogos ainda tem suas vistas
voltadas mais para a parte
intelectual de nossa natureza , como se
basta-se forma-la e desenvolve-la , para que o problema fique resolvido. Nisto ficam muito inferiores às doutrinas
teológicas quaisquer, que sempre
se preocuparam com o cultivo do
sentimento , dos quais deve decorrer a
disciplina normal da inteligência ,
segundo a máxima do grande
místico do catolicismo, quando
disse na Imitação, com toda a realidade, que os “erros do espírito provem dos
vícios do coração” . Isto foi ainda acentuado pelo grande moralista Vauvenargues
ao afirmar que “os grandes pensamentos
vêm do coração” .
Estes apanhados empíricos ,
fizeram com que Augusto Comte , mostrasse
que “não pode haver pensamentos
gerais sem sentimentos generosos” .
Não basta , pois, para levantar a alma humana do caos em que se encontram hoje , preparar a inteligência da criança e do jovem ; não será apenas deste modo que se hão de formar cidadãos aptos à vida social. O que é preciso é formar-lhes o sentimento , que constitui o fundamento de nossa natureza moral , exercitar-lhes sentimentos generosos, corrigir-lhes os defeitos egoístas , a fim de que a sua inteligência e as suas ações se libertem da escravidão aos maus pendores que constituem os nossos vícios originais ".
O
Vide Esquema da Teoria Cerebral de
Augusto Comte - Anexo III
A seguir, com base
nos órgãos que compõem o Encéfalo,
apresentamos as funções operacionais
com suas atribuições específicas, confirmadas cientificamente de forma
objetiva até a data de hoje.
(D) PARTE FISIOLÓGICA
-ASPECTO DINÂMICO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS
- FUNÇÕES OPERACIONAIS FÍSICO QUÍMICAS DO ENCÉFALO -
SISTEMA LÍMBICO - PROGRAMAS E
SISTEMAS DO ENCÉFALO -
(D) Parte
Fisiológica - Aspecto Dinâmico Operacional das Funções Orgânicas - Funções Operacionais Físico-Químicas . Principais Funções dos Órgãos do Sistema Nervoso Central e Periférico já
Confirmados Hoje em dia - 1997 - não contrariando as indicações contidas nas
Obras do Filósofo Augusto Comte.
I) Sistema Nervoso Central
1) Encéfalo
1.1 Cérebro
1.1.1 Telencéfalo
1.1.1.1 - Lobo Frontal - Área Motora Principal do
Cérebro - Caráter e Inteligência - Centro Cortical da Palavra Falada.
Raciocínio - Olfato.
Sentimento
- ligado ao Sistema Límbico e Hipotálamo Parte não Motora do Lobo Frontal- Ligado ao, Sistema Límbico - Raciocínio , Memória .
1.1.1.2 -Lobo
Temporal -
Parte importante do Sistema Límbico e controle do Sistema Autônomo.
Memória Recente.
1.1.1.3 - Lobo
Parietal - Área
Septal - Prazeres
1.1.1.4 - Lobo Occipital - No Córtex - Ligação
com os órgãos visuais 1.1.1.5 - Lobo
Central - Ínsula
1.1.1.6 - Face Medial
1.1.1.6.1 - Corpo Caloso - Conecta áreas corticais dos dois Hemisférios , exceção
das do lobo Temporal.; o corpo caloso permite a transferencia de conhecimentos e informações de um hemisfério para outro, fazendo com que eles funcionem
harmonicamente;
seção cirúrgica faz a incapacidade de descrever objetos
colocados na mão esquerda ,
embora os
reconheça.
1.1.1.6.2 - Fórnix - Órgão que faz a
ligação do Hipocampo aos Corpos Mamilares -
ligado ao Sistema Límbico.
1.1.1.6.3
- Sépto Pelúcido - Nada encontramos sobre a sua funcionabilidade
1.1.1.7 -Córtex - Substancia cinzenta que se dispõe numa camada fina , na
superfície do cérebro e do cerebelo; o córtex é funcionalmente heterogêneo: possuindo áreas sensitivas , motoras e de associação.
1.1.1.8 - Massa Branca
1.1.1.9 - Hipocampo - Estrutura do Sistema Límbico relacionada principalmente com a
estabilização do comportamento da “Alma”.
1.1.1.10 - Ventrículo - São espaços
1.1.2 - Diencéfalo
1.1.2.1 - Tálamo - Função de Sensibilidade -
Todos os Impulsos sensitivos ou sensações , antes de chegar ao córtex
, param em um núcleo talâmico, fazendo exceção
apenas os impulsos olfatórios ; o tálamo distribui às áreas
especificas do córtex; Sensações
que recebe das vias leminiscas, integrando-os e
modificando- os. Algumas sensações como os
relacionados à dor, temperatura e tato protopático, já
são interpretados em nível talâmico . O tálamo possui função motora, emocional ,e com a ativação do ativadora do córtex. Mas a sensibilidade talâmica , ao contrario da cortical não é discriminativa, e não permite o reconhecimento da forma e do tamanho de um objeto pelo tato Esteregnosia
1.1.2.2 - Hipotálamo- Possui funções muito
numerosa quase todas ligadas a Homesostase
, isto é, com a manutenção do meio interno
, dentro de limites compatíveis com o funcionamento
adequado dos diversos órgãos de controle
do sistema nervoso autônomo ; regulador da temperatura corporal; regulador do comportamento emocional;
regulador do sono e da vigília; regulador da ingestão
de água e de alimentos; regulador da diurese; regulador do sistema endócrino; regulador e gerador dos ritmos
circadianos.
1.1.2.3 - Eptálamo- Possui formações Endócrinas e não endógenas ; a formação
Endócrina mais importante é a glândula
Pineal ; as formações não endócrinas , pertencem
ao Sistema Límbico; se relacionando com
o comportamento emocional e o reflexo
consensual . A glândula Pineal excreta o hormônio Melatonina; as funções deste órgão
são ainda controvertidas ; inibe as
gônadas ; regula os ritmos circadianos; o “relógio
interno” ; regula a atividade imunologica.
1.1.2.4 - Subtálamo - Regula a Motricidade
Somática. Lesões do Núcleo Subtalâmico, provocam uma síndrome
conhecida Henibalismo;
caracterizada por movimentos
anormais das extremidades . Estes movimentos são muitos violentos muitas vezes, não desaparecem nem com o
sono, podendo levar o doente
a exaustão.
1.1.2.5 - Glândula Pineal - Vide Eptálamo
1.1.2.6 - Glândula Hipófise - Tem ação Primordial sobre os testículos e os
ovários, produzindo certos tipos de
hormônios excruciais à reprodução,
tanto feminino
como masculino.
1.1.2.7 - Corpo
Mamilar - Nada
obtivemos neste momento sobre a sua ação funcional
1.1.2.8 -Pituitária - O controle do crescimento e alguns distúrbios
corporais são causados pelos hormônios gerados nesta glândula
1.1.3 - Núcleos da
Base e Centro Medular - Núcleos da base do Encéfalo-
influência sobre as áreas motoras do córtex
no movimento
voluntário já iniciado , e pelo próprio planejamento
do ato motor- a degeneração de suas células
provoca a Síndrome de Alzeimer
(demência Pré Senil) onde ocorre uma perda de memória e de raciocínio
abstrato subjetivo - Área do centro do cérebro -
linguagem.
1.2 - Tronco
Encefálico- O Papel do tronco Encefálico
é agir basicamente na Expressão das Emoções.
1.2.1 Mesencéfalo- A substância cinzenta do mesencéfalo possui papel regulador
de certas formas de comportamento agressivo.
1.2.2
- Ponte- Atua nos nervos faciais -Síndroma
de Millard-Gubler, impedindo o
movimento dos olhos ; afeta também o nervo
Trigêmeo
1.2.3
- Bulbo- Afeta a metade da língua; afeta
os músculos da faringe e
laringe; afeta a metade do corpo, Síndroma de Wellemberg ; Provoca a perda da
sensibilidade térmica; perda
da sensibilidade dolorosa da metade do corpo.
1.3
- Cerebelo -
Manutenção do equilíbrio e da postura ,
controle do tônus muscular , controle dos
movimentos voluntários e aprendizagem motora.
2) Medula
Espinhal
-Possuem neurônios responsáveis pelo
sistema respiratório; quando
agredidos por vírus que destruam os
neuronios motores , temos a poliomielite.
Responsável pelo sentido de posição e
movimento; responsável
pela perda do tato ; responsável pela
perda da sensibilidade vibratória.
II)
Sistema Nervoso Periférico
1) Nervos
1.1 Espinhais :
São aqueles que fazem conecção com
a Medula Espinhal , e são responsáveis pela enervação do Tronco, Membros e
parte da Cabeça. São em número de 31 pares, que correspondem aos 31 seguimentos medulares existentes.
1.2 Cranianos :
São os que fazem conecção com o Encéfalo. A maioria deles se liga ao tronco encefálico, excetuando-se os nervos olfatórios e
ópticos que se ligam respectivamente ao Telencéfalo e ao
Diencéfalo.
2) Gânglios : Com relação a alguns
nervos e raízes nervosas , existem dilatações constituídas principalmente de corpos de
neuroneos; conhecidos como os gânglios . Do ponto de vista
funcional existem os gânglios Sensitivos
e os
Gânglios Motores Viscerais.
3)
Terminações Nervosas : Nas extremidades das
fibras nervosas, situam-se as
terminações nervosas, que
do ponto de vista funcional
são de dois tipos : Sensitivas (Aferentes) e Motoras (Eferentes)
(D) Parte Fisiológica - Orgânica
Divisão do Sistema Nervoso Com Base em
Critérios Funcionais
Podemos dividir o Sistema Nervoso em Sistema Nervoso de Vida de Relação ou Somático, e o Sistema Nervoso da Vida Vegetativa ou Visceral.
1) Sistema Nervoso Somático - É aquele que
relaciona o Organismo com o meio
ambiente, por meio de
impulsos.
1.1 Aferente
1.2 Eferente
2) Sistema Nervoso Visceral - É aquele
que se relaciona com a inervação e
controle das estruturas viscerais.
2.1 Aferente
2.2 Eferente ou
Sistema Autônomo
2.2.1 Simpático
2.2.2
Parasimpático
(D)
Parte Fisiológica - Aspecto Dinâmico
Organização Morfofuncional
do
Sistema Nervoso
·
Nos
mais primitivos dos seres Vivos , sempre existe a necessidade deles se ajustarem continuamente ao meio ambiente para sobreviver. Devido a
esta necessidade, três propriedades do protoplasma são essencialmente importantes : irritabilidade, condutibilidade
e contratilidade. Isto acontece até
em Sociedade, a começar pela célula
a Família.
As células responsáveis por estas operações são conhecidas como neurônios, isto é, células nervosas, com
prolongamentos designados oxônios,
cujas as extremidades desenvolve-se
uma formação especial conhecida
como receptor.
O receptor transforma vários tipos de estímulos físicos ou químicos em
impulsos nervosos ou sensações , que podem então serem transmitidos ao efetuador
( músculo ou glândulas).
Nos animais superiores
existe uma união de neurônios, de diversos tipos unidos
de formas diferentes ,para formarem
elementos nervosos avançados e
sofisticados, cujo grupamento
se forma o Sistema Nervoso Central.
Este sistema nervoso recebe
impulsos nervosos ou sensações , vindos de certos tipos de células nervosas -
Neurônios Aferentes, conhecidos
também por neurônios sensitivos- que
através do seu Axônio , cujo o terminal
a Sinapse , que está acoplado a um outro neurônio receptor - conhecido
como Neurônio Eferente , se for de
um músculo- é codificado como, neurônio
motor se for de um Glândula - promovendo uma contração ou uma secreção. Estes Neurônios pertencem ao
Sistema Nervoso Autônomo .
Estes elementos envolvidos
formam o que conhecemos por Arco Reflexo Simples
Cabe aqui deixar registrado que existe
um tipo de neurônio, o de Associação , que promoveu nos
vertebrados um grande numero de Sinapse, aumentando a complexidade do sistema
nervoso e permitindo a realização de padrões de
comportamento cada vez mais elaborado.
Os Neurônios
Sensitivos ou Aferentes , cujos
corpos estão nos Gânglios Sensitivos,
conduzem para a medula ou para o tronco encefálico (Sistema Nervoso Segmentar) impulsos nervosos ou sensações que tiveram as suas origens nos receptores, situados na
superfície - na pele, ou no
interior - vísceras , músculo e tendões
do animal.
Os prolongamentos centrais
destes neurônios, ligam-se diretamente (reflexo simples) ou por meio de neurônios de
associação aos neurônios motores
(somáticos ou viscerais), os que levam
o impulso ou sensações aos
músculos ou as glândulas, formando-se
assim , arcos reflexos mono e polissinápticos.
Exemplo :
Tocamos a mão em uma chapa
quente . Neste momento , é importante
que o sistema nervoso
supra-segmentar - Cérebro e Cerebelo , seja “informado” do ocorrido.
Assim os neurônios sensitivos ligam-se
a neurônios de associação,
situados no Sistema Nervoso Segmentar.
Estes neurônios de associação
levam estas sensações ou impulsos ao
cérebro , onde o mesmo é interpretado , tornando-se consciente e manifestando-se como dor. O Primeiro é a
sensação de calor - a calorição ,
depois vem a retirada reflexa , e por fim vem a dor. A mão é retirada devido a
calorição.
As fibras que levam ao Sistema Nervoso Supra-Segmentar as
informações recebidas do Sistema Nervoso Segmentar , constituem as grandes
vias ascendentes do sistema nervoso.
As Ações Subsequentes após a dor,
demandam uma série de movimentos
que envolverá a execução de um ou vários atos motores voluntários. Neste momento os neurônios do
Córtex Cerebral enviam uma “ordem” ou melhor “Ordens Codificadas” , por meio das fibras descendentes aos neurônios motores, situados no
Sistema Nervoso Segmentar,
informações sobre o grau de
contração e descontração
tridimensional e, envia por meio
de vias descendentes complexas ,
impulsos capazes de coordenar a resposta
motora , via cerebelo.
(D) Parte Fisiológica - Aspecto Dinâmico Operacional Físico-Químico e Biológico
Do
Sistema
Límbico
Na fase medial de cada Hemisfério Cerebral observa-se um Anel Cortical contínuo constituído pelo Giro do Cíngulo, Giro Para-Hipocampal e Hipocampo. Este Anel Cortical , contorna as formações inter-hemisféricas e foi considerado por Broca , como um Lobo Independente, o Grande Lobo Límbico( de Limbo = Contorno). Este Lobo é Filogenéticamente muito antigo, existindo em todos os vertebrados.
O Lobo Límbico, está relacionado ao Hipocampo e Tálamo, unidos no circuito de Papez. Desempenham funções, como a elaboração do processo subjetivo central da Emoção, mas também participa da expressão de tais emoções . O Lobo Límbico pode ser conceituado como um Sistema Relacionado Fundamentalmente com a regulação dos processos Emocionais afetando o sistema nervoso autônomo.
(D) -
Parte Fisiológica da
Alma
Áreas Encefálicas
Relacionadas com a Alma.
Introdução :
O
comportamento do estado da Alma, isto é, das 18 “Funções Vetoriais do Encéfalo”, indicadas por Augusto Comte, afetado
internamente, primeiramente e
primordialmente pelo “órgão” do
Sentimento (10) (3 altruístas e 7 egoístas), que gera o Estado Sentimental, que por sua vez é acompanhado, subjetivamente,
por um vetor Subjetivo E , que externa a harmonia ou desordem
entre os Sentimentos Altruístas e o
egoístas ; cujo o grau de oscilação,
deste vetor subjetivo E, que
definimos como Emoção, isto é, o seu conjunto expressa o Estado Emocional do Ser : complementando:
é a forma
ou modo de externar os Sentimentos.
Esta
Emoção também ocorre acompanhada
simultaneamente de um componente do “órgão” da Inteligência”, a
Expressão ( mímica, oral, escrita
etc) , cuja a intensidade e facilidade
de Comunicação gerada ,vai
depender do nível de Pensamento, que por sua vez depende
da lucidez do conjunto das Idéias, que estão armazenadas nas Memórias.
Isto tudo
acoplado ao Caráter ( prudência, perseverança e coragem) .
Esta parte dita subjetiva da interligação do Sentimento,
com a Inteligência e com o Caráter do Ser, a Medicina Moderna, codifica de “ Conjunto Emocional Central Subjetivo”,
que para os Positivistas é um velho conhecido, e explicado, pela Teoria da Abstração - por meio da Contemplação e da Meditação.
E
por outro lado, a Expressão ( oral ,
escrita e mímica) gera a Comunicação
, que a Medicina Moderna codifica como “ Conjunto Emocional Periférico, cuja a
ação recai sobre o Soma (somático), sobre as Vísceras (visceral) e podemos dizer
agora, com certeza, sobre a Sociedade(social) .
Os distúrbios ou as harmonias viscerais ,
provocadas pelas Emoções, promovem por sua vez, outros distúrbios ou outras harmonias, que inicialmente não
constavam do Soma, do próprio Encéfalo e da Sociedade, de forma patológica ou de saúde.
Como
não havia Prêmio Nobel em 1825, Gall
não foi agraciado e somente mais
tarde, quase 120 anos depois, Hess veio
a confirmar o que Gall já havia
escrito nos seus 6 volumes- Sur les Fonctions du Cerveau et Sur
Celles de Chacune de ses Parties-
a respeito dentre outras coisas, de que o cérebro era um aparelho e não um único órgão.
Sabemos
hoje que a “Alma” ocupa
territórios bastante
grandes do Telencéfalo e do Diencéfalo, nos quais se encontram as estruturas que
integram o Sistema Límbico, a Área
Pré-Frontal , o Hipotálamo, o Tálamo e o Tronco Encefálico - que
participam da formação e das atividades
de nossa “Alma” -
Existe
uma teoria que admite que o Encéfalo seja formado de diversos Sistemas de Programas-Software, semelhante ao que ocorre com os computadores, que
participam de diversos Órgãos -Hardware ; segue a idéia de alguns “programas”:
1) Viver e Escolher ;2) - Crescer , Reparar e Envelhecer; 3) Pensar; 4) Evoluir ;5) Controlar e Codificar ; 6) Repetir ; 7) Despregar, desdobrar ; 8) Aprender , Recordar e Esquecer ; 9) Tocar, Sentir e Lastimar ; 10) Ver ; 11) Necessitar, Nutrir e Avaliar ; 12) Amar e Cuidar ; 13) Temer , Odiar e Lutar ; 14) Ouvir , Falar e Escrever ;15) Saber e Pensar ;16) Dormir Sonhar e Estar Consciente ; 17) Ajudar , Ordenar e Obedecer; 18) Desfrutar , Jogar e Criar; 19) Crer e Venerar ; 20) Concluir e Continuar etc.
Do
ponto de vista neuroquímico, os territórios
encefálicos relacionados , com a
“Alma”, são afetados pela alteração da concentração
de alguns dos seus componentes, aqui
não eletrónicos de uma placa de CPU de computador mas, de produtos
químicos, que alteram o Estado Emocional; estes produtos ativos ou
melhor, estas substâncias ativas, onde podemos destacar os peptídios, os
opiáceos e as monoaminas, estas últimas originárias em grande parte nos
neurônios do Tronco-Encefálico. A riqueza destas áreas em monoaminas, em especial, noradrenalina, serotonina e
dopamina, é muito importante, tendo em vista que muitos medicamentos utilizados
em psiquiatria para tratamento de distúrbios do comportamento(ação) e da
afetividade(sentimento), agem modificando o teor de monoaminas encefálicas. Recentes
pesquisas provam que algumas
monoaminas e o opióide endógeno
beta-endorfina, exercem uma ação
moduladora sobre a memória.