Este artigo pertence ao conteúdo
do portal Doutrina Positivista
É necessário instituir a sistematização universal e contínua do trabalho humano, referindo-o sempre ao conjunto de nossa espécie sem nenhuma predileção exclusiva
É indispensável que a atividade pacífica seja, não somente coletiva, se não diretamente altruísta" Augusto Comte- Política Positiva -IV,pags.325-327.
Quase tudo que se escreve atualmente sobre os conflitos entre o Capital e o Trabalho, se reduz à recriminações recíprocas entre os ricos e os pobres. Com este sistema, não chegaremos a nenhuma solução, e contribuiremos pelo contrário a fomentar os ódios e as invejas, as ambições e o menosprezo.É evidente que se os ricos e os pobres fossem homens perfeitos e santos, não existiria questão social e acabaria toda a luta diante da suprema justiça e abnegação de uns ou a ilimitada confiança e submissão dos outros.
A organização social supõe a imperfeição dos indivíduos, com suas tendências egoístas e seus instintos animais primitivos. Por isso todo organismo coletivo, por mais elementar que seja, sempre consulta as forças de governo Sacerdotal ou Espiritual e Temporal ou Material, com a finalidade de reprimir as divergências e provocar as convergências dos sentimentos, das opiniões e dos atos individuais, à favor do serviço social.
Toda sociedade exige, um governo; e este possui o mando e a obediência, de cuja harmonia depende o problema social.
Para obter esta harmonia, é indispensável que o mando e a obediência tenham o mesmo motivo, isto é o mesmo destino social.
Esta comunhão de objetivos entre os que mandam e os que obedecem, se tem constatado no regime militar, no qual as atividades dos chefes e dos soldados, tem o mesmo objetivo: a defesa e/ou o engrandecimento da Pátria. Hoje em dia os teóricos mau intencionados das Universidades estrangeiras, desejam acabar com a Família e a Pátria, para extinguir as forças armadas dos países subdesenvolvidos entre outras coisas. Fica o indivíduo e a globalização e uma força armada mundial, na mão de uma meia dúzia de Imperialistas. Queira ou não todo o Imperialismo sempre foi danoso à Humanidade.
Na vida Industrial não existe tal comunhão de propósitos, pois os trabalhadores acham que trabalham para ganhar a vida, e por outro lado, os patrões pensam que o seu destino é o de se enriquecer.
Mas se considerarmos as verdades dos fatos, se observa que os indivíduos trabalham quando vivem em sociedade, e então, produzem mais do que consomem, e formam portanto o Capital Social.
O Capital se compõem de dois grupos de produtos: Instrumentos e Provisões. Os instrumentos da ação industrial só podem ser úteis à sociedade, quando se concentram em mãos dos administradores do trabalho, isto é, nas mãos dos Patrões. Por outro lado, as provisões de consumo estão destinadas a repartir-se de forma mais genérica e eqüitativa possível, entre os trabalhadores e os patrões.
O alimento e o vestuário, o mobiliário e o domicilio, podem chegar a ser os mesmos tanto para o ricos como para os pobres; mas a eles não interessam as propriedades dos instrumentos de produção, no entanto o que vale é a sua boa administração, com o enfoque de benefício social.
Os patrões tomam a si, o caráter de funcionários sociais, que administram os instrumentos de produção, conservam os produtos do trabalho e repartem as provisões de consumo.
O capital, que emana do trabalho, tem pois uma origem social e um destino social.
A atividade dos Patronais e dos Proletários, está destinada a enriquecer a Sociedade, a melhorar as suas condições materiais, para que possa desenvolver com mais liberdade sua vida intelectual e moral, de onde reside o seu verdadeiro destino.
Existe por outro lado, de fato, uma comunhão de objetivos, de motivo social para o comando dos Patronais e o aceite ou obediência dos Proletários.
Não há duvida que o regime Industrial tem maior dignidade que o regime militar, porque seu destino social não é o bem estar somente da Pátria, e sim o bem estar e progresso de Toda a Humanidade; no entanto hoje em dia, este último, deixa ainda muito à desejar. E os militares com espirito positivista são altamente importantes no cumprimento, do apoio ao dever social de suas Pátrias, com uma visão socialistas pacifista, devido as bases cientificas da Sociocracia. O Trabalho do militar, é a defesa socio-moral de sua Pátria.
O Problema Trabalhista, e não capitalista, é portanto, um problema moral, um problema de princípios e de sentimentos. É realmente penoso pensar que os Proletários das gerações passadas e atuais, puderam crer e ainda crêem que trabalhavam e trabalham para viver, e não tiveram e não tem a consciência , nem o sentimento da dignidade dos sacrifícios que fizeram e fazem, para dar a Humanidade, o bem estar material de hoje e do futuro.
A evolução dos princípios e dos sentimentos não podem operar por meio de ordens legais e portanto, a verdadeira solução do problema trabalhista, não se obterá jamais por procedimentos políticos, nem alianças internacionais de governo, e sim por ação intelectual e moral da verdadeira Doutrina Social, isto é, da Doutrina Positivista.
No entanto, o poder político substitui provisoriamente, sob muitos aspectos, o poder intelectual e moral, entretanto a Doutrina Positivista permite coordenar definitivamente as ações, as opiniões e as afeiçoes humanas.
Na realidade o governo político pode cooperar eficazmente para a solução do problema trabalhista; caso desenvolva a sua ação dentro dos limites das funções temporais que lhe seja correspondente. O governo pode exercer uma influencia considerável a favor da ordem social contribuindo para atingir o bem estar material de todos os cidadãos.
Quase todos os conflitos sociais podem ser resolvidos sem recorrer a violência, desde que se consiga fazer predominar um único interesse social entre os elementos antagônicos.
A violência ficará então posta em segundo plano, em relação a defesa da sociedade, contra os indivíduos irredutíveis à vida coletiva.
Convém ainda a este respeito, colocarmo-nos em guarda contra a todos os exageros pueris em seus princípios, e monstruosas em suas conseqüências, que levam os governos à perseguir os indivíduos por suas idéias.
É verdadeiramente irrisório ouvir dizer que a doutrina desordeira de um povo, tem origem da propaganda estrangeira. Se desconhece assim, que a evolução social obedece as leis naturais.
Entretanto estas leis naturais permitiram a Augusto Comte, em 1854, anunciar o desenvolvimento inevitável do maximalismo. Augusto Comte disse:
"Enquanto o comunismo urbano exagera a concentração das riquezas, a desordem rural, onde os sentimentos se encontram tanto ou mais alterados que os pensamentos, leva para o individualismo absoluto, pela subdivisão indefinida da principal propriedade (propriedade rural). A falta de classificação, que permite confundir esta aberração com a utopia oposta (o comunismo), cessará muito rapidamente, em virtude do desenvolvimento necessário do ultimo modo, de que são susceptíveis no ocidente, as tendências subversivas oriundas diretamente desta forma, sob a transição romana (com Esparco). Esta extrema desordem encontrará seus próprios doutores entre os mestres das escolas, que dispõem oficialmente dos fúteis estudos científicos, a fornecer por falsos raciocínios rurais , uma aparência sistemática" A. Comte. "Política Positiva" IV, pag.476.
Convém recordar tal profecia sociológica, quando se obriga forçosamente a instrução primaria, sem se preocupar em dar ao professorado, nenhuma Doutrina Social de cunho verdadeiro. Os mestres atuais somente sabem alfabetizar e instruir, não possuem cultura no campo da sabedoria para educar as relações de altruísmo e cumprimir o egoísmo.
A ação dos governos nos conflitos sociais se caracteriza por uma incurável e ao mesmo tempo uma surpreendente e verdadeira incapacidade, e ao que se deve realmente, no que tange ao crédito, com que o povo acolhe as sua utopias subversivas.
Os governos não sabem se posicionar com a desordem, a não ser por meio de medidas oprecivas. No entanto esta conduta é contraproducente, porque enaltece os desordeiros perseguidos e sobretudo para manter as instituições fundamentais da sociedade; família e propriedade, que não são susceptíveis de serem defendidas pela Razão, pela persuasão e sim por meio da Força.
Quando o governo Político abandona suas pretensões de poder espiritual e estende a sua ação de poder material e econômico, os partidos políticos se transformam em centros de opinião publica e popular sobre as questões que afetam a Família e a Propriedade.
O governo temporal favorecerá a cooperação econômica dos patronais e dos proletariados evitando os conflitos materiais, entretanto o governo espiritual dirige as opiniões e os sentimentos `a favor da harmonia entre o comando (mando) e o cumprimento(obediência).
Os conflitos trabalhistas, individuais ou coletivos, podem ser de fundamento Moral ou de fundamento Material.
As violências na conduta dos chefes ou dos subordinados; a falta de cumprimento dos deveres de uns ou de outros, produzem conflitos individuais ou coletivos; mas tais lutas tem um aspecto moral e quase sempre se resolvem dentro da equidade, que envolve a imperar nos homens, logo após ter passado a exaltação perturbadora.
Não sucede o mesmo nos conflitos materiais; a imposição de multas, diminuição das jornadas e das horas de trabalho, as pretensões de aumento, etc., originam divergências econômicas que tende a separar permanentemente os proletários dos patronais.
Existem, entretanto, outros conflitos materiais que emanam das condições higiênicas, da segurança, da periculosidade e da insalubridade e das aptidões individuais dos trabalhadores.
O Governo Político não tem nenhuma influência nos conflitos morais, mas a sua ação se reduz à resguardar a ordem e a penalizar os atos criminosos.
Pelo contrario o Governo temporal pode resolver todos os conflitos de cunho material-economico, e deve exigir dos Patronais as condições higiênicas de trabalho, com a mesma força que invoca para impor o cumprimento das férias obrigatórias.
O conflito entre Patronais e Proletários exigem o quanto antes, uma solução baseada em princípios demonstráveis e em sentimentos generosos; e nada melhor que o governo, que deve se inspirar em tais princípios e em tais sentimentos.
As pretensões dos trabalhadores não podem se julgar agora, sob o ponto de vista moral, porque não existe atualmente, nenhuma Doutrina , que informe à opinião e gere um poder que a represente. A conduta dos trabalhadores, tem portanto, que ficar entregue a suas próprias inspirações. A única maneira ou forma de se modificar essas inspirações , consiste em provocar , isto é, em exaltar o altruísmo, no sentimento do Povo, renunciando todas as medidas opressivas, que pretendam moralizar, por meio da lei humana não natural e da força.
Do mesmo modo a resistência dos Patrões às pretensões dos trabalhadores, não podem ser julgadas através do prisma de justiça moral, cujas as condições se desconhecem hoje em dia. Essas resistências dos Patrões ficam, por tanto, a mercer dos interesses individuais. A única maneira de se moralizar esses interesses consiste na solidariedade com interesse Social.
Eis porque existe a situação tanto do trabalhador como dos patrões em suas lutas reciprocas.
A legislação conhecida como legislação trabalhista, tende a arruinar cada vez mais, o abismo que separa os trabalhadores dos patrões.
A legislação sobre os acidentes de trabalho, por exemplo, fomenta os direitos de litígio entre o trabalhador e o patrão, o que degrada o trabalho, e causa a penúria moral de uns e de outros, assim não permite desenvolver as sua reciprocas simpatias. Esta é uma lei imposta e geradora de desordem, criada por pessoas que jamais foram empresários e não tiveram oportunidades de perceber a existência que ocorre nas condições de confiança e de bondade que solicita a associação do comando e do cumprimento da ordem, na vida industrial.
Seria muito fácil e muito mais prático, e sobre tudo mais moral, autorizar ao Estado para cobrir os riscos e cobrar uma contribuição especial dos industriais e empresários, contribuição análoga a que as Companhias de Seguro cobram sobre os acidentes de trabalho. Se teria assim evitado, o surgimento destas companhias que exploram o egoísmo para se enriquecer.
O estado moderno vai pelo seu antigo caráter militar, pois não só porque a guerra não é mais o objetivo da organização social, pois já sabemos que hoje em dia, que os povos industriais, se transformam rapidamente em povos militares, quando as condições sociais o exigem.
Esta transformação havia sido prevista, por Augusto Comte, quando tratou da aliança da França com a Inglaterra, para assegurar a paz do mundo, quando da guerra da Criméia:
"Supondo, disse, que se uma louca obstinação agrava-se e prolonga-se este conflito, surgiriam por todas as partes reações favoráveis à regeneração intelectual e social. Se as forças regulares fossem insuficientes, e os ocidentais, deveriam intervir ativamente; somente a Religião da Humanidade poderia uni-los, contra os bárbaros que invocam a Deus. Já a união dos católicos e dos protestantes para se proteger dos muçulmanos, de uma invasão bizantina, mostra claramente, que a pesar de farsas desonestas, o Ocidente obedece a impulsos puramente terrestres, deixando os motivos celestes aos povos atrasados. A descrença, a incredulidade e a hipocrisia não podendo inspirar nada de Grande e de Durável, toda extensão possível da luta, tenderia diretamente, a dividir o mundo entre o teologismo consagrando a guerra e o positivismo sistematizando a Paz. Logo as construções demonstrariam aos destruidores, de que modo a existência , permite desenvolver a superioridade militar, quando uma necessidade excepcional, exige tal transformação do trabalho" Augusto Comte-"Politica Positiva" IV, pag 22-23.
É bom lembrar que o sistema de partido único ou dominante é um instrumento eficaz de mobilização política e de construção do Estado. No entanto em outras situações ,a sua incapacidade para impulsionar uniformemente progresso, ou para fazer frente às comoções revolucionárias, há necessidade de que o Exercito assuma funções de direção política. Esta intervenção militar tem tradicionalmente, com algumas exceções um sentido conservador, retrogrado e repressivo, mas o que deveria ser, ao contrario , se tivessem tido uma educação mais altruístas para com a sua Pátria, ser um instrumento de progresso, para vencer a resistência dos elementos e setores mais ultraconservadores e tradicionalistas. No entanto qualquer que seja o sinal de intervenção militar, esta apresenta graves defeitos como forma política. Sabemos pela sua própria natureza que o Exercito não é uma organização apta a desenvolver uma tarefa política e a assumir, de maneira direta e estável a direção da atividade estatal. Alem de muitas vezes pode estar representando a sua relação com o povo, no entanto a sua unidade política interna , por não possuir uma única Doutrina, não está garantida. A Única que os poderiam converter a uma união quase perfeita seria a Doutrina Positivista. Vamos fortalecer ou induzir por persuasão e conhecimento, a fim de aproveitar toda a mão de obra treinada e disciplinada, principalmente os da reserva, para assumirem posições chaves em cada município, desde que, sejam treinados e assessorados de inicio por homens práticos, de visão altruísta, e de elevado nível Moral. Para fazer com que , após a tomada militar, para evitar que seja repressiva, maldosa e de torturas, e sim com o sentido de levar a cabo as reformas dos setores que necessitam com maior urgência, tais como a pobreza nos grandes centros, a reforma agraria, a do judiciário, a melhor distribuição de renda, o toxico, a EDUCAÇÃO, a separação da Igreja do Estado etc. ; assuntos de ordem social, que são geradoras de conflitos, e de discriminação, mas sem estabilizar um regime exclusivamente militar e de ditadura retrógrada; mas mantendo uma impressa aberta, justa que respeite e tenha responsabilidade, e também seja punida por imoralidade. A tarefa política do Exercito tem um caráter esporádico, porque se limita a provocar mudanças de governo ou a cortar os caminhos, isto é, efetuar atalhos, para realizar reformas radicais. Mas esta ação tem que vir muito bem planejada, dentro de um espirito Sociocrático.
Por tanto, o problema do Estado, se relaciona, quase exclusivamente com a organização industrial do País.
O Governo tem a seu cargo um grande numero de serviços públicos , que o colocam em uma categoria do principal e dos maiores dos Patrões.
As relações do Governo com seus trabalhadores e funcionários, felizmente tem duas fontes de Moralização, tanto pela eliminação da intenção de lucro, por parte do governo, como pelo sentimento expontâneo, por parte do povo e da dignidade do trabalho nos serviços públicos.
Os proletariados não podem ter cargos no governo, com a finalidade de enriquecer-se, e por sua vez, o Governo pode inspirar-se com um espirito de estrita justiça, para concordar ou resistir às pretensões dos proletariados.
Não se sucede o mesmo nas relações de trabalhadores e patrões nas empresas Privadas.Tais empresas, de aparente utilidade privada, se lhes dá por destino, os patrões, ao enriquecimento; e por isto, neste caso, os capitalistas tratam de enriquecer-se sem administrar nenhuma empresa, no ágio e no jogo.
Por sua vez, os trabalhadores se imaginam que trabalham para viver, portanto seu ideal deveria ser: viver sem trabalhar. Isto é, Trabalhar para viver, e não viver para trabalhar.
Com tal espirito reciproco se compreende a ações que ocorrem com as reclamações e as resistências que ocorrem nos conflitos trabalhistas.
O Governo não só deve conduzir-se como digno apaziguador, como também um regulador da vida industrial, quando ocorrer conflitos de cunho econômico.
Quando aparece um conflito entre o Patronal e o Proletário, no campo econômico, o Governo deve deixar, que os dois procurem uma forma harmoniosa com vista social, e acompanhar o entendimento das partes.
Desta forma, só virá a interferir caso ocorra um impasse, que venha a provocar a instabilidade setorial, levando em conta o arbítrio da justiça das reclamações dos trabalhadores e fixar os limites das concepções eqüitativas que devem fazer os patrões. No entanto se a tecnologia, a organização empresarial, o mercado, não favorece a empresa condição de atender as solicitações dignas do trabalhador, a lucratividade, a retirada dos patrões e os compromissos operacionais assumidos , deverá ser liquidada. No entanto o patrão tem por obrigação , antes de encerrar as atividades da empresa, ajudar os proletariados a achar locais para continuar as suas atividades de trabalho.
As emprazes, poderão solicitar apoio junto ao BNDS, e a outras entidades financeiras de fomento ao desenvolvimento e de saneamento, para obter apoio às necessidades financeiras, com vista a melhoria de suas atividades fins; treinamento de pessoal, etc.
Um Fundo de Auxilio Industrial, com o objetivo de auxilio industrial, oriundo de contribuições, que se aplicarão aos salários, para se fazer solidário todos os interesses econômicos. Tal solidariedade servirá para moralizar, tanto as pretensões dos trabalhadores, como as resistências dos patrões. Cada empresa se sentirá responsável, perante a toda sociedade, pela respectiva conduta, não somente dos seus patrões como de seus operários.
Esta forma de gerar o Fundo de Auxilio Industrial, favorecerá um meio de reduzir a insatisfação ou necessidade do trabalhador, no que tange ao salário. Este fundo será liberado pelo Governo, ao Sindicato do Proletariado, para que este, libere aos funcionários da empresa em questão. Caso a reclamação do trabalhador seja abusiva, os sindicato através de sua assembléia, solicitará a suspensão do amparo acordado, para aquela indústria em questão.
A proteção econômica do Governo à Classe Operaria, será somente no que tange ao desenvolvimento dos procedimentos já aplicados nas instituições de beneficência e de instrução.
A substituição do Estado no cumprimento dos deveres , que normalmente são atribuições dos industriais, leva muitas das vezes o Governo a criar artificialmente empresas publicas para dar trabalhos aos trabalhadores desempregados. Fica claro que tais procedimentos não podem ser qualificados de serem comunistas - Para-estatais- pois que se trata tão somente de auxiliar a ação dos Patronais em momentos de perturbações econômicas. Exemplo : Empresas Agro-Pecuarias - problema dos sem-terra.
Os governos exercem realmente uma ação comunista, quando administram empresas de ferrovias, de fabricas de mineração, etc, administração que são normalmente de péssima qualidade, porque reina nelas grande irresponsabilidade. Pelo contrário se estas administrações estão ligadas à propriedade das empresas, todas as funções se fazem responsáveis, porque se lhes dispensa confiança e se lhes dá liberdade. Na ação protetora, o governo é somente representante da sociedade que necessita de auxilio, à seus elemento domésticos ou industriais.
Tal proteção se exercerá sob a sanção da opinião publica, sanção que será formidável, quando nela, tome parte o proletariado.
O amparo econômico do Estado, tenderá se conservar enquanto não se organize definitivamente o Patriciado industrial e surja a instituição cavalheiresca do protetorado material. É evidente que por muito perfeita que seja, a organização industrial, sempre será necessário dispor de reservas de capital para suprir as deficiências da proteção, ou seja do patronato, que o Patriciado está destinado a exercer sobre o proletariado.
A ação conciliadora do Governo não tem nenhum caráter moral ou de aperfeiçoamento Instrutivo; mas tem de educativo. Assim se a família abandona o filho, a mulher, ao velho, e o enfermo, o Estado o recolhe, os auxilia, os ampara, os hospitaliza, sem preocupar-se em fazer mal aos que geram este abandono.
Da mesma forma se a jornada é deficiente ou se falta trabalho, o Estado deve evitar a miséria, deixando por conta da comunidade, isto é, da opinião publica a tarefa de julgar a conduta dos patrões e dos empregados.
Afim de solucionar conflitos que emanam de falta de trabalho, convém que o Estado, como também as empresas industriais, tenham departamentos especiais de serviços ou de obras , que não sejam de caráter permanente, para colocar os trabalhadores desocupados. Para aqueles que não seja possível destinar tais trabalhos, é preferível que venham a se alimentar em escolas industriais, em vez de se empregarem em tarefas inadequadas; pois sempre será útil ainda que não economicamente, pois aperfeiçoar algo nos homens é muito importante.
Os individualistas pretendem solucionar estas dificuldades por meio de um seguro contra o desemprego, com a ridícula pretensão de que cada qual se abasteça a si mesmo, como sucede na vida dos outros animais. Mas na vida social , cada um queira ou não queira , vive para os demais, produz o que não necessita e consome o que a sociedade o permite. Os pretendidos direitos ao trabalho e a vida, os transforma da coletividade em dever de trabalhar e no dever de conservar ou de sacrificar a vida em serviço social.
A necessidade ineludivel de alimentar a todos os indivíduos, deve ser cumprido pelo Patriciado e pelo Governo, arbitrando os meios oportunos de faze-lo, e sem esperar que a sociedade os alimente por caridade, ou se veja a alimentá-los nos presídios.
Mas os resultados mais importante de tais procedimentos, consiste em que os operários compreendam que a sociedade está constituída precisamente para alimentá-los , educá-los, instrui-los, permitir-lhes formar os seus lares e desenvolver a sua vida intelectual e moral. DESTA FORMA SE CONVENCERÃO ENTÃO QUE O TRABALHO CONSISTE NO DEVER INELUDIVEL de QUE TODOS POSSUEM, DE COOPERAR, NA MEDIADA de SUAS APTIDÕES, a produzir e conservar as provisões e os instrumentos indispensáveis, para manter a existência humana e desenvolver a sua ação sobre o mundo a fim de melhora-lo. O trabalho não se destinará a enriquecer os patrões, e sim a enriquecer a gerações vindouras, favorecendo mais facilmente as sua existência.
Os trabalhadores não trabalharão para viver e sim viverão para trabalhar; chegará o dia em que os patrões impeçam serviços excessivos, assim como, os oficiais das forças armadas, reprimam o heroísmo do soldado durante o combate.
Os patrões, por sua vez, não mais se acharão donos absolutos do capital, se não, seus administradores invioláveis à serviço do Social. Se produzirá entre eles uma fraternal hierarquia, desde os banqueiros e comerciantes até aos fabricante e agro-pecuarista.
A organização definitiva da vida econômica, permitirá que desapareça o pequeno industrial, que é a causa principal da carestia dos produtos, porque é o que torna mais oneroso o capital e trabalho. A pequena industria, onde normalmente se encontra grandes problemas, onde ela exige, para subsistir, utilidades desproporcionadas com o capital que emprega e faz impossível, que o seu Dono, se afaste das necessidades pessoais para servir as necessidades sociais.A este respeito, com detalhes, se ouve dizer , para consolar os pobres e tranqüilizar a consciência dos ricos, que agora , qualquer trabalhador honrado e sem vícios pode emergir, para ser empresário. Este é um triste argumento; pois na organização social não se trata em que surjam uns poucos, mas que todos sejam felizes ainda que não emirjam; o que se trata é impedir os vícios e dar honradez, tanto aos pobres como aos ricos. Este argumento do surgimento do pobre, é o germe do maximalismo que, invocando este principio, tende a levar a sociedade para a animalidade primitiva.
Se o governo toma o controle da vida industrial, sem nenhuma legislação regulamentar, senão em proceder com um critério e honradez, desaparecerão imediatamente os conflitos entre trabalhadores e patrões.
O proletariado poderá continuar tranqüilo à evolução de suas opiniões e renunciará a toda intervenção desordeira no governo industrial.
Por sua vez o Patriciado não se preocupará em se enriquecer, senão de cumprir as suas funções sociais, como administrador dos seus instrumentos de produção, e como agente da conservação dos produtos e do repartir das provisões.
É evidente que o regime de solidariedade econômica de que tratamos, é inconcebível com a forma parlamentar atual de governo político, pois que a irresponsabilidade, a intriga e a corrupção que os caracterizam, nos levaria ao reinado do abuso sem limites. Mas é sem duvida, se conseguirmos alcançar a separação entre a Igreja e o Estado, o Governo se reduzirá às funções práticas e materiais e abandonará a pretensão de deter Igrejas, doutrina ou ciência de Estado. Então os partidos políticos, que hoje aspiram a apoderar-se da representação parlamentar, se preocuparão à governar a verdadeira opinião pública, que é a opinião do povo e desejariam, que os homens práticos e honrados, não os burgueses, governem com plena responsabilidade a República.
A representação parlamentarista, compostas então das classes comerciais, fabris, de serviços e agro-pecuaria do País, determinará os impostos e acordará os investimentos de forma consciente, em bases Morais Positivas, e na harmonia com os verdadeiros interesses econômicos da Nação.
A CIÊNCIA SOCIOLOGIA TEM DEMONSTRADO QUE TODOS OS CONFLITOS HUMANOS TEM ORIGEM NA FALTA DE DIREÇÃO TEMPORAL E DE DIREÇÃO Espiritual, E DA CONFUSÃO ENTRE O MANDO E A OPINIÃO ENTRE O ESTADO E A IGREJA; confusão que se manifesta no parlamentarismo político, e que se inicia ainda com o parlamento industrial, Sindicatos, e com as pretensões atuais dos trabalhadores.
Os trabalhadores devem se ligar e coordenar-se para constituir o governo industrial, deixando de lado as divergências de seus princípios doutrinários.
Os trabalhadores devem unir-se entre si e com os patrões, sem distinção de ofícios, em torno das doutrinas sociais, para desenvolver o mais importante dos programas políticos, que consiste em organizar a opinião pública, força moral, que é a única capaz de servir de regulador das forças materiais do Governo e do Povo.
Quando se organizam os partidos de opinião, poderão formar entre si, apesar de suas divergências doutrinárias, a aliança da ordem, do bem estar e da felicidade, contra a desordem, o mau e a desgraça, que hoje em dia, presenciamos nas mãos das classes dos políticos, que nada tem a haver com as classes empresariais e patronais, realmente existentes na sociedade.
Luis Lagarrigue
Santiago, 28 de Descartes 130
Santiago, 4 de novembro 1919 -
P.A. LacazBananal-SP - 14 de Bichat de 208
Bananal-SP - 15 de Dezembro de 1997